sábado, 2 de junho de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 175/?


À procura da VERDADE no livro de DANIEL
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Vamos a outra história religiosamente “exemplar”:
- “Os babilónios tinham um ídolo chamado Bel. Com ele, gastavam 
todos os dias, doze sacas da melhor farinha de trigo, quarenta ovelhas 
e seis ânforas de vinho. O rei adorava esse ídolo. (…) Daniel só 
adorava o seu próprio Deus. (…) O rei disse: E achas que Bel não é 
um deus vivo? 
Não vês quantas coisas ele come e bebe todos os dias? Daniel sorriu e 
disse: (…) Por dentro, Bel é de barro e por fora é de bronze; ele nunca 
comeu ou bebeu coisa alguma. Furioso, o rei mandou chamar os 
sacerdotes de Bel e disse-lhes: Se não me disserdes quem come toda 
essa comida, morrereis. Se me provardes que é Bel quem come tudo 
isso, então Daniel morrerá por ter dito uma blasfémia contra o deus 
Bel. (…) Eram setenta os sacerdotes de Bel, sem contar as mulheres e 
as crianças.” (Dn 14,3-9)
- É fácil adivinhar quem morreu!… A estultícia do rei é muita e a 
insensatez dos ídolos incompreensível, apesar de sábios egípcios, 
fenícios, gregos, romanos… neles terem acreditado. Acreditaram ou 
acomodaram-se… E muita daquela comida deveria ser transaccionada 
no mercado negro, pois não teriam os sacerdotes tantas mulheres e 
tantos filhos que tanto comessem e bebessem diariamente!… 
Ou… sabe-se lá!
- Depois, que dizer de setenta sacerdotes para o culto? Se no Templo de 
Javé, havia excessos, aqui ultrapassavam-nos todos! É que isto de viver 
à custa do Templo - com maiúscula ou com minúscula - no dolce fare 
nientefoi sempre bom modo de vida para alguns - perdoem-me aqueles 
que se entregam de corpo e alma aos irmãos e nada mais deles 
pretendem senão servi-los.
Outra história ainda, a do dragão:
- “Havia um dragão enorme adorado pelos babilónios. O rei disse a Daniel: 
Não podes dizer que é de bronze, porque está vivo, come e bebe.” 
(Dn 14,23-24) “Daniel pegou em pez, sebo e crinas (…) preparou bolos e 
atirou-os para a boca do dragão, o qual engoliu aquilo e rebentou.” 
(Dn 14,27)
- Não sabemos o que há de veracidade neste dragão. O autor conta que, 
tendo-se, então, o povo revoltado contra o rei, Daniel foi de novo parar à 
cova dos leões, donde de novo foi salvo pelo anjo do Senhor.
Nós, a uma distância de dois mil e duzentos anos – coisa nenhuma em 
relação ao Tempo Universal! – descrendo dos ídolos de barro, ouro ou 
madeira, por baseados em demasiado nonsense, parece-nos que fomos 
levados a criar um outro – a quem chamamos Deus – e que dizemos 
invisível, vivo e verdadeiro, ao qual atribuímos forma humana, 
sentimentos humanos, reacções humanas, não sendo humano “apenas” 
facto de estar para além da matéria e ser omnisciente, omnipotente 
e eterno. 
Haverá nesta concepção divina algo de verdade, a VERDADE que 
procuramos? Não tendo respostas, a vontade dos crentes – assim 
Madre Teresa de Calcutá! – é de perguntar a esse invisível Deus:
«Porque não Te mostras, ó DEUS VERDADEIRO, e continuas 
escondido de nós, nós que tanto quiséramos conhecer-Te? É que é este 
querer, esta sede de Te encontrar a única força que nos move para 
continuarmos procurando-Te. Acaso poderemos ter sede de alguma 
coisa inexistente? Se não houvesse água, poderíamos desejá-la? O 
raciocínio poderá não colher. Mas, que é a única coisa a que podemos 
agarrar-nos para não soçobrarmos e desistirmos para sempre de Ti, é 
bem verdade. Por isso, mostra-Te para não soçobrarmos na Fé!»

Para os racionalistas, tudo se torna mais fácil: não há angústias divinas 
porque, para eles, Deus não é o “humanoide superior” que as religiões 
criaram, mas sim o TODO ABSOLUTO, INFINITO E ETERNO, TUDO 
CONTENDO ESTEJA OU NÃO FORA DO TEMPO E DO ESPAÇO, 
TUDO SENDO PARTÍCULAS DELE. E sentem-se felizes por saberem 
que, como partículas vivas que são, fazem parte desse DEUS.

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