À procura da Verdade nos ACTOS DOS APÓSTOLOS
Após este dado de cariz
histórico, deixemos comentários e interpretações e vamos ao texto.
– Ainda há palavras atribuídas
a Jesus, após ressuscitado: “Estando com os apóstolos, numa refeição, Jesus
deu-lhes esta ordem: «Não vos afasteis de Jerusalém. Esperai que se realize a
promessa do Pai, da qual ouvistes falar: João baptizou com água; vós, porém,
dentro de poucos dias, sereis baptizados com o Espírito Santo.» (Act 1,4-5)
– Ora, aí temos mais uma vez
um corpo ressuscitado, comendo, bebendo, deglutindo, falando!... Afinal, com que
corpo comia, bebia, falava? Com que cabeça raciocinava? Que metabolismo o
daqueles alimentos ingeridos, não sabemos com que boca, saboreados não sabemos
com que língua, digeridos não sabemos com que estômago!… Tal problemática não
parece interessar aqueles apóstolos que, “anastesiados” pela magia da presença
de Jesus que viram morto e bem morto, nem lhes passavam pela cabeça tais
“trivialidades”… Mas Jesus comia ou… fingia que comia? Tinha ou não tinha corpo
que era preciso ser alimentado?…
É estranhíssimo que nenhum
crente de hoje se ponha tais questões. É que não são questões menores! Estão no âmago
de todo o imbróglio da suposta ressurreição, ressurreição que está na base do
cristianismo.
– Aliás, com que
individualidade-realidade-essência andou Jesus “cá por baixo”, durante quarenta
dias antes de subir ao Céu? - “Durante quarenta dias, apareceu-lhes e falou-lhes
do Reino de Deus.” (Act 1,3) E porque quarenta e não dez ou cem dias? E que
dias eram aqueles para quem já fazia parte da eternidade, se é que alguma vez
fez parte do… tempo?!
– E aí vem o baptismo do
Espírito Santo. A existência de um Espírito Santo até se pode compreender.
O que realmente não se compreende é porque é necessário que Ele venha para
confirmar na Fé os apóstolos. E, confirmando os apóstolos, nos iluminar também
a nós que bem precisamos que alguém nos ilumine e faça luz nas nossas mentes
que nada entendem e que não conseguem fugir à dúvida sistemática… A economia
divina é assim tão complicada? Necessita de um Deus-Pai, de um Deus-Filho e
ainda de um Deus-Espírito Santo para se apresentar aos Homens? Não complica
Deus tudo? Não sabe Deus que não precisamos para nada de um Espírito Santo para
nos confundir em vez de nos iluminar? Porquê um Deus uno mas trino em pessoas
como reza o mistério da Santíssima Trindade? Esta seria sem dúvida uma das
muitas perguntas que teríamos feito a Jesus Cristo se tivéssemos lá estado,
antes que Ele fosse definitivamente para o Pai do Céu!
– Realmente, ninguém
entenderá porquê e como é que Jesus nem os apóstolos conseguiu convencer
totalmente, eles que viram tantos milagres e privaram tão intimamente com
Jesus, durante três anos, necessitando ainda de um Espírito Santo para os
confirmar na Fé! Se eles, que tudo viram e tanto ouviram, precisaram de um
Espírito Santo, de quantos precisaremos nós, já não digo para nos fortalecer na Fé, mas simplesmente para termos… Fé?! Quantos?…
É de questionar a honestidade intelectual dos mentores religiosos, neste caso, dos cristãos, papas, bispos, sacerdotes, leigos catequistas que, não sendo ignorantes e tendo uma cabeça para pensar, não vêem que o que ensinam e apregoam tem tudo a ver com falsidade, sendo tudo fantasias inventadas, a maior parte delas sem nexo nem qualquer lógica.
ResponderEliminarDa desonestidade intelectual dos mentores religiosos falaremos no próximo texto.