À procura da
VERDADE no livro de MALAQUIAS – 1/2
- Diz-se na Introdução: “Nesta época (440 a.C.),
surge o último dos
profetas clássicos. Malaquias mostra que a submissão a um
frio
código de leis não tem sentido. (…) O profeta relembra um facto
essencial:
Judá é o povo escolhido e amado por Javé.” (ibidem)
Nós perguntamos: Quem terá sido o primeiro a chamar
profetas – e
profetas de inspiração divina – a estes escritores que mais não
fizeram do que exprimir as suas ideias acerca do que viam e
pressentiam a nível
político e social? Depois, que os judeus se
tenham autointitulado “povo
eleito”, nada a dizer; que uma religião,
como a cristã, tenha aceitado tal como
verdade de inspiração
divina, é que já é totalmente questionável ou inadmissível.
- “Palavra de Javé a Israel, por intermédio de
Malaquias (…):
Maldito o fraudulento que, tendo no seu rebanho um animal
macho,
Me oferece em sacrifício um animal defeituoso. Pois Eu
sou o grande Rei (…).”
(Ml 1,1 e 14)
- Quando se oferece, deve dar-se o melhor, não é?
Mas sobre
ofertas ao Templo e sacrifícios já dissemos tudo: grande
invenção dos
sacerdotes para se banquetearem à custa do povo,
comendo e bebendo do bom e do
melhor, e tudo em nome de
Javé!…
Resta notar que a expressão “animal macho” exclui as
fêmeas,
lançando-as implicitamente no rol dos defeituosos… Machismo
ou
anti-feminismo?!
- “Javé é testemunha entre ti e a mulher da tua
juventude, à qual
foste infiel, embora ela fosse a tua companheira, a esposa
unida
a ti por uma aliança. Acaso Deus não fez dos dois um único ser,
dotado de
carne e espírito? E o que é que esse único ser
procura? - Uma descendência da
parte de Deus! Portanto,
controlai-vos para não serdes infiéis à esposa da
vossa juventude.
Eu odeio o divórcio - diz Javé, Deus de Israel (…)” (Ml
2,14-16)
- Interessante! Muito interessante, esta fidelidade
já aqui exigida
440 anos antes de Cristo. Jesus irá dizer o mesmo, no Evangelho
de Marcos 10,1-12.
Mais acutilante é o ódio ao divórcio, por parte de
Javé, quando,
uns séculos antes, a Lei mosaica, em Deuteronómio 24,1-4,
permitia ao homem repudiar e divorciar-se da sua mulher da qual
se havia
desgostado, não dando tal privilégio à mulher. Só Jesus,
a quem chamaram de
Cristo, irá igualizar os sexos, condenando o
divórcio fosse ele de iniciativa
do homem ou da mulher.
Mas o texto continua eivado de machismo. Nele, a
mulher não
é “tida nem achada” nem para o pecado da infidelidade, nem para o
direito ao divórcio…
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