À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 65/?
– E novamente os gritos de
“Crucifica-O! Crucifica-O!” da multidão, obviamente comandada pelos sumos
sacerdotes que justificavam: «Nós temos uma Lei e, segundo a Lei, Ele deve
morrer porque Se fez Filho de Deus.» (Jo 19,7)
– Não teriam aqui, pelo menos
alguma razão, os sumos sacerdotes? Deus, a ter um Filho, não “deveria” tê-Lo
apresentado à humanidade de forma mais explícita de modo a não deixar dúvidas a
ninguém de quem era realmente filho? Quem consegue compreender-aceitar que haja
um Deus que inspira umas Escrituras, nas quais é previamente programada a vinda
do próprio Deus, de forma romanticamente divinizada, mas com a marca da morte
de expiação, na senda dos holocaustos de animais do A.T. cujo perfume era
agradável a Deus? Quem não se perde nos meandros de uma odisseia divina sem…
sentido? Quem???
Jesus, ao dizer-Se Filho de
Deus, infringiu a Lei! E não era possível, no mesmo tempo em que infringia a
Lei, dizer-Se acima da Lei, para poder infringi-la por ser Filho de Deus!…
Teria de ser outra a actuação! Teria de ser outro o tempo, outro o lugar…
Eliseu e outros profetas também fizeram milagres e não se apresentaram como
filhos de Deus. Como queria Jesus ser reconhecido como tal?
Mas – incongruência das
incongruências divinas – se fosse reconhecido como tal, as Escrituras não se
cumpririam…
Estes judeus que escreveram a
Bíblia não mediram todas as consequências das suas afirmações só aparentemente
transparentes…
– “Jesus respondeu a Pilatos:
«Não terias nenhuma autoridade sobre Mim se não te tivesse sido dada por Deus.
Por isso, aqueles que Me entregaram a Ti têm uma culpa maior do que tu.» (Jo
19,11)
– Então, o poder de Pilatos
veio-lhe de Deus ou dos Homens? Porquê de Deus? E que poder? Só o exercido ali
sobre Jesus ou também o que exercia a mando do imperador de Roma? Ou, se
quisermos, que Deus é este que dá tal poder a quem não o sabe exercer?… Quantos
ao longo da História não se aproveitaram desta afirmação de Cristo para
cometerem as maiores atrocidades no povo que governaram, em nome de Deus!… E
continuam a fazê-lo hoje…
Enfim, que culpa tem o
próprio Pilatos na morte de Cristo? Se tivesse impedido tal morte por não ter
encontrado culpa alguma nele, como se teriam cumprido as Escrituras? Escrituras
que ninguém pode anular, segundo o próprio Jesus Cristo: “Ninguém pode anular a
Sagrada Escritura.» (Jo 10,35)?
É! A lógica escapa-se-nos
completamente! E já não sabemos como “lidar” com este Deus que imiscuímos em
tudo quanto é humano, não Lhe sobrando nada de… divino!…
Realisticamente, teremos de
concluir que mais uma vez a Bíblia se descredibiliza completamente e que não vem de inspiração divina mas de pura inspiração humana. Que pena!
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