À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
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– Bem! Se os maus terão castigo eterno, pelas suas más acções no Tempo, os bem-aventurados também terão uma recompensa eterna, por algumas
boas acções - pequenas ou grandes? Importará? - praticadas nesse mesmo Tempo.
Mas esses, como é para irem para o Céu, já não é… escandaloso!
Ao que isto nos levou, Santo Deus! A que imaginações tão
humanas e… terrenais! Mas… se somos Homens, de que outra maneira poderíamos
pensar?
É! É mesmo difícil misturar o humano com o divino…
E afinal, quem dos presentes do tempo de Jesus viu tal Filho
do Homem e tal Reino? Quem? Se tal visão tinha importância para a eternidade,
porque dela não se dá conta? Não era tal visão um levantar do véu que nos
esconde completamente o mesmo Céu?
– Talvez esse véu se levante um pouco com a transfiguração
de Jesus: “Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João
e levou-os a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E transfigurou-Se
diante deles: o seu rosto brilhou como o Sol e as suas roupas ficaram brancas
como a luz. Nisto, apareceram-lhes Moisés e Elias a conversar com Jesus. (…)
Uma nuvem cobriu-os com a sua sombra e da nuvem saiu uma voz que dizia: «Este é
o meu Filho amado que muito me agrada. Escutai o que Ele diz.»
– A precisão de “seis dias depois” é… precisão que perturba
um pouco. Lembrar-se-ia assim tão precisamente Mateus, uns quarenta anos após o
suposto facto?
É, no entanto, pormenor que pouco ou nada importa. Importa é
perguntar a Jesus o porquê desta transfiguração, em ambiente de teofania -
rosto que brilha como o Sol, roupas brancas como luz, a nuvem, a sombra, o
aparecimento de Moisés e de Elias, a voz do Pai… Faz lembrar a encenação
bíblica no Monte Sinai quando Deus apresentou as tábuas da Lei a Moisés, no
meio daquela sarça ardente… Óbvia invenção imaginativa e fantasista, está
claro!
E porquê a repetição pelo Pai do que já havia dito aquando
do baptismo de Jesus: “Este é o meu Filho muito amado…”? (Mt 3,17)
E porquê transfigurar-se apenas perante três apóstolos? É
muito investimento divino para tão pouca produtividade…, o que nos leva a
concluir facilmente que tal transfiguração não existiu realmente mas foi, como
os milagres, fruto da imaginação de Mateus que queria apresentar aos seus
leitores JC como realmente divino ou Filho de Deus.
E que voz teriam eles realmente ouvido? Forte? Pausada?
Veneranda?…
Também aqui, como repetidamente no A.T., Deus a ter uma voz
humana, é realmente humanizar, é descredibilizar Deus, não é?
E como é que os três privilegiados “descobriram” que eram
Moisés e Elias?…
Enfim, porque é que não foram todos os discípulos à
montanha? Quem aliás teria contado a Mateus o maravilhoso acontecimento, para
que no-lo narrasse no seu Evangelho?
E quando? É que Jesus, novamente sem se entender porquê,
ordenou-lhes: “Não conteis a ninguém esta visão até que o Filho do Homem tenha
ressuscitado dos mortos.” (Mt 17,9)
É! Porquê envolver de mistérios e de maravilhoso a SALVAÇÃO
do Homem? A tua, a minha, a nossa salvação? Tua e minha, pois, e sem qualquer
egoísmo, que me importa a mim a tua salvação se eu me vou perder para sempre?
Ou igualmente para ti: não te importa salvares-te primeiro a ti e depois os
outros?
Aliás, o que nós solidariamente queríamos é que houvesse
salvação para todos, mas sem esta carga tão pesada de mistérios, tão pesada,
tão pesada que não conseguimos libertar-nos dela por mais esforços que façamos…
Estamos completamente subjugados! Sem qualquer resposta… Valha-nos Deus!
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