À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 42/?
– “Jesus disse-lhes: «O Filho do Homem vai ser entregue na
mão dos Homens. Eles matá-Lo-ão, mas ao terceiro dia ressuscitará.» E os
discípulos ficaram muito tristes.” (Mt 17,22-23) Esta certeza de Jesus que vai
morrer daquele jeito deixa-nos tão perplexos como a certeza com que afirma a
sua ressurreição ao terceiro dia. É que - e de uma vez por todas - ou aceitamos
Cristo como Deus ou Filho de Deus e tudo o mais que Ele tenha dito ou feito tem
de ser entendido como dito e feito por Deus, ou continuamos duvidando até ao
fim, por tropeçarmos a cada passo com tantas interrogações que não dão descanso
à nossa alma!
Claro! E então? Deus ou… a dúvida? – Talvez lá para o fim,
tenhamos alguma resposta… O que é certo é que aqui os discípulos também não
entenderam/aceitaram a morte de Jesus como epílogo de tudo o que passaram por
ele e com ele. Não era um reino deste mundo que eles ambicionavam? Não seria
neste mundo que eles projectavam o Reino do Céu de que Jesus tantas vezes
falava? Da ressurreição, o que eles entenderam, não temos notícia… E é pena não
terem questionado abertamente JC da real hipótese de ressuscitar, pois é aqui
que reside o âmago da Religião cristã. E ainda – e mais uma vez – : não é pelo
facto de dizer que ressuscitará que ressuscitará mesmo. Ao longo destes textos
de análise, já confrontámos JC com tal situação: afirma mas não apresenta
provas credíveis. Diríamos como os miúdos ao jogo quando há batota: “Assim, não
vale!”
No entanto, reflitamos: para qualquer cristão, a morte
deveria ser sempre momento de alegria!… Porque não cantar Hossanas e Aleluias
quando se sabe que finalmente a alma se libertou do corpo e pôde ir ver Deus
face a face no Céu? Então, porque é que a liturgia da Igreja se cobre tanto de
luto na morte e paixão de Cristo? Não deveria Ele suportar todas aquelas coisas
para entrar na Glória e levar-nos para o Pai? Não deveriam ser sempre de alegria
todos os momentos da vida, mesmo e sobretudo o da morte? – É mesmo! Se vamos
para o Céu, se vamos para uma eternidade feliz, quando a felicidade na Terra
foi sempre tão pouca ou tão difícil de alcançar, não devemos saltar, cantar,
dançar até ser dia e não passar dolorosas horas fúnebres numa qualquer igreja
sombria, de trevas e choros feita?
– São as incongruências da religião! Nunca se sabe onde
acaba o humano e começa o divino. E, assim, continuaremos à procura de…
respostas!
Sem comentários:
Enviar um comentário