À procura da
VERDADE no livro de MIQUEIAS – 1/4
- Socorrendo-nos da Introdução, sabemos que:
“Miqueias (…) exerceu a
sua acção profética na segunda metade do séc. VIII a.C.
(…) Partilha
a preocupação social dos contemporâneos Amós, Oseias e Isaías,
articulando uma vigorosa denúncia das injustiças que grassavam no
seu tempo
(…): os ricos açambarcadores, os credores impiedosos e os
comerciantes
fraudulentos (…) os sacerdotes e profetas gananciosos,
os chefes tirânicos e os
juízes venais (…). O livro também encerra
promessas e esperanças: dentre elas
destaca-se o anúncio do
nascimento do Messias na pequena cidade de Belém. (…)”
(ibidem)
- Perguntamos nós, já repetindo-nos: Porquê de
inspiração divina
uma preocupação social, uma vigorosa denúncia das injustiças
que
grassavam na época de há dois mil e setecentos anos, que grassam
hoje por
todo o mundo? Depois, que credibilidade merece a referência,
ao nascimento de
um Messias em Belém, a 800 anos de distância?!
- “Palavra de Javé dirigida a Miqueias (…) em visão
a respeito de
Samaria e de Jerusalém. (…) Olhai! Javé sai do seu lugar e desce
(…) Debaixo dos seus pés desfazem-se as montanhas, e os vales
derretem-se. (…)
Tudo isto por causa do crime de Jacob, por causa dos
pecados da casa de Israel.
(…) Pois Eu vou reduzir Samaria a uma ruína
(…). A ferida de Judá não tem
remédio e chega até às portas do meu
povo, até Jerusalém (…). A desgraça desceu
de Javé até às portas de
Jerusalém.” (Mq 1,1-13)
- Estamos perante a Palavra de Javé apresentada em
visões, aqui,
sobre Samaria e Jerusalém, ao tempo, atacadas pelo exército
sírio…,
estamos perante o mesmo terror de Javé que desfaz montanhas e
derrete vales…, perante o mesmo pecado que Javé vai castigar com
a ruína e a desgraça…, ítens já
antes referenciados.
Que poderemos concluir de divino, nesta
inspiração em que
o humano é tão natural, em que a realidade
histórica se projecta para além do
Homem, querendo-se fazer
introduzir Deus na História, que não é a história da
Terra e do
Universo, mas de um simples povo, em permanente conflito consigo
e
com os povos vizinhos?
É que se toda a História de todos os povos fosse
atribuída a Javé-Deus, se a Bíblia fizesse depender desse mesmo
Javé-Deus tudo
o que se passa não só à face da Terra mas também
do Universo visível e invisível,
talvez se aceitasse… Mas, não! É só
para aquele povo e… naquele tempo! Aliás,
poderíamos perguntar:
E antes, onde estava Javé? E depois, nestes nossos dias,
onde está
Javé? Que “motor” da História é Ele neste hoje, neste amanhã, daqui
a
milhares de milhões de anos? Em que espaço? Em que Tempo?
Querer fazer de
Javé-Deus o “motor” da História da Terra e, nela, o
Homem, através de um povo dito eleito, é um
total non-sense ou uma
deturpação completa do que é o próprio Ser-DEUS!
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