sábado, 24 de novembro de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 196/?


À procura da VERDADE no livro de ZACARIAS 1/2

- Diz-se na Introdução: “A primeira parte do livro (…) contém os 
oráculos do profeta Zacarias, contemporâneo de Egeu (520 a.C.) (…). 
Zacarias, em oráculos e visões (…) estimula (…) a construírem o 
Templo, símbolo da fé e unidade nacional (…) e incentiva a 
formação de um novo quadro político, centrado no leigo Zorobabel 
e no sacerdote Josué. A segunda parte (…) foi escrita no período 
em que os gregos dominavam a Palestina (333 a.C.) (…). O autor 
anuncia o aparecimento do Messias com três características: rei, 
bom pastor e “trespassado”. Ao ler esta segunda parte, é impossível 
não lembrar Jesus que entra em Jerusalém montado num jumentinho 
(rei-messias), ou quando afirma: «Eu sou o bom pastor», Ou ainda 
quando sofre a paixão e morte na cruz.”
Perguntaríamos:
1 – Seria necessário, na economia divina, haver dois profetas para 
apelarem à reconstrução do Templo?
2 – Fé e unidade nacional…, leigo e sacerdote a formarem um novo 
quadro político; isto afinal é religião ou política?
3 – Porque se atribui a Zacarias o texto de 333, quando Zacarias 
viveu cerca de 200 anos antes?
4 – Onde a base para que tais textos se possam referir ao judeu 
Jesus quem chamaram de Cristo?
- “Tive uma visão durante a noite. Vi um homem montado num 
cavalo castanho (…) O anjo que falava comigo (…) (1ª visão); 
Levantei os olhos e vi quatro chifres. Perguntei ao anjo que falava 
comigo (…) (2ª visão); Levantei os olhos e vi um homem (…) 
Então o anjo que falava comigo (…) Veio ao seu encontro outro 
anjo (…) (3ª visão); Javé mostrou-me Josué, o chefe dos sacerdotes, 
parado à frente do anjo de Javé. E Satanás estava de pé, à direita de 
Josué para o acusar. (4ª visão); O anjo que conversava comigo (…) 
Vejo um candelabro todo de ouro (…) (5ª visão); Vi um livro a 
voar: O anjo que falava comigo (…) (6ª visão); O anjo que falava 
comigo aproximou-se e disse: Levanta os olhos e vê (…) É uma 
vasilha que avança (…) Ergueu-se a tampa de chumbo e havia 
dentro da vasilha uma mulher sentada. O anjo disse: «Ela é a 
maldade.» (7ª visão); Levantei os olhos novamente e vi quatro 
carros (…)” (8ª visão) (Zc 1-6)
- São visões que não vale a pena transcrever. E mesmo as anotações 
estas visões parecem-nos ser um esforço inglório para lhe dar 
alguma credibilidade… Que são de difícil interpretação, não há 
dúvida. Mas notemos que as visões são nocturnas, há sempre 
um anjo presente e até aparece Satanás…
A propósito, diz-se: “Satanás desempenha aqui o papel de promotor de 
acusação na sessão celeste; só mais tarde será assimilado ao Demónio, 
espírito do mal, inimigo de Deus e do Homem.” (ibidem)
Não se entende muito bem o que o nosso exegeta quer dizer com 
aquela “sessão celeste”. Que só mais tarde se chame Satanás ao Diabo, 
parece-nos irrelevante.
E a maldade, terá sido encarnada por uma mulher por ser do género 
feminino?!…
Em tempo de remate: Que caras, que rostos teriam aqueles anjos, 
aquele Satanás? Como seriam as suas falas? Que voz? Ou continua 
tudo sendo simbólico, sem caras, sem rostos, sem vozes, tudo sendo… 
figuras de retórica, para Zacarias apresentar as tais ideias 
político-religiosas?
Talvez nos respondam os exegetas: São simbólicas umas, outras 
fundadas na realidade. Josué seria, ali, certamente bem real… 
Mas nota-se que a confusão do real e do metafórico - instalada ao 
longo de toda a Bíblia - continua…

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