À procura da VERDADE no livro dos
NÚMEROS - 4
- Segue-se agora outra história de terror… divino! Os filhos de Israel
prostituíram-se com as madianitas que os convidaram a comer dos
sacrifícios aos
seus deuses e a adorá-los. E “a ira de Javé
inflamou-se contra Israel.” Javé
mandou matar todos os que se
prostituíram e ordenou a Moisés: “Atacai e
derrotai os madianitas,
pois eles atacaram-vos com as suas seduções (…) (Nm
25,1-18) E mais
tarde: “Executa a vingança dos filhos de Israel contra os
madianitas.”
(Nm 31,2) “(…) - E eles guerrearam e mataram todos os homens.”
(Nm
31,7) Mas Moisés fica furioso: “Porque deixastes as mulheres
com vida? (…)
Matai todas as crianças do sexo masculino e todas as
mulheres que tiveram
relações sexuais com homens.” (Nm 31,15 e 17)
- A isto chamaram “guerra santa”! Mata-se e extermina-se em nome
de Javé,
sendo o próprio Javé a ordenar tal extermínio. É mais
um nonsense de Deus, aproveitado posteriormente por Maomé que
apregoa
tal guerra no Alcorão e a torna vida, ainda hoje, por esse
mundo muçulmano
fora… Quantos inocentes morreram, quantos não
morrem por causa desta saga
bíblica? Quantos? E ainda chamam sagrado
e divino a este livro que dá pelo nome
de Bíblia? E nela se baseiam
as três religiões monoteístas, sendo o maometismo
um espúrio
bastardo da mesma Bíblia, mas que conquistou quase meio mundo, pelo
terror da espada: “ou te convertes ou morres”? Quem pode ficar calado
perante
este autêntico atentado à dignidade de se ser humano? Pior:
quem pode continuar
a apregoar este livro como sagrado e fazendo
parte de uma Bíblia que se apresenta,
melhor, que os mentores religiosos
apresentam como livro de exemplo e de vida?
- O que Javé continua a não dispensar são os sacrifícios ou holocaustos.
“Javé disse a Moisés: Ordena aos filhos
de Israel: Apresentai-Me no
devido tempo as minhas ofertas, os meus alimentos e
as ofertas queimadas
de perfume agradável: (…) cada dia, dois cordeiros de um
ano, perfeitos,
como holocausto perpétuo (…) (Nm 28,1-3) E as normas são
ridiculamente
pormenorizadas e… longas. É que os sacrifícios são diários, ao
sábado,
na festa da Lua nova, na festa da Páscoa, na festa das Semanas, na
festa
das Aclamações, na festa da Expiação, na festa das Tendas,… e quanto
maior a festa – claro! – maior o animal sacrificado ao odor de Javé!
(Nm 28-29)
- Não repetiremos que, obviamente, era a gulodice dos sacerdotes do
Templo
que tal exigia do povo, dizendo ser ordem de Javé para que não houvesse
“críticas”! Aqui, tal gulodice ultrapassa toda a decência: dois cordeiros por
dia
indica-nos como proliferava a classe sacerdotal e os muitos que viviam à
custa do povo, escudados no pertencer ao Templo! E o povo, tal como
hoje neste
e noutros domínios, continuou a alimentar aquela classe parasitária
mas que
detinha o poder sobre o corpo e sobre as almas…
- O livro termina: “São estas as ordens e normas que Javé ordenou aos
filhos de
Israel (…)” (Nm 36,13)
- E nós, frustrados, é-nos de certeza lícito perguntar se tais normas não
são
puramente humanas e com pouco ou quase nada - ou… NADA! - de divino.
Será
mais um abusar da religião em cujo Deus gostaríamos de acreditar, por
parte dos
legisladores do tempo ou… do Templo e, com certeza, em proveito
próprio, como
temos vindo a referir. Nada adiantará aos teólogos
argumentarem que a Bíblia é
toda ela metafórica e que tem de ser lida tendo
em conta a mentalidade da época
em que foi escrita. Por tudo quanto
comentámos, fácil nos é concluir que
“Números” é mais um livro que não
deveria constar da Bíblia dita sagrada! Quando
muito, ou apenas, um livro
que interessa à história de Israel. Mais nada! E,
como vimos, uma história
recheada de sangue e de cobiça.
- É: de palavras de vida eterna, de respostas à nossa sede de eternidade
oudo Além… nada, absolutamente nada! Resta-nos aquela máxima, máxima
de fraternidade universal – certamente num raro rasgo de luminosidade de
Javé ou do escriba por ele inspirado! – do Levítico, 19:
“Ama o próximo como a ti
mesmo.”!
Antes de passarmos à análise crítica do último livro do Pentateuco, o Deuteronómio, vamos ocupar o nosso espírito com dois textos: o primeiro, filosófico, "À volta dos conceitos de infinito e eterno"; o segundo, mais polémico, sobre o poder da oração: "Rezar é bom e faz bem". Sobre ambos os temas, muito gostaria de ouvir a vossa opinião.
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