À procura da VERDADE
nos LIVROS
SAPIENCIAIS e POÉTICOS
Livro dos PROVÉRBIOS 2/4
- “Meu filho, não percas de vista a sensatez, conserva a reflexão (…),
o
teu sono será tranquilo.” (Pr 3,21 e 24)
- Sem dúvida! Será a melhor forma de vida…
- “(…) Javé detesta o perverso mas é amigo dos justos. Javé amaldiçoa (…)
mas abençoa (…) zomba (…) mas favorece (…)” (Pr 3,32-34)
- Um Javé contraditório, um Deus apoucado, não acham? Apouca-se,
ao
detestar, amaldiçoar, zombar do injusto ou perverso. O homem tem
tais
sentimentos, Deus não os pode ter!
- “Filhos, obedecei à disciplina paterna (…)” (Pr 4,1)
- Era bom para os pais, não era?
- “O princípio da sabedoria é adquirir a sabedoria.” (Pr 4,7)
- Redundante? – Talvez, embora se compreenda que o primeiro acto
de ser
sábio é procurar a sabedoria. Mas é algo contraditório com Pr 2,6
quando se diz
que “É Javé quem dá a sabedoria”?
- “ (…) Pratica a disciplina porque ela é a tua vida (…)” (Pr 4,13)
- Teremos alternativa?
- “Os lábios da estrangeira destilam mel e as suas palavras são mais
suaves do que o azeite. No final, porém, ela é amarga como fel (…). Os
seus pés
levam à morte (…)” (Pr 5,3-5)
- Teria o autor “sagrado” provado tal mel? Porque lhe soube a fel, no
final?
Remorso ou… cinismo?
- “ (…) Alegra-te com a esposa da tua juventude: ela é uma corça querida,
uma gazela formosa. Que as suas carícias te embriaguem sempre e o seu
amor te
satisfaça continuamente.” (Pr 5,18-19)
- É amoroso, não é? Mas… para o homem! De mulher a alegrar-se
com a
juventude do marido e suas carícias, não se dá notícia! Porquê?! –
Talvez por
ser apenas o homem o prevaricador: “Meu filho, porque te
deleitas com mulher
estranha e abraças o peito de uma estrangeira?”
(Pr 5,20) Em termos de
desmandos e pecados, parece que o homem
sempre levou vantagem!...
- “ (…) Se fizeste acordo (…), te comprometeste, dando a tua palavra (…),
caíste em poder do teu próximo. Para te livrares, (…) vai, insiste e
incomoda o
teu próximo (…), liberta-te (…)” (Pr 6,1-5)
- Egoísmo ou… precaução? – Inclinamo-nos para a precaução pois,
quem sabe
afinal em que próximo podemos confiar?
- “Até quando vais ficar a dormir, preguiçoso?” (Pr 6,9)
- Boa pergunta!... Ouçam, agora, esta deliciosa narrativa sobre a
mulher
estrangeira que seduz. Estava inspirado, comprazendo-se, o autor!
A descrição é
visual, as palavras soltas, precisas. Têm vida e
dão vida à cena. Uma cena
banal, até escandalosa, diríamos, mas… “digna”
da Bíblia sagrada!... É em Pr 7:
- “Eu estava à janela da minha casa e olhava por entre as grades…”
- Estava espiando, o malandro!… Com que olhinhos gulosos, maliciosos?!
- “… Vi alguns jovens ingénuos e notei que um deles não tinha juízo
(…) e
dirigiu-se para a casa da estrangeira. Já caía a noite de Lua nova (…) …”
- É uma noite quase sem Lua… O escuro convida ao pecado, ao deleite…
- “… Uma mulher foi ao encontro deles, vestida como prostituta e cheia
de
malícia. Era ousada e insolente (…) …”
- Não há dúvida: o deleite é grande, a vontade de despir o pouco que
cobre
o corpo voluptuoso da prostituta, muita!
- “… Então ela agarrou e beijou o rapaz…”
- O deleite permanece, a imaginação lúbrica inunda de volúpia o autor, a
cena é de vida!
- “… Depois, falou-lhe descaradamente: Estava ansiosa por te ver e acabei
por te encontrar. Cobri a minha cama
com colchas e coloquei nela lençóis
do Egipto. Perfumei o quarto com mirra,
aloés e cinamomo. Vem, vamos
embriagar-nos com carícias até de manhã. Vamos
saciar-nos com amores…”
- Que ouvidos apurados para tanto ouvir da sua janela!… Ou… que viver
em
imaginação o que outro estaria saboreando na realidade!… Aliás, que
homem
resistiria a tal mulher, a tal chamamento, a tais perfumes, colchas
e lençóis?!
Nem S. Jerónimo!... E seria solteira, esta senhora que tanto
empolga o “nosso”
autor?
- Não, caros crentes! O autor pensa que o escândalo tem de ser total! “(…)
porque o meu marido partiu para longa
viagem e não está em casa.
Ele levou a bolsa com dinheiro e não voltará até à
Lua cheia.”
- Pois é: se o marido voltará antes daquele tempo é questão que não se
põe
perante tamanha sede de amor, sede que o marido, haveria tempo, não
colmatava, talvez atraiçoando-a com outras e ela sabendo disso… Aliás,
a
escolha da mulher tinha sido perfeita: um belo jovem! Mas, não
esqueçamos: isto
é um texto sagrado, isto é Bíblia; portanto, haverá uma
lição a tirar: uma
chamada de atenção para os perigos vários
proporcionados por mulheres e homens
insensatos. E… nada mais!
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