À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 19/?
–“É de João que a Escritura diz: «Eis que Eu envio o meu
mensageiro à tua frente para Te preparar o caminho.» Eu vos garanto: De todos
os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Baptista. No entanto, o
menor no Reino do Céu é maior do que ele.” (Mt 11,10-11)
– Os enigmas continuam… E descredibilizam o Jesus da nossa
última esperança de encontrar a Verdade!… Em boa verdade, porque precisava
Jesus de um mensageiro? O ser Filho de Deus, não era suficiente? Os seus
milagres não eram suficientes? Porque rodear-Se então do aparato de um
precursor?
E continuamos sem entender, ou cada vez entendemos menos o
que é o “Reino dos Céus”, pois o que é ser “o menor” nesse Reino? E quem será o
maior? Há assim categorias de maior e de menor, seja isto simbólico ou real?…
Já o dissemos e a dúvida persiste: Nunca saberemos se tudo o
que é posto na boca de Jesus Cristo foi realmente Ele que o disse ou foi Mateus
que assim o interpretou, já referindo tradições cristãs que, embora “recentes”
de uns quarenta anos, adulterariam as palavras de acordo com o seu
entendimento.
– “Com quem vou comparar esta geração? São como crianças
(…). Veio o Filho do Homem que come e bebe e dizem: «Olhem para este homem!
Come bem e bebe melhor e é amigo de (…) gente de má fama.»” (Mt 11,19)
– Deixando de lado a jocosa comparação, perguntaríamos: “Não
é, pelo menos, intrigante esta dualidade existente em Jesus com uma alma divina
e um corpo humano? Como saborearia aquele vinho e aqueles manjares? Como se
riria de anedotas que contassem, algumas delas, com pontinha de malícia? Ou
nunca riu nem sorriu?…”
E tantas outras perguntas que poderíamos fazer acerca desta
real dicotomia divino-humana. Mas essas deixamo-las à imaginação dos leitores,
leitores a quem compete também serem críticos…
– “Então, Jesus começou a falar contra as cidades onde havia
realizado a maior parte dos seus milagres, porque elas não se tinham
convertido. (…) Se em Tiro e Sidónia tivessem sido realizados os milagres que
se realizaram em vós, há muito que elas teriam feito penitência, vestindo-se de
cilício e cobrindo-se de cinza. (…) E tu, Cafarnaum, (…) serás precipitada no
inferno! Porque se em Sodoma tivessem sido realizados os milagres que em ti se
realizaram, ela ainda hoje existiria. No dia do julgamento, Sodoma terá uma
sentença menos dura do que a tua.” (Mt 11,20-24)
– Não há dúvida que causa em Jesus uma certa preocupação,
este fracasso da sua actividade milagreira. De tal modo que se vê “obrigado” a
condenar tais cidades e a compará-las com as velhas Sodoma e Gomorra que
sofreram castigos pelos seus pecados. Incompreensível para uma acção, supostamente divina, este fracasso…
E não é estranho que Jesus, Filho de Deus e portanto
omnisciente, sabendo por isso que os seus milagres não iriam criar o
arrependimento pretendido, tenha insistido em realizá-los lá? Com que
objectivo?
Enfim, de novo, o julgamento (no Juízo Final) que
continuamos sem saber nem quando, nem onde, nem como!…
E também de novo… o inferno, parecendo haver um certo javismo bíblico do A.T. naquele “serás
precipitada no inferno”!
Aliás, o A.T. está bem presente no “vestir-se de cilício e
cobrir-se de cinza”. Mas para quê, santo Deus, esta insistência anti-humana no sofrimento tão
inútil para o Homem e, de certeza, de nenhuma utilidade para Deus?!…
Só mais uma última pergunta: “O que seria - o que será -
realmente converter-se e fazer penitência?”
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