À procura da
VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo
S. LUCAS – 19/?
Realmente,
aquele “Vosso Pai que está nos Céus” de Jesus parece uma espécie de Deus-homem
que está ali para abençoar as nossas boas acções para com o próximo, sobretudo
os pobres e deserdados da sorte, e também para nos castigar se esquecemos o
nosso irmão, levando-nos até ao fogo do inferno onde há choro e ranger de
dentes, se chamarmos estúpido a esse mesmo irmão…
Como
tudo é visto tão à humana, santo Deus! Como nós queríamos que Jesus nos
apresentasse um Deus que fosse mais Deus e menos homem! Um Deus realmente
infinito e eterno! Será que nem Jesus Cristo, perdido que estava com a sua
ideia de Deus-Pai, viu Deus como uma realidade transcendental, fora do Tempo e
do Espaço, não “subjugado” a um Céu, com anjos para O servirem, organizados em
legiões para O “defenderem” contra um hipotético inimigo - como se Deus pudesse
ter inimigos, santo Deus! - realidade acima de tudo o criado e não-criado, como
aliás diz o Credo católico, elaborado
muito tempo depois de Cristo? - perdoem-nos mais esta heresia!…
É!
Insistir com Deus é… é… humanizar Deus. Sem qualquer dúvida…
E
Jesus parece não ter consciência de tal humanização…
Ainda
mais sem sentido é a pergunta final: “Mas o Filho do Homem, quando vier, será
que vai encontrar Fé sobre a Terra?” (Lc 18,8)
Não
se percebe que Fé quererá Cristo encontrar sobre a Terra quando voltar. E se
duvida que haja Fé, deveria sentir-se frustrado na sua missão de ter vindo dar
Fé à humanidade e não o ter conseguido. Pois, que Lhe aproveitaram tantos
milagres, tanta fraternidade apregoada, tanta dor na cruz, tanta fadiga em
fundar uma Igreja?
E
com estas interrogações todas, Jesus que tinha tudo para salvar todos os
Homens, ficou-Se por apenas alguns eleitos, por apenas alguns a quem conseguiu
firmar na Fé, apenas alguns dos muitos biliões que a Terra teve, tem e terá
pelos séculos dos séculos que afinal têm um fim e não são “sem fim, ámen”, como
reza também o Credo da Igreja… Que
Céu tão apoucado este, afinal, o de Jesus Cristo!… E Ele que é o próprio a duvidar
de que haja Fé quando voltar, certamente no fim dos tempos, embora nunca tenha
dito que fim e que tempos…, o que era fundamental para que pudéssemos saber
como organizar a nossa curta vida dos setenta, oitenta, noventa anos…
Enfim,
é o Jesus que temos! E se não conseguiu convencer-nos de que realmente o Céu
existe, ao menos indicou-nos o caminho para o Céu da Fé, e melhor mesmo é
acreditar que exista realmente e que lá vamos parar, depois que nos formos…
senão ficamos sem… NADA!
Então,…
acreditemos! Joguemos o jogo de Jesus a quem chamaram de Cristo!… E se não
tivermos Fé, insistamos com Deus para que no-la dê! E não desistamos até que a
nossa Fé seja tão grande que seja capaz de arrasar montanhas ou de fazer
milagres, como o próprio Jesus também nos disse. (Mt 17,19-21)
E
ai dele, se não for verdade o que nos ensinou a fazer ou se não surtir efeito!
Não Lhe perdoaremos e matá-Lo-emos de novo, caso cá apareça, nem que seja no
fim dos tais tempos, que não sabemos que tempos são…
Sem comentários:
Enviar um comentário