À procura da
VERDADE no livro de OSEIAS
1/2
- Diz-se na Introdução: “O profeta Oseias exerceu a
sua actividade (…)
entre os anos 782-753 a. C. Toda a pregação de Oseias está
impregnada
de uma experiência pessoal tão profunda que se tornou para ele um
símbolo (Os 1 e 3). Ele amava de todo o coração sua esposa, mas ela
deixou-o para se entregar a outros amantes. Esse amor não
correspondido ultrapassou o nível de frustração pessoal para ser uma
enorme força de anúncio: o profeta apresenta a relação entre Deus,
sempre fiel e cheio de amor, e o seu povo, que O abandonou e preferiu
correr ao encontro dos ídolos.” (ibidem)
símbolo (Os 1 e 3). Ele amava de todo o coração sua esposa, mas ela
deixou-o para se entregar a outros amantes. Esse amor não
correspondido ultrapassou o nível de frustração pessoal para ser uma
enorme força de anúncio: o profeta apresenta a relação entre Deus,
sempre fiel e cheio de amor, e o seu povo, que O abandonou e preferiu
correr ao encontro dos ídolos.” (ibidem)
- Que poderemos dizer de tal interpretação? A
comparação-símbolo:
Oseias-esposa e Deus-seu povo, é interessante e talvez
fácil de aquilatar.
Vem na sequência bíblica das infidelidades a Javé por parte
de Israel
que é castigado pela ira do mesmo Javé mas que Este vai perdoando,
pelo muito amor que tem ao seu povo, embora noutros textos se diga
que é para
salvar a honra do seu Nome santo. Mas… trar-nos-á
alguma coisa de divino tal
comparação-símbolo? Não é forçado – e
totalmente arbitrário – dizer que o que
se passava na casa de Oseias
era símbolo do que se passava entre Javé e Israel?
- “Javé disse a Oseias: Vai, toma uma prostituta e
gera filhos da
prostituta porque o país se prostituiu, afastando-se de Javé.”
(Os 1,2)
- Na mesma linha, se comenta: “(…) A própria vida
familiar de Oseias
e o drama que a atravessa têm valor profético: o Senhor
desposou o
seu povo Israel e, apesar da resposta infiel, não rompe com ele e
continua a nutrir por ele amor terno e renovador.” (ibidem)
- E nós: Realmente pouco ou nada se evoluiu. O livro
é antigo: pouco
mais de duzentos anos distante de David. Israel continua a
considerar-se
o povo de Javé, a violar as suas leis, a ser castigado e… a ser
perdoado.
Passar daqui para outros mundos, outras verdades, para a VERDADE…
já
não conseguimos.
- “Embora ninguém acuse, ninguém conteste, eu acuso-te,
sacerdote! (…) Porque rejeitas o conhecimento, Eu também te
rejeitarei como meu
sacerdote. (...) Esses sacerdotes vivem do pecado
do meu povo e querem que o
povo continue a pecar. (…) Eu não vou
castigar as vossas filhas por se
prostituírem nem as vossas noras por
cometerem adultério, pois vós mesmos
andais com prostitutas e
sacrificais com as prostitutas sagradas. (…) Ouvi
isto, sacerdotes;
presta atenção, casa de Israel; escuta, casa do rei! A
sentença é contra
vós. (…) Como bandidos na emboscada, um bando de sacerdotes
assassinam pelo caminho de Siquém e cometem horrores.” (Os 4,4-6,9)
- Comenta-se: “O alvo principal são os responsáveis
(pela
infidelidade de Israel à Aliança): sacerdotes, profetas e reis. (...) Os
sacerdotes, (…) Oseias acusa-os de responsabilidade e negligência
na ignorância
do povo. Este multiplica as faltas e terá de oferecer
mais sacrifícios pelo
pecado (…) com proveito para a avidez
sacerdotal (v.8). (…) A História de
Israel está pautada por infidelidades
à Aliança, crimes e traições. Grupos
sacerdotais e santuários
partilham responsabilidades e não escapam à acusação.”
(ibidem)
- Perante tal afirmação, oferece-se-nos dizer: É
preciso coragem para
denunciar, para acusar a forte e influente classe
sacerdotal corrupta e
gananciosa, aproveitando-se da ignorância e crendice do
povo!
Naquele tempo, nestes tempos… numas religiões mais, noutras menos.
(Perdoem-nos os que, a ela pertencendo, não
pertencem à raça de
víboras assim chamada por Jesus Cristo, e em tudo são bem
intencionados e que, digamos em abono da justiça, nos parecem ser
a maior
parte!)
(Continuaremos a análise deste excerto no próximo
texto)
Sem comentários:
Enviar um comentário