À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 8/?
– É!… Comecemos pelos judeus…
Os judeus não se davam bem com os samaritanos, naquele tempo e, pelo tempo
fora, ao longo da História, espalhados pelo mundo, em todo o lado fizeram tais
judiarias que de muitas nações foram expulsos, não se vendo actualmente que não
sejam eles a causa última de grande parte dos conflitos mundiais… E era deles
que vinha a salvação?… (Em abono da verdade e da justiça, digamos que também é
o povo que coleciona mais prémios Nóbel, em todos os domínios, da Arte à Ciência,
tendo-nos dado, entre outros, um Jesus e um Einstein.)
– “O dom de Deus… a água
viva… Aquele que te pede de beber…” Porque fala Jesus com a mulher do povo em
linguagem que nem letrados entenderam ou… entendem? Porquê comparações de água
que leva à vida eterna, se a samaritana não entendeu que água nem que vida
eterna?
E mandou-lhe Jesus ir chamar
o marido, sabendo Ele que o não tinha, para que ela exclamasse: “Vejo que és um
profeta.”? Porque não lhe falou mais claramente quando falou da água viva para
que ela O sentisse como… divino?
Novamente, palavras de não
fácil entendimento… para a samaritana e… para nós: “Todos podem adorar o Pai
neste monte e em Jerusalém… Nós, os judeus, sabemos quem adoramos porque a
salvação vem dos judeus… Todo o que adora Deus deve fazê-lo em espírito e com
verdade…” Pois, o que é adorar a Deus? E o que é adorá-Lo em espírito e com
verdade?
Tanto não entendeu que a
samaritana disse esperar pelo Messias para lhe explicar aquelas coisas… Não
sabemos se a afirmação de Cristo: “Eu sou esse Messias” foi realmente credível
para aquela mulher. É que, em boa verdade, Jesus nada explicou… Tudo deixou no
ocultismo de palavras bonitas… A samaritana apenas entendeu que Cristo
“adivinhara” o seu “jogo aos maridos” e que não tinha balde para lhe dar a água
viva: “Nem sequer tens um balde e o poço é fundo. Donde é que tiras a água
viva?”
E porque teriam ficado
admirados os discípulos por encontrarem Jesus a falar com… uma mulher? Parece
estranha a concepção que eles faziam de Jesus…
Ainda uma pergunta inoportuna
mas talvez plena de interesse: “Se nenhum dos discípulos foi testemunha destes
deliciosos mas não menos complicados diálogos, como os refere João, com tanta…
“fidelidade”? Quem lhos teria contado?”
Só resta dizer que o cenário
se prestaria ao… romance… Aquela mulher que já ia no sexto homem, como olharia
aquele belo Jesus?… Com que olhos gulosos O desejaria?… E o Jesus-homem… que
sentimentos teriam perpassado pelo seu cérebro-coração?… Como se entrelaçaria
ali a dimensão humana com a dimensão divina?
Enfim, João volta a um dos
seus temas preferidos para adensar o mistério: a água (já presente no suposto
milagre das bodas de Caná, no diálogo com Nicodemos, na fala de João Baptista).
Aqui, a água viva! É refrescante, sem dúvida, mas ficar-se-á por aí…
Cada vez estamos mais convencidos de que João, bom escritor, criou um Jesus ao seu modo de pensar a vida e a vida eterna. Baseado certamente em alguns factos de que se recordava, por ter privado com Jesus, vai inventando e criando, como se fora um romance. Repetimos: é impossível que ele retivesse da boca de Jesus, este como outros diálogos, belos mas confusos do ponto de vista doutrinal e teológico. E o Jesus que ele criou só o descredibiliza como Filho de Deus que veio à Terra para salvar a Humanidade, como se reza na religião… Então, nas missas, não se deveria dizer: “Evangelho de Jesus Cristo se segundo São João”, mas: “Evangelho de João, interpretando o seu Jesus Cristo…”
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