À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. LUCAS – 5/?
– No sermão das
bem-aventuranças, Mateus omite e Lucas acrescenta a parte condenatória: “Mas ai
de vós, os ricos, porque já tendes a vossa recompensa! Ai de vós que agora
tendes fartura, porque ireis passar fome! Ai de vós que agora rides porque
ireis ficar aflitos e chorar! Ai de vós se todos vos elogiam porque era assim
que os vossos antepassados tratavam os falsos profetas.” (Lc 6,24-26)
– Nunca entenderemos porque é
que o Reino de Deus é apenas para os pobres e os humildes… Ou porque é que
esses hão-de ter uma bem-aventurança eterna e os outros uma condenação também
eterna…
Ou porque é que quem chora
agora vai rir depois e quem ri agora tem de depois chorar… Pois, para quê o
sofrimento agora ou depois? Porque não fartura e gozo e riso e felicidade para
todos no tempo e na eternidade se a houver? Não seria este o grande objectivo
humano e muito mais divino, em relação ao Homem, em vez de passarmos o pouco
tempo que temos de vida a condenar uns e a exaltar os outros? Terão realmente
algum sentido aquelas condenações bem como a frase: “Quem se humilha será
exaltado e quem se exalta será humilhado.”? (Lc 14,11; 18,9-14)
– Aqui, vale a pena repetir o
que é talvez o ponto mais alto - e mais revolucionário em relação às Escrituras
do “Olho por olho, dente por dente judaico tradicional”! - da mensagem de Jesus
Cristo: “Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam. Desejai o
bem aos que vos amaldiçoam e rezai por aqueles que vos caluniam. Se alguém vos
bater numa face, oferecei-lhe também a outra. Se alguém vos levar a capa,
deixai que leve também a camisa. Dá a quem te pede e se alguém se apodera do
que é teu, não lhe peças que to devolva. Fazei aos outros o que desejais que os
outros vos façam a vós. Pois… se amais somente os que vos amam,… se fazeis o
bem somente aos que vos fazem bem,… se emprestais somente àqueles de quem
esperais receber,…. que merecimento tereis? Vós, amai os inimigos, fazei o bem
e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Assim tereis uma grande
recompensa e sereis filhos do Altíssimo.” (Lc 6,27-35)
– Fantástico! Que paz
universal, meu Deus, com tal programa de atitudes! Como deixaria de haver
inimigos e pobres e ladrões e traficantes pois todos pensariam em dar sem
receber, desejar o bem aos que amaldiçoam, perdoando e sendo perdoados,
oferecendo a outra face ao agressor que perdera o controle, vindo pedir-nos
desculpa, depois, envergonhado perante a nossa tamanha dignidade!…
Mas… utópico ou possível? Mesmo
que seja utópico, não deixa de ser tremendamente belo!
Só não sabemos onde é que
vamos receber a recompensa de tal procedimento, se na Terra se no Céu, se no
tempo, se na eternidade... Nem o que é sermos filhos do Altíssimo. Nem quem é o
Altíssimo. Nem se o sermos seus filhos nos leva a essa vida eterna…
Enfim, das várias máximas de
construção da fraternidade universal preconizadas – quase todas de difícil
execução devido ao caracter tendencialmente perverso e egoísta do ser humano – é
sem dúvida paradigmática e contundente aquela: “Fazei aos outros o que desejais
que os outros vos façam a vós.” E teríamos uma sociedade perfeita, sem todas essas guerras, fomes, injustiças, tantos crimes de Homens contra outros Homens!
Grande Jesus Cristo! Que pena
que a “tua” sociedade continue sendo uma desesperante utopia!
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