À procura da
VERDADE no livro de OSEIAS
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- Ali, no
Templo gerido pela classe sacerdotal corrupta, até o
pecado gerava chorudas
receitas… Logo, quanto mais pecado…
Depois, que dizer das múltiplas prostituições
dos sacerdotes,
quer entendidas em sentido simbólico, como a adoração de
falsos
deuses, quer no sentido real do termo?
- Finalmente, perante tantas infidelidades à
Aliança, por parte de
Israel, a Bíblia, aparece-nos como o grande esforço de
Javé -
pela mão dos autores intervenientes - para que o povo abandone
de vez os
ídolos, cuja adoração é estapafúrdia e imprópria de
seres inteligentes, que não
crentes…, e definitivamente se volte
para as leis que a Aliança comporta. Mas
afinal… quem é este
Javé, Deus de Israel? Esta a grande interrogação para a
qual
bem quiséramos ter uma resposta com sentido… Mas não, não
temos resposta.
E, assim, perdemo-nos nos meandros de uma
fé muito pouco esclarecida, fazendo
do mistério a sua grande
base de apoio!
- Uma derradeira pergunta: Não gera perplexidade o
movimento
de pessoas e negócios gerados à volta dos templos e santuários?
Antigamente… como hoje? E qual a causa? E qual o efeito?
De qualquer modo, que
se negoceia à custa de Deus, da Virgem
ou dos santos, de Buda ou de outra
divindade qualquer, é
evidente verdade… Diabólica verdade!…
- “Quando Israel era menino, Eu amei-o. Do Egipto,
chamei o
meu filho; e no entanto, quanto mais Eu o chamava, mais ele se
afastava de Mim: oferecia sacrifícios aos baals, queimava
incenso aos
ídolos.(…) O meu povo é difícil de se converter
(mas) (…) não Me deixarei levar
pelo ardor da minha ira (…).”
(Os 11,1-9)
- Constata-se que Israel insiste em incensar os
ídolos,
certamente porque estavam ali presentes em imagens de
madeira, barro,
ferro ou ouro; Javé era invisível: falava pelos
profetas que, pertencendo
normalmente à classe sacerdotal, não
deveriam ter muita credibilidade. Aliás
não tiveram tantas
religiões - e talvez mais a católica - de socorrer-se de
imagens
para materializar o que é espiritual? O esforço da Bíblia para
mudar as
mentalidades é grande. O sucesso parece
nitidamente pouco. Mas… o amor de Javé
permanece.
- É comovente aquele quase lamento de Javé: “Como
poderia
Eu abandonar-te, Efraim?” (Os 11,8)
- Para o nosso espírito universalista, continuará
sempre sem
explicação esta exclusividade de Israel ao qual um Deus se
“dedica”
tão exclusivamente, perdoe-se-nos a redundância…
A perca de credibilidade num
Deus da Terra e do Universo, de
todo o tempo, de todo o espaço, da… eternidade
e do infinito,
é enorme!
- “Israel, volta para Javé, teu Deus, pois caíste
por causa dos teus
pecados (…)” (Os 14,2)
- É um grito quase angustiado não se sabe se de
Oseias, se de
Javé. Comenta-se: “A esposa infiel (Israel) não só é reprovada e
censurada pelo esposo fiel (Javé) irado, mas é também (…)
convidada a retomar o
seu amor verdadeiro e deixar os seus
amantes, a sua prostituição.” (ibidem)
- E nós, no termo de mais um livro, continuamos sem
a Verdade
que ansiosamente procuramos, nesta Bíblia tão, tão, tão fechada
em
torno de um Israel-Javé, como que jogando ou “brincando”
ao pecado-castigo ou à
idolatria-fidelidade…
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