À procura da VERDADE nos livros 1 e
2 SAMUEL – 1/5
- “Os livros de Samuel relatam acontecimentos que se situam entre 1040 e
971 a.C.” (Introdução ao Primeiro e Segundo Livro de SAMUEL, ibidem)
- E, à partida, a pergunta - ingénua! - é inevitável: Como podem
acontecimentos
da vida de um povo interferirem com a minha incessante
busca dos caminhos para
a vida eterna? Uma pergunta, obviamente, sem
qualquer resposta por parte dos
teólogos exegetas.
- Interessante: mais uma vez, é uma mulher estéril que, invocando Javé,
vai ser mãe. “Elcana uniu-se à sua mulher Ana e Javé lembrou-Se dela.
Ana ficou
grávida e (…) deu à luz um filho ao qual pôs o nome de Samuel,
dizendo: Eu pedi-o a Javé.” (1Sm 1,19-20) Não há
dúvida: o autor, dito
sagrado, quando pretende falar de alguma personagem
carismática
para Israel, rodeia-o duma áurea de milagre, logo à nascença. É um
artifício “literário-divino” recorrente em toda a Bíblia. O efeito
pretendido,
óbvio: apresentá-lo aos olhos do povo como alguém predestinado
por Javé para
grandes feitos.
Elcana, Ana e Samuel, uma família feliz!
- E nova derrota de Israel perante os filisteus! Razões? - Claro: os
pecados,
desta vez, não de todo o Israel, mas dos filhos do sacerdote Eli!…
(1Sm 4) Absolutamente irrelevante: podiam ter sido outros quaisquer,
desde que
influentes aos olhos do povo.
- E continuam os holocaustos e sacrifícios oferecidos a Javé, quer em
agradecimento, quer para aplacar a sua ira, quer em desesperada súplica.
(1Sm
6,15; 7,9;11,15) E Javé tudo continua “dirigindo”, “ordenando”,
“programando”….
Assim, Saul, da tribo de Benjamim, encontra-se
com Samuel, é ungido por este e
escolhido para rei de Israel que, há muito,
pedia um rei a Javé.
- Lutas e… mais lutas! Entre Israel e os vizinhos: “Saul lutou contra
todos
os inimigos vizinhos (…) E saiu vitorioso em todas as suas campanhas.”
(1Sm 14,47)
- É a guerra! É a obrigatoriedade da defesa de territórios antes roubados
aos seus ocupantes, por ordem de Javé, ou a pura cobiça das riquezas
vizinhas,
tal como agiram todos os colonizadores, os Alexandres,
os Césares, os muçulmanos,
os descobridores de 500, os Napoleões, os
Hitlers… Sempre a mesma miséria
humana bem retratada na História, tanto
antiga como actual…
- E como entender/aceitar a ira de Javé contra Saul por este ter poupado
a vida ao rei vencido e não ter exterminado as melhores ovelhas e vacas?
Pois a
ordem era: “(…) mata homens, mulheres, crianças e
recém-nascidos, bois e
ovelhas, camelos e jumentos.” E, por tal “pecado”
de não obediência cega, “(…)
Javé se havia arrependido de ter feito Saul rei
de Israel, começando Saul (…) a
ficar agitado por um espírito mau enviado
por Javé.” (1Sm 15; 16,14)
- Não se entende! Não se aceita! Revolta, por repugnante! Brada a todos
os
céus e a todos os infernos!!! Mas é a triste imagem que os autores, ditos
inspirados por Deus, nos dão deste mesquinho Javé, imagem que se repete
ao
longo de toda a narrativa bíblica! Então, chamar a este livro “sagrado”, e
deixá-lo integrado numa Bíblia dita sagrada é, no mínimo, irracional! Mais
irracional ainda é aceitarmos Javé como o Deus de uma religião monoteísta!
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