À procura da
Verdade nas Cartas de Paulo – 397/?
–
“O homem não deve cobrir a cabeça porque é imagem e glória de Deus; mas a
mulher é a glória do homem. Pois o homem não foi tirado da mulher mas a mulher
foi tirada do homem.” (11,7)
– Paulo continua a basear-se na Bíblia. Ora, sobre a credibilidade da Bíblia já dissemos tudo, quando fizemos aqui a análise crítica do AT.
Resumindo:
a Bíblia do AT, nas suas duas partes – Livros de leis e históricos e livros
sapienciais e proféticos – não é mais do que a história do povo hebreu, eivada
de lendas e misticismos, por um lado, por outro, a recolha feita pelos
sacerdotes, nos anos 500 AC, aquando no cativeiro da Babilónia que se prolongou
por 80 anos, de orações ao seu deus Javé, histórias mais ou menos exemplares,
profecias depois dos factos acontecerem…, mostrando a cultura da época e
daquele povo, nada tendo a ver com ser a Palavra de Deus.
Por
isso, não podemos dar qualquer credibilidade a Paulo, quando se baseia na Bíblia e suas histórias da "Carochinha" para provar o que está afirmando.
–
“E o homem não foi criado para a mulher, mas a mulher foi criada para o homem.
Sendo assim, a mulher deve trazer sobre a cabeça o sinal da sua dependência,
por causa dos anjos.” (11, 8-10)
–
Aqui, Paulo estragou por completo os laivos de equidade que atrás referiu na
relação homem-mulher. E que sinal de dependência deve a mulher trazer sobre a
cabeça? E… por causa dos anjos, personagens que não existem ou existem apenas
no imaginário das pessoas que os inventaram? Temos vontade de exclamar: “Pobre
Paulo e pobre religião que o tem por… Doutor!”
–
“Recebi pessoalmente do Senhor aquilo que vos transmiti: Na noite em que foi
entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse:
«Isto é o meu corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim.» (11,23-24)”
–
Aqui está a primeira vez que tal frase foi proferida na Igreja e que continua a
proferir-se nas missas para os fiéis acreditarem que, àquelas palavras, por
magia divina – seja lá isso o que for! – aquela hóstia se transforma no corpo
do homem-deus – ou Filho de Deus! – de nome Jesus e a quem chamaram de Cristo,
o Enviado do Pai, o Messias, o Salvador que, ao morrer na cruz, (coisa estapafúrdia
totalmente contrária ao apregoado Deus de Amor) redimiu o Homem do pecado
original – coisa que não existiu, pois os seus autores – Adão e Eva – também não
existiram, e lhe ofereceu o Céu… por toda a eternidade. E foi a chamada EUCARISTIA!
Temos também vontade de exclamar: “Viva a fantasia de alguns homens”! E também:
“Viva a capacidade de milhões acreditarem nesse punhado de homens que tal
inventaram!”
–
“Por isso, todo aquele que comer do pão e beber do cálice do Senhor
indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor…, come e bebe a própria
condenação.” (11,27-28)
–
Mais uma afirmação que não faz qualquer sentido já que nem o pão é corpo nem o
vinho é sangue do Senhor que não foi Senhor, mas apenas um judeu com ideias
revolucionárias, ideias pelas quais veio a morrer por serem contrárias às
politiquices religiosas da altura, digladiando-se sacerdotes, escribas e
fariseus que foram chamados por Jesus de hipócritas e sepulcros caiados de
branco…
E
aquele “Recebi pessoalmente do Senhor” só revela que Paulo confundia sonhos ou
fantasias com a realidade, querendo transformar aqueles nesta.
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