“Afinal, de quê, como e onde viveram Jesus e os seus discípulos, durante aqueles 3 anos de vida pública?” – 2/2
Ora bem, se era Filho de Deus
e Deus com o Pai, então seria lógico e racional que utilizasse, enquanto
humano, os seus poderes divinos em relação ao dia-a-dia. E, assim, nem
necessitariam, ele e os apóstolos, de mendigar ou esmolar o seu sustento,
porque, na hora da fome, Jesus simplesmente mandava sentar os que o seguiam e,
à sua frente, aparecia o alimento necessário, para aquela refeição, fosse de
manhã, ao meio-dia ou à noite. E todos os dias variaria a ementa! E seriam
ricos manjares confeccionados ao sabor de cada um! Obviamente, por milagre,
milagre real, realmente divino!...
O mesmo aconteceria com o
sustento das famílias dos que tudo deixaram e o seguiram!
E o mesmo aconteceria com o
vestuário, o calçado, a casa onde dormissem, o leito onde se deitassem…
Gastava-se a túnica, e, em seu lugar, surgia
uma nova ainda mais bela do que a que se rasgara; rompiam-se as sandálias, e logo
ali apareceriam umas outras, lindas, prontas a estrear! E o tecto onde se
abrigassem à noite para o merecido descanso…, uma beleza, um encanto, um
convite ao repouso e ao doce sono…, que o dia seguinte seria duro a calcorrear
caminhos pedregosos para irem de terra em terra, aldeia em aldeia, cidade em
cidade, a anunciar a Boa Nova da vinda do Reino!
Pois…, não estamos a falar de
um Filho de Deus, Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo?
Aliás, tais milagres viriam
na linha de alguns inventados por Mateus, milagres espectaculares como os dois
da multiplicação dos pães e dos peixes, com o fim de alimentar milhares de
pessoas que o seguiam, sobrando ainda muitos cestos, estando já todos saciados,
podendo-se criticar, na invenção de Mateus, os cálculos mal feitos pelo milagreiro Jesus…
Mais: falando de cansaço e de
fome e de sono…, porque não fazer o milagre – mais simples!!! – de simplesmente
não terem nem sono, nem fome, nem cansaço? Todos divinizados! Todos
experienciando uma não-humanidade desconhecida, já que o tempo era de intervenção
de Deus na história dessa mesma Humanidade! Lindo! Original! Espectacular em
emoções e vivências do outro mundo!
Ah, como tudo isto tem lógica
e é, ao mesmo tempo, um non-sense
total! A conclusão que se retira de toda esta impossibilidade do milagre
acontecer é simples e drástica:
Jesus não era, não foi, nunca foi mais do que um
homem, um humano igual a todos os humanos, embora com ideias revolucionárias e dotado de poderes – uns inatos,
outros aprendidos – de curar doenças, não do foro físico – como repor uma perna
ou um braço ou um olho inexistentes, ressuscitar um morto, etc. (Embora João
tenha inventado a história da ressurreição de Lázaro – Jo 11,1-46 – e a Bíblia
– AT e NT – conte ainda outras ressurreições mas que, obviamente, não
existiram!) – mas do foro psicológico, doenças que muitas vezes foram
atribuídas a espíritos malignos que possuiriam o indivíduo doente.
E aí temos o verdadeiro
Jesus! Um curandeiro e um pregador da
fraternidade universal e da igualdade entre todos os humanos. Grande homem! Mas…
apenas homem!
Foi esse homem que, apavorado
com o sofrimento atroz na cruz, morrendo lentamente, esvaindo-se em sangue,
descreu do seu Pai que estava nos Céus, e cujo nome ele propagou na sua pregação,
ensinando mesmo uma oração comovente: “Pai nosso que estais no Céu…”,
exclamando: “Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?!” Um grito bem humano e
que ainda hoje ecoa, revelando a verdadeira realidade e natureza de Jesus: o homem que nasceu de Maria e de José, em
Nazaré da Galileia, e que morreu pelo ideal que defendia.
O próximo texto apresentará uma proposta revolucionária: NOVÍSSIMA MISSA DE DOMINGO, missa que se propõe seja substituta da missa actual, pois baseada num Jesus-Homem verdadeiro e não num Jesus-Filho de Deus inexistente. E tudo será diferente, do Kyrie ao Credo, à Homilia, da Eucaristia à Comunhão. Será uma pedrada no charco da falsidade e da crença baseada em fantasias/mistérios impostas aos fiéis como VERDADES!
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