À procura da
VERDADE no livro de ZACARIAS 2/2
- “Dança de alegria, cidade de Sião; grita de
alegria, cidade de
Jerusalém! Eis que o teu Rei vem a ti: Ele é justo e vitorioso.
Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho, filho
de uma jumenta. Ele destruirá os carros de guerra de Efraim e os
cavalos de Jerusalém; quebrará o arco de guerra. Anunciará paz
a todas as nações e o seu domínio irá de mar a mar, do rio Eufrates
até aos confins da Terra.” (Zc 9,9-10)
Jerusalém! Eis que o teu Rei vem a ti: Ele é justo e vitorioso.
Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho, filho
de uma jumenta. Ele destruirá os carros de guerra de Efraim e os
cavalos de Jerusalém; quebrará o arco de guerra. Anunciará paz
a todas as nações e o seu domínio irá de mar a mar, do rio Eufrates
até aos confins da Terra.” (Zc 9,9-10)
- É realmente um texto que parece anunciar a entrada
de Jesus Cristo,
em Jerusalém, montado num jumentinho e referida por Mateus
21,4-9
e por Marcos 11,1-11.
No entanto, poder-se-á sempre perguntar: Cristo
procedeu de tal modo
para cumprir as Escrituras que conhecia realmente bem,
querendo-se
afirmar como rei, como veio a fazê-lo mais tarde, perante Pilatos,
embora o seu reino não fosse deste mundo…, ou foram realmente as
Escrituras
inspiradas para de tal facto darem notícia uns 300 anos
antes? – Bem mais
credível parece a primeira hipótese.
Ainda se comenta, a propósito de 9,9-10: “A mudança
esperada (…)
será obra do Messias (…). Notar o júbilo da saudação programada
para
os tempos messiânicos (…)” (ibidem)
Sinceramente, só com bastante fé é que se descortina
aqui um
Messias e júbilos messiânicos. A alegria da dança e do grito poderia
provir da relativa paz que se vivia na época. Aliás, atente-se no
comentário:
“(…) O texto acompanha com precisão a campanha
militar de Alexandre Magno e a
destruição de Tiro em 332 a.C. É
a mão de Deus que julga os opressores e se vinga
das cidades
vizinhas, crónicas inimigas de Israel (…)” (ibidem)
E não era o Rei esperado, mais uma vez, um rei
salvador?
Mistério é a afirmação “Ele é pobre…”. Que
significado terá realmente?
- “Naquele dia, procurarei destruir todas as nações
que vierem lutar
contra Jerusalém. Derramarei um espírito de graça e súplica
sobre
a casa de David e sobre os moradores de Jerusalém e eles olharão para
Mim. Contemplarão aquele a quem trespassaram, chorarão por ele
como quem chora
por um filho único (…)” (Zc 12,9-10)
- Comenta-se: “Em contexto apolcalíptico (…), o povo
recebe um
espírito novo (…) e dá-se a morte misteriosa de um «Trespassado»
(…).
João 19,27 viu nisto um elemento da paixão de Jesus que
assumiu os pecados de
todos.” (ibidem)
O texto de Zacarias é por demasiado confuso para se
concluírem
certezas. Que trespassaram Jesus, que Jerusalém O contemplou e
houve
quem chorasse a sua morte, não há dúvidas, a fazer fé nos
Evangelhos. Mas isso
justifica esta suposta profecia?
- “Eis que virá o dia de Javé (…) Então Javé será o
rei de toda a Terra
(…) A cidade nunca mais será condenada à destruição e assim
quem morar em Jerusalém estará sempre em segurança. (…) As
famílias da Terra
que não forem a Jerusalém adorar o Rei, Javé dos
exércitos, ficarão sem chuva.
Por exemplo, se a família do Egipto
não quiser sair de casa e não vier, cairá
sobre ele a praga com que
Javé vai ferir as nações que não subirem para
celebrar a Festa das
tendas.” (Zc 14)
- Diz-se, comentando: “Capítulo tardio, talvez da
época dos Macabeus,
é chave de ouro do livro (…): o esplendor de Jerusalém
coincide
com a instauração definitiva do reino de Deus. (…) As nações
converter-se-ão e afluirão a Jerusalém. (…) A
festa das Tendas (…)
era na época a solenidade mais popular, proclamava a
soberania do
Deus criador e a sua realeza sobre o mundo.”
Diríamos nós: As palavras são bonitas, mas parecem
não saciarem a
nossa sede de Verdade… Então, vamos considerar mais uma vez
Jerusalém como “morada de Deus”, sendo necessário ir lá para
adorar esse mesmo
Deus? E “estará sempre em segurança quem morar
em Jerusalém”? E que ameaça é
aquela de se ficar sem chuva se não
se for a Jerusalém adorar o Rei-Javé? Pior:
ou celebras a Festa das
tendas ou… levas com uma praga de Javé!…
É! As palavras bonitas não conseguem apagar a triste
ideia desta
arbitrariedade divina, castigando assim indiscriminadamente, por
razões… nenhumas! Só nos resta perguntar se não teria sido aqui
que Maomé se
foi inspirar para inserir a ida a Meca, pelo menos
uma vez na vida, nos seus
cinco preceitos fundamentais do seu Corão...
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