sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 197/?


À procura da VERDADE no livro de ZACARIAS 2/2

- “Dança de alegria, cidade de Sião; grita de alegria, cidade de 
Jerusalém! Eis que o teu Rei vem a ti: Ele é justo e vitorioso. 
Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho, filho 
de uma jumenta. Ele destruirá os carros de guerra de Efraim e os 
cavalos de Jerusalém; quebrará o arco de guerra. Anunciará paz 
a todas as nações e o seu domínio irá de mar a mar, do rio Eufrates 
até aos confins da Terra.” (Zc 9,9-10)
- É realmente um texto que parece anunciar a entrada de Jesus Cristo, 
em Jerusalém, montado num jumentinho e referida por Mateus 21,4-9 
e por Marcos 11,1-11.
No entanto, poder-se-á sempre perguntar: Cristo procedeu de tal modo 
para cumprir as Escrituras que conhecia realmente bem, querendo-se 
afirmar como rei, como veio a fazê-lo mais tarde, perante Pilatos, 
embora o seu reino não fosse deste mundo…, ou foram realmente as 
Escrituras inspiradas para de tal facto darem notícia uns 300 anos 
antes? – Bem mais credível parece a primeira hipótese.
Ainda se comenta, a propósito de 9,9-10: “A mudança esperada (…) 
será obra do Messias (…). Notar o júbilo da saudação programada para 
os tempos messiânicos (…)” (ibidem)
Sinceramente, só com bastante fé é que se descortina aqui um 
Messias e júbilos messiânicos. A alegria da dança e do grito poderia 
provir da relativa paz que se vivia na época. Aliás, atente-se no 
comentário: “(…) O texto acompanha com precisão a campanha 
militar de Alexandre Magno e a destruição de Tiro em 332 a.C. É 
a mão de Deus que julga os opressores e se vinga das cidades 
vizinhas, crónicas inimigas de Israel (…)” (ibidem)
E não era o Rei esperado, mais uma vez, um rei salvador?
Mistério é a afirmação “Ele é pobre…”. Que significado terá realmente?
- “Naquele dia, procurarei destruir todas as nações que vierem lutar 
contra Jerusalém. Derramarei um espírito de graça e súplica sobre 
a casa de David e sobre os moradores de Jerusalém e eles olharão para 
Mim. Contemplarão aquele a quem trespassaram, chorarão por ele 
como quem chora por um filho único (…)” (Zc 12,9-10)
- Comenta-se: “Em contexto apolcalíptico (…), o povo recebe um 
espírito novo (…) e dá-se a morte misteriosa de um «Trespassado» 
(…). João 19,27 viu nisto um elemento da paixão de Jesus que 
assumiu os pecados de todos.” (ibidem)
O texto de Zacarias é por demasiado confuso para se concluírem 
certezas. Que trespassaram Jesus, que Jerusalém O contemplou e 
houve quem chorasse a sua morte, não há dúvidas, a fazer fé nos 
Evangelhos. Mas isso justifica esta suposta profecia?
- “Eis que virá o dia de Javé (…) Então Javé será o rei de toda a Terra 
(…) A cidade nunca mais será condenada à destruição e assim 
quem morar em Jerusalém estará sempre em segurança. (…) As 
famílias da Terra que não forem a Jerusalém adorar o Rei, Javé dos 
exércitos, ficarão sem chuva. Por exemplo, se a família do Egipto 
não quiser sair de casa e não vier, cairá sobre ele a praga com que 
Javé vai ferir as nações que não subirem para celebrar a Festa das 
tendas.” (Zc 14)
- Diz-se, comentando: “Capítulo tardio, talvez da época dos Macabeus, 
é chave de ouro do livro (…): o esplendor de Jerusalém coincide 
com a instauração definitiva do reino de Deus. (…) As nações 
converter-se-ão e afluirão a Jerusalém. (…) A festa das Tendas (…) 
era na época a solenidade mais popular, proclamava a soberania do 
Deus criador e a sua realeza sobre o mundo.”
Diríamos nós: As palavras são bonitas, mas parecem não saciarem a 
nossa sede de Verdade… Então, vamos considerar mais uma vez 
Jerusalém como “morada de Deus”, sendo necessário ir lá para 
adorar esse mesmo Deus? E “estará sempre em segurança quem morar 
em Jerusalém”? E que ameaça é aquela de se ficar sem chuva se não 
se for a Jerusalém adorar o Rei-Javé? Pior: ou celebras a Festa das 
tendas ou… levas com uma praga de Javé!…
É! As palavras bonitas não conseguem apagar a triste ideia desta 
arbitrariedade divina, castigando assim indiscriminadamente, por 
razões… nenhumas! Só nos resta perguntar se não teria sido aqui 
que Maomé se foi inspirar para inserir a ida a Meca, pelo menos 
uma vez na vida, nos seus cinco preceitos fundamentais do seu Corão...

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