À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo
S. LUCAS – 14/?
–
Gostaríamos era de saber como é aquela alegria entre os anjos de Deus! Que
risinhos, que cânticos, que danças, que… bebedeiras de néctares divinos!
E
com que bocas sorrirão? Com que vozes entoarão canções? Com que pupilas
gustativas se deleitarão em deliciosas bebidas?!…
Ou
- creio que nos repetimos - não há anjos, nem vozes, nem bebedeiras, porque
tudo é símbolo de um Céu que criámos à nossa imagem e semelhança, mas que, se
existe realmente, tem de ser outro Céu que seja apenas um estado de alma - que
é de espíritos que se trata - em que todo o enlevo da presença de Deus nos
consome e nos “tortura” de prazer contínuo e eterno…
Estranho
é que Jesus assuma tal linguagem de anjos a alegrarem-se e de céu a comemorar
vitórias sobre o pecado… Não poderia usar linguagem mais apropriada à
realidade? (Isto aceitando que os espíritos/almas/o imaterial que o nosso cérebro
produz subsistem para além desta vida, o que manifestamente é incomprovável…)
Outra
história narrada apenas por Lucas e colocada na boca de Jesus, é a do Filho
Pródigo.
Excelente
narrativa! “«Pai, dá-me parte da herança que me cabe.» E partiu para um lugar
distante.” E esbanjou o dinheiro em vida desregrada… E teve de guardar porcos,
comendo da sua comida… “Vou ter com o meu pai e dizer-lhe: «Pai, pequei contra
Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho. Trata-me como um dos
teus empregados.»” E o pai fez uma grande festa, matando o novilho gordo… Mas o
filho mais velho não gostou: “«Eu trabalho para ti há tantos anos, nunca
desobedeci a nenhuma ordem tua; e nunca me deste um cabrito para eu festejar
com os meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que devorou os teus bens com
prostitutas, mataste logo o novilho gordo!» Então o pai disse-lhe: «Meu filho,
tu estás sempre comigo e tudo o que eu tenho é teu. Mas era preciso fazer uma
festa e alegrarmo-nos porque o teu irmão estava morto e voltou a viver, estava
perdido e apareceu.»” (Lc 15,12-32)
–
Que humanidade revela a alegria deste pai!
Mas…
que humanidade pretendia Jesus, contando-nos esta história? Não merecia aquele
filho castigo em vez de festa? Ou o “comer com os porcos” e o reconhecer o seu
erro foi-lhe castigo suficiente?
Para
o “Céu”, lembra-nos a história do pastor que deixa as noventa e nove ovelhas e
parte à procura da que se tinha perdido…
E
a maior alegria que há no céu por um pecador arrependido do que por noventa e
nove justos que não pecaram…, a tal alegria que não sabemos com que risinhos se
expressará!
Encantados
embora com tais histórias, pena é não percebermos onde é que realmente está o
Céu que nelas se aponta, nem o “pai” ou o “pastor” que se alegrará por
voltarmos ao rebanho ou à casa paterna… Se conseguíssemos!… Se fosse clara a
ponte entre esta Terra e este Céu!… Mas… tudo parece não passar além da esfera
do humano e da valorização dos nobres sentimentos do Homem, em detrimento dos
baixos instintos de raiva e ódio a que somos tão propensos, sendo-o pouco ao
amor e à misericórdia!…
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