A quem aproveitam as orações que se fazem aos deuses, por esse mundo?
1 – Quem disse aos gurus
religiosos que os deuses ou santos estão a ouvir as preces dos seus crentes? –
Ninguém, obviamente. Puras fantasias!
2 – Mesmo que as ouvissem,
que valor teriam aos seus olhos e aos seus ouvidos – se é que têm olhos para
ver o crente orante e ouvidos para ouvir os seus lamentos? – Muito
provavelmente, nenhum, já que cada ser humano é apenas um pontinho temporal,
existente num pontinho do Universo que se chama Terra… e deuses ou santos – a
havê-los num Céu infinito – teriam muito mais fantásticas realidades em que
pensar e com que se “divertir” do que atender a um mísero pontinho de matéria
energizada que dá pelo nome de Homem!
3 – Tudo isto pressupõe a
existência inequívoca de seres superiores espirituais que de algum modo
supervisionam a humanidade, o que tudo leva a crer que seja também pura fantasia
de alguns ditos iluminados, fruto das suas exacerbadas emoções.
Portanto:
1 – Convidar à oração é uma
monumental fraude porque induz o crente num total erro, levando-o a confiar no
poder da oração, não para ele fazer o esforço necessário para obter o que
deseja – seja em que campo da actividade humana for – mas no esforço dos seus
deuses ou santos que o irão ajudar.
Aliás, o povo, embora mentalmente
subjugado e enganado pelas crenças, diz na sua sabedoria: “Deus ajuda a quem se
ajuda”; ou: “Fia-te na Virgem e não corras!” (Isto é: se não correres, serás
apanhado, não haverá Virgem que te valha…)
2 – Quem tal atitude toma –
dos papas, rabinos, imans, etc. até ao mais humilde servidor das ecclesias –
não deixa de ser criminoso, mentiroso, falsário. Em consciência, cometem pelo
menos o crime de abuso de confiança…
3 – Compreende-se que os
cristãos, por excelência, acreditem no poder da oração. É que têm o seu
mestre/Deus Jesus que não só orou como ensinou a orar, como se testemunha
várias vezes nos evangelhos, embora estes não sejam dignos de qualquer
credibilidade histórica. E ensinou o “Pai nosso”, e como fazer quando se reza,
etc, etc. E ele próprio rezou: “Pai, se é possível, afasta de mim este cálice
mas faça-se a tua vontade e não a minha!”, no Jardim das Oliveiras, temendo
pela sua morte horrível iminente. (Aqui, pela História, o Pai fez ouvidos de
mercador, não mostrando qualquer amor pelo seu Filho muito amado…). Mas Jesus
parte de um princípio que não prova, logo, sem qualquer credibilidade: “Deus é
Pai, é Amor e ouve os clamores dos seus filhos, os Homens.” – Uma invenção de
Jesus, bonita embora, mas pura invenção da sua fértil fantasia, aliás, na senda
do judaísmo que rezava a Javé, no Templo.
4 – Todos os santuários e
locais de culto e de oração deveriam pura e simplemente acabar,
transformando-se em locais de cultura e de civilização, já que cultos e orações
são fruto da ignorância e da incivilização, incivilização imposta ao Homem por
uns impostores que se servem da sua debilidade emocional para viverem à sua
custa.
Então:
Diríamos que as orações só
ajudam a quem as faz. Ao rezar, cada um interioriza o trabalho e esforço que
tem de realizar para obter o que deseja. E vai ao médico se está doente e trata
o corpo se este manqueja em algum dos seus órgãos.
Assim, rezar pelos outros é
absolutamente inútil para esses outros. Salve-se algum movimento telepático ou
contacto remoto electromagnético cerebral que possa de algum modo influenciar o
comportamento do visado. Parecem existir casos, mas de difícil provação.
Mais uma vez, vem aí Fátima,
local de culto por excelência baseado numa monumental mentira arquitectada pelo
clero daquela região, durante a 1ª Grande Guerra, em 1917.
Já provámos largamente que
Fátima é de veracidade impossível, mesmo como fenómeno religioso-teológico,
analisado a partir de dentro. Foi isso que fizemos em uma dúzia de textos
publicados aqui, de 30/5/2011 a 01/9/2011. A reler, obviamente!
Particularmente sintomático
da sua falsidade é a suposta oração supostamente ensinada pela suposta Virgem supostamente
aparecida às três famintas crianças e que ainda os crentes rezam hoje, aquando
do terço ou do rozário: “Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do
fogo do inferno e levai as almas todas para o céu, principalmente as que mais
precisarem.”
É que não há pecados que Jesus
possa perdoar, nem pode livrar-nos de um fogo inexistente de um inferno também
inexistente; e, a haver almas à espera de irem para o céu, é totalmente
disparatado pedir que leve para esse inexistente céu as que mais precisarem.
Então, o que é que faz às outras? Meu Deus, como é possível haver crentes que
debitam isto, na reza do terço ou do rozário – mais duas invenções do clero da
altura – sem questionarem a sua total irracionalidade! Como?
Mas aí temos peregrinos a
caminho de Fátima, peregrinos crentes que fizeram promessas à Virgem, em tempos
de aflição, tendo essa aflição sido colmatada com algum sucesso. Algumas,
asquerosas: depois de centenas de kilómetros a pé, ainda rastejam junto à
capelinha das supostas aparições e aí queimam kilos de velas, animando o
comércio local, e depositam esmola nas inúmeras caixas para o efeito espalhadas
dentro e fora da basílica. Um excelente negócio para a Igreja Católica: são
milhões anuais! Secretos, claro, pois ninguém pode saber para onde vão esses
dinheiros dados ao… “Céu”!!!
Os teólogos cristãos, ao inventarem o Mistério da SSª Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - não tiveram em conta a oração três vezes repetida do Jardim das Oliveiras, nem aquele derradeiro desabafo de Jesus na cruz: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?" Nitidamente, Jesus manifesta-se em toda a sua humanidade, nada deixando antever que tivesse qualquer conotação divina. Se realmente ele fosse Filho de Deus e Deus com Ele na Unidade do Espírito Santo - como dizem os teólogos - estes dois diálogos nunca teriam existido porque não fariam qualquer sentido. Portanto, perdoem-me os crentes, mas esta invenção da SSª Trindade é, no mínimo, de uma total insensatez, para não dizer perversidade...
ResponderEliminarJesus, ao chamar Pai a Deus, nunca quis dizer que ele fosse ontologicamente seu filho. Ele é filho de Deus como qualquer ser humano o é, acreditando num Deus Criador, como narra a Bíblia do Antigo Testamento, logo no livro do Génesis. Os seus discípulos, os evangelistas e S. Paulo que o fizeram Filho de Deus ontologicamente não foram honestos intelectualmente. Agiram emocionalmente e - feliz ou infelizmente para a Humanidade! - tiveram sucesso na sua invenção: o cristianismo que eles criaram baseado na crença de que Jesus era realmente Filho de Deus e Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo é, hoje, seguido por mais de mil milhões em toda a Terra.
ResponderEliminarIsto, além de toda uma civilização e uma cultura artística, únicas e riquíssimas em valores, que se criaram à volta de tão "simpática" invenção!...