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Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
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– “Então, Jesus, conduzido pelo Espírito Santo, foi para o
deserto, a fim de ali ser tentado pelo diabo.” (Mt 4,1)
– Jesus ser tentado pelo diabo é… diabólico! Não se percebe
qual o interesse de uma tentação a um Filho de Deus. E de ser esse Filho de
Deus “obrigado”, pelo Espírito Santo, a ser tentado. É tudo tão estranho! Bem
nos parece tal “facto” ser fruto da prodigiosa imaginação de Mateus, como o seu
desfecho:
– Vencedor das tentações do diabo, “aproximaram-se alguns
anjos que O começaram a servir.” (Mt 4,11)
– Fácil, sendo-se Deus, vencer o diabo, não é? Difícil de entender
é que sendo o diabo esperto, ainda vá tentar Jesus, sabendo da derrota
inevitável! Ou… a tal foi obrigado? - perdoe-se-nos a disfarçada ironia! E os
anjos a servirem Jesus? Que anjos? Que manjares serviriam a um Jesus que jejuou
quarenta dias e quarenta noites? Manjares da Terra ou… do Céu? Que maravilhoso
este que possa merecer qualquer credibilidade? Não mergulha no mais profundo fantástico
da imaginação, do mistério, do… milagre? Como se terá realmente comportado Jesus no meio deste maravilhoso humano-divino? Aliás, que Cristo jejuou
quarenta dias e quarenta noites? O Jesus-homem ou o Jesus-Deus? Enfim, quem
presenciou tal maravilhoso para dele Mateus nos dar testemunho, uns 40 anos
mais tarde?
Os quarenta dias e quarenta noites fazem-nos lembrar os
quarenta dias e quarenta noites que Moisés passou no Monte Sinai… E também os
quarenta anos que o povo “eleito” errou no deserto, depois de ter saído do
Egipto…
Mas, porque precisou de quarenta dias e quarenta noites de
jejum? Para ser tentado pelo diabo?… Aliás, que milagre seria maior: virem os
anjos servirem Jesus ou simplesmente Jesus não ter fome num corpo que estaria
completamente dominado pelo espírito divino que o informava? Enfim, que anjos
tiveram a dita de saírem da “monotonia” celestial de sempre louvarem e
bendizerem ao Senhor, para “descerem” até à Terra e darem de comer - e
certamente de beber! - a Jesus Cristo, lá numa bela paisagem de deserto, de
dunas de areia rosa ondulando, tão diferente das paisagens sempre floridas e
verdejantes do paraíso?…
“Descer”!… Acaso o Céu fica lá em cima? É que não há acima
nem abaixo mas apenas espaço sideral! Ah, como humanizamos o inumanizável
divino!… Somos mesmo incorrigíveis!
E a quem serviu o sacrifício do jejum? Ao próprio Jesus
enquanto homem? Uma espécie de desintoxicação alimentar e preparação para as
longas caminhadas pela Galileia?
Resta-nos comentar, mais uma vez, os anjos! São sem dúvida
figuras simpáticas! Mas, também sem qualquer dúvida, fruto da imaginação
religiosa de muitos. E aproveitados aqui, por Mateus, para irem satisfazer as
necessidades de um corpo “divino” esfomeado, na saga imaginativa das tentações
de Jesus. Divina comédia!
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