quarta-feira, 23 de março de 2016

Os pés de barro das três religiões monoteístas 1/3



A origem das três religiões monoteístas – religiões que, por coincidência estranha, apareceram praticamente na mesma zona da Terra: o Médio Oriente, Jerusalém (Judaísmo e Cristianismo) e Meca (Maometismo) que distam cerca de 1000 kms uma da outra – não difere muito da origem de todas as outras religiões politeístas que apareceram à face da Terra, inventadas por homens (e não mulheres?!) influentes nesta ou naquela sociedade e que as impuseram aos seus povos ignorantes e propensos à 
crença no Desconhecido, sobretudo no Além ou no post-mortem. Analisemos essa origem, muito resumidamente, e tiremos as devidas conclusões:

1 – O judaísmo

O judaísmo apareceu por volta do século XVIII a.C., quando supostamente Deus mandou Abraão, o patriarca dos Hebreus, sair da sua terra – a Mesopotâmia (actual Iraque) – e ir em demanda da Terra Prometida: Canaã, território que constitui hoje Israel e a Palestina.
Os judeus (hebreus ou israelitas) acreditam que YHWH (Javé ou Jeová) é o único Deus e foi/é exclusivo do povo de Israel. O livro sagrado dos judeus é o Torá ou Pentateuco, revelado diretamente por Deus a Moisés, um Deus cheio de todos os defeitos dos Homens: ciumento (proibindo a idolatria, ou seja, a prática de adoração a ídolos e imagens representantes de outros deuses), colérico, sanguinolento, partidário, exclusivo... e, de vez em quando, compassivo, tolerante, mas sempre exigindo sacrifícios e abluções para que a sua ira seja aplacada…
As relações de Israel com o seu Deus Javé vêm exaradas na Bíblia Judaica, onde pontuam os cinco primeiros livros – O Pentateuco ou Tóra – seguidos dos livros Sapienciais e Proféticos. Todos considerados sagrados por terem sido de inspiração divina. Ora tais livros foram escritos e reescritos ao longo de, pelo menos um milénio, o milénio AC, supondo-se que a maior parte tenha sido compilada – já que muitas das histórias ali narradas eram transmitidas oralmente de geração em geração – aquando do cativeiro na Babilónia, cidade da Mesopotâmia, pela classe sacerdotal. Javé foi, pois, um Deus que necessitou de c. de mil anos para produzir aquelas poucas dezenas de pequenos livros…
Não se consegue descortinar onde tenha estado, historicamente, a inspiração divina para tais textos. Do ponto de vista de conteúdos, além de serem uma compilação de contos, provérbios, lendas, histórias que não eram só dos judeus mas comuns aos povos daquela zona, existem incongruências, contradições, desumanizações que, obviamente, não abonam em nada da sua suposta inspiração divina para que sejam considerados livros sagrados. Um dos exemplos mais flagrantes e mais sintomáticos é o Decálogo mosaico ou dez Mandamentos, que aparece duas vezes na Tóra: Êxodo e Deuteronómio, reproduzindo mutatis mutandis o Código do rei da Babilónia Hamurabi, que viveu pelo ano 1700 AC, e aqui referenciado, abusivamente, claro, como tendo sido outorgado por Deus a Moisés no Monte Sinai.
Toda a Bíblia judaica não passa da história da suposta relação do povo de Israel com o seu suposto Deus Javé, relação que ajudou muitíssimo os estrategas militares e religiosos daquele tempo a conduzirem o seu povo – um “povo de cabeça dura”, como refere a mesma Bíblia – para onde queriam e do modo como queriam, dizendo ser a vontade de Javé: “Javé o quer!”
Conclusão: Alguém consegue descortinar, nesta breve história da origem do Judaísmo, fundamento para que se possa acreditar em algo de divinamente consistente, racional e humanamente aceitável? – NÃO! NADA! Então, porque existe tal religião?
O que é certo é que é religião que continua, após três milénios, a congregar todo um povo, povo que tem tanto de odioso como de admirável, povo que foi sempre perseguido ao longo da História, iniciando a sua diáspora pelo mundo, aquando da aniquilação de Jerusalém pelo imperador romano, no ano 70. Durante quase vinte séculos, espalharam-se pelos cinco continentes, sem nunca se terem tornado “espécie infestante”, mas, partindo do nada, guindavam-se ao topo das sociedades onde se inseriam, pela sua capacidade já de estudo, invenção e aprendizagem, já de habilidade em negociar, quase sempre com artifícios pouco claros e enganadores, não sendo despiciendo, para os católicos, o terem matado Jesus Cristo. Estas, algumas razões porque foram expulsos de certos países, como Portugal e Espanha, mas acolhidos por outros, como a Holanda, onde contribuíram largamente para o seu desenvolvimento, razões também apontadas para a camuflada aceitação do povo alemão do holocausto nazi. Sem se multiplicarem em demasia – são cerca de vinte milhões – conseguiram desde 1947, o seu Estado de Israel, pelo qual têm lutado e morrido heroicamente. E, desde que há Prémio Nobel, os judeus levam larga vantagem sobre qualquer outro povo no número de agraciados com tal Prémio. Em relação ao povo muçulmano, a percentagem é de 100 para 6. Sintomático, não é?!

E não podemos esquecer: são judeus dois dos maiores vultos humanos que já apareceram à face da Terra: Jesus, pai da Fraternidade Universal e a quem os discípulos chamaram de Cristo – e assim continua (JC), tendo dividido a História em aC e dC – e Einstein, o pai da Teoria da Relatividade e do aproveitamento da energia contida no átomo. São também judeus os que têm dominado o império do petróleo, do ouro e dos diamantes. E ainda é a eles que se deve a invenção da USURA (dinheiro ganho com empréstimos de dinheiro…) sistema que pontifica no mundo da finança actual com todas as perversidades que tal sistema gera…

3 comentários:

  1. Na próxima semana, ocupar-nos-emos do Cristianismo, onde a Páscoa - comemoração dos fundamentos desta religião - estará em foco.

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  2. ..."influentes nesta ou naquela sociedade e que as impuseram aos seus povos ignorantes e propensos à
    crença no Desconhecido, sobretudo no Além ou no post-mortem..." E dado que de alguns factos, ao que parece, não existem escritos, e foram passados de voz em voz, quando chegam à 6.ª pessoa, tanto para alongar a hipótese, já teremos distorções nos factos narrados. Vá-se lá saber a verdade...

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    1. Bem gostaria de saber porque é que os teólogos, em vez de questionarem criticamente as origens das religiões, se limitam a interpretar os ditos livros sagrados que, por cópias ou por originais, de algum modo, chegaram até nós. Enfim, desonestidades intelectuais inadmissíveis, nos tempos da Ciência que vivemos.

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