sábado, 9 de junho de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 176/?



À procura da VERDADE no livro de OSEIAS
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- Diz-se na Introdução: “O profeta Oseias exerceu a sua actividade (…) 
entre os anos 782-753 a. C. Toda a pregação de Oseias está impregnada 
de uma experiência pessoal tão profunda que se tornou para ele um 
símbolo (Os 1 e 3). Ele amava de todo o coração sua esposa, mas ela 
deixou-o para se entregar a outros amantes. Esse amor não 
correspondido ultrapassou o nível de frustração pessoal para ser uma 
enorme força de anúncio: o profeta apresenta a relação entre Deus, 
sempre fiel e cheio de amor, e o seu povo, que O abandonou e preferiu 
correr ao encontro dos ídolos.” (ibidem)
- Que poderemos dizer de tal interpretação? A comparação-símbolo: 
Oseias-esposa e Deus-seu povo, é interessante e talvez fácil de aquilatar. 
Vem na sequência bíblica das infidelidades a Javé por parte de Israel 
que é castigado pela ira do mesmo Javé mas que Este vai perdoando, 
pelo muito amor que tem ao seu povo, embora noutros textos se diga 
que é para salvar a honra do seu Nome santo. Mas… trar-nos-á 
alguma coisa de divino tal comparação-símbolo? Não é forçado – e 
totalmente arbitrário – dizer que o que se passava na casa de Oseias 
era símbolo do que se passava entre Javé e Israel?
- “Javé disse a Oseias: Vai, toma uma prostituta e gera filhos da
prostituta porque o país se prostituiu, afastando-se de Javé.” (Os 1,2)
- Na mesma linha, se comenta: “(…) A própria vida familiar de Oseias 
e o drama que a atravessa têm valor profético: o Senhor desposou o 
seu povo Israel e, apesar da resposta infiel, não rompe com ele e 
continua a nutrir por ele amor terno e renovador.” (ibidem)
- E nós: Realmente pouco ou nada se evoluiu. O livro é antigo: pouco 
mais de duzentos anos distante de David. Israel continua a considerar-se 
o povo de Javé, a violar as suas leis, a ser castigado e… a ser perdoado. 
Passar daqui para outros mundos, outras verdades, para a VERDADE… 
já não conseguimos.
- “Embora ninguém acuse, ninguém conteste, eu acuso-te, 
sacerdote! (…) Porque rejeitas o conhecimento, Eu também te 
rejeitarei como meu sacerdote. (...) Esses sacerdotes vivem do pecado 
do meu povo e querem que o povo continue a pecar. (…) Eu não vou 
castigar as vossas filhas por se prostituírem nem as vossas noras por 
cometerem adultério, pois vós mesmos andais com prostitutas e 
sacrificais com as prostitutas sagradas. (…) Ouvi isto, sacerdotes; 
presta atenção, casa de Israel; escuta, casa do rei! A sentença é contra 
vós. (…) Como bandidos na emboscada, um bando de sacerdotes 
assassinam pelo caminho de Siquém e cometem horrores.” (Os 4,4-6,9)
- Comenta-se: “O alvo principal são os responsáveis (pela 
infidelidade de Israel à Aliança): sacerdotes, profetas e reis. (...) Os 
sacerdotes, (…) Oseias acusa-os de responsabilidade e negligência 
na ignorância do povo. Este multiplica as faltas e terá de oferecer 
mais sacrifícios pelo pecado (…) com proveito para a avidez 
sacerdotal (v.8). (…) A História de Israel está pautada por infidelidades 
à Aliança, crimes e traições. Grupos sacerdotais e santuários 
partilham responsabilidades e não escapam à acusação.” (ibidem)
- Perante tal afirmação, oferece-se-nos dizer: É preciso coragem para 
denunciar, para acusar a forte e influente classe sacerdotal corrupta e 
gananciosa, aproveitando-se da ignorância e crendice do povo! 
Naquele tempo, nestes tempos… numas religiões mais, noutras menos.
(Perdoem-nos os que, a ela pertencendo, não pertencem à raça de 
víboras assim chamada por Jesus Cristo, e em tudo são bem 
intencionados e que, digamos em abono da justiça, nos parecem ser 
a maior parte!)

(Continuaremos a análise deste excerto no próximo texto)

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