À procura da
VERDADE nos livros Proféticos
ISAÍAS – 16/17
- “Jejuais entre rixas e discussões, dando socos sem
piedade.
Não é jejuando desta forma que fareis chegar a vossa voz lá
acima. (…)
Curvar a cabeça como se fosse uma vara, deitar-se
de luto na cinza… É a isto
que chamais jejum e dia agradável a
Javé? O jejum que Eu quero é este: acabar
com as prisões injustas,
desfazer as correntes do jugo, pôr em liberdade os
oprimidos e
despedaçar qualquer jugo; repartir o pão com quem passa fome,
hospedar em casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra
nu e não
se fechar à sua própria gente. Se fizeres isto, a tua luz
brilhará como a
aurora, as tuas feridas vão sarar rapidamente. A
justiça que praticas irá à tua
frente e a glória de Javé acompanhar-te-á.”
(Is 58,4-8)
- Belo programa, apontando a fraternidade universal.
Mas, apesar
deste alerta de Isaías, velho já de mais de dois milénios, a Igreja
oriunda do NT, sempre defendeu a teoria do sofrimento físico redentor
e
salvador, do agrado de Deus, e ainda hoje continua,
escandalosamente, a não
desaprová-lo, ao permitir, por exemplo,
o triste espectáculo dos peregrinos de
Fátima dando voltas, de
joelhos ensanguentados, à capelinha das aparições,
cumprindo
promessas… Javé não quer holocaustos, como antigamente, nem
jejuns,
nem cabeças curvadas, nem luto na cinza… Ele quer o que mais
tarde Jesus Cristo
chamará de mandamento novo - afinal, não tão
novo assim: amar o próximo,
simplesmente. Mas, permanecem as
perguntas: Se assim fizermos, que recompensa
teremos? E onde?
E em que vida? São perguntas a quem nem Jesus Cristo dará
resposta
credível…
- “Se não desrespeitares o dia de sábado e não
tratares de negócios no
meu dia santo; se disseres que o sábado é um dia
agradável e honrares
o dia consagrado a Javé; se o respeitares deixando de
viajar, de buscar
o teu próprio interesse e de tratar de negócios, então Javé
será a tua
delícia, farei que sejas levado em triunfo sobre os lugares mais
altos
da Terra, e sustentar-te-ei com a herança de teu pai Jacob. Assim falou
a
boca de Javé.” (Is 58,13-14)
- Sempre foi tradição bíblica haver um dia
consagrado a Javé, desde
aquele em que teve de descansar após a criação: “E ao
sétimo dia
descansou.” (Gn 2,2) Mas… existe o sábado por “imposição” de Javé
ou
porque o Homem precisa de um dia por semana para descansar? Ou,
simplesmente,
para quebrar a rotina de uma semana de trabalho? Não há
dúvida: os autores
bíblicos “inventaram” um Javé à imagem e
semelhança do Homem, que teve de
descansar ao sétimo dia, dia que
agora precisa de ser respeitado. E, mais
prosaicamente, teria de haver
um dia para que as pessoas fossem ao Templo
deixar a sua dádiva a
Javé, que o mesmo é dizer aos sacerdotes…
- “Eis que o braço de Javé não é curto para salvar,
nem os seus
ouvidos surdos para ouvir. Pelo contrário, as vossas culpas é que
cavaram um abismo que vos separam do vosso Deus (…) Ele
vestiu-se de justiça
(…), revestiu-se com a veste da vingança, cobriu-se
com o manto da indignação.
Pagará a cada um de acordo com o que
merece: ódio contra os seus adversários,
castigo para os seus inimigos.”
(Is 59)
- O mesmo “tristinho” Javé de sempre! Tão semelhante
ao Homem,
santo Deus: com braços, ouvidos, sentimentos de justiça, vingança,
indignação, ódio… E repetimos as perguntas de há pouco; onde pagará
Javé a cada um conforme o que merece? E em que vida?
santo Deus: com braços, ouvidos, sentimentos de justiça, vingança,
indignação, ódio… E repetimos as perguntas de há pouco; onde pagará
Javé a cada um conforme o que merece? E em que vida?
Na próxima semana, acabaremos, finalmente, Isaías. E, antes de começar com Jeremias, faremos uma pausa para pensar. O tema, a explanar durante as férias, saboreando o Sol e o dolce fare niente, será: “Existir: drama ou a glória de ter vindo à Vida?” Dois textos: um com os dados da Ciência acerca da realidade Homem; outro de análise e conclusão. Não percam!
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