À procura da VERDADE nos livros dos
REIS – 2/5
- Pedira Salomão sabedoria a Javé. Que Javé lha concedeu,
manifesta-se na
célebre história das duas prostitutas que disputavam
o menino vivo, pois ambas
tinham dado à luz e uma das crianças
havia morrido. “O rei disse: Cortai o menino vivo em duas partes
e dai
metade a cada uma. Então a mãe do menino vivo suplicou:
Meu senhor, dá-lhe o menino vivo, não o
mates. A outra porém dizia:
Não será
nem para mim nem para ti. Dividam o menino ao meio.
Então, o rei pronunciou
a sentença: Entregai o menino vivo à
primeira
mulher. Não o mateis pois é ela a sua mãe.” (1Rs 3,16-27)
- A cena é… comovente e bela. A narrativa, com arte. Raros são os
- A cena é… comovente e bela. A narrativa, com arte. Raros são os
textos
bíblicos que não são maçudos, repetitivos, enfadonhos. Aqui,
não! A narrativa é
simples, elegante, clara, incisiva. É… bela. A
condizer com a cena.
- Só mais uma pergunta: Não teve o autor “sagrado” de escrever
tais
elogios a Salomão para que este não tivesse o mesmo destino
dos seus opositores?
Não tinha o “povo escolhido” de ter um herói a
ver todas as barbaridades
cometidas, sancionadas por Javé? Que
conveniência, santo Deus! Que - mais uma
vez! - descredibilidade!…
- Salomão organiza o país, não esquecendo, obviamente, os cobradores
de
impostos… E, assim, “Salomão recebia diariamente para os seus
gastos, mil e
quinhentos litros de flor de farinha, e vinte e sete mil litros
de farinha
comum, dez bois cevados, vinte bois de pasto, cem carneiros,
além de veados,
gazelas, antílopes e aves de ceva. (…) Salomão possuía
estábulos para quatro
mil cavalos de tracção e doze mil cavalos de
montaria.” (1Rs 5)
- É! Realmente, o povo vivia para servir o rei e a sua corte… Não deveria
ser o contrário, Javé? Porque não te insurgiste contra tanto luxo e tanta
riqueza? E, certamente, tanta opressão do povo obrigado a servir os
seus
senhores, com tamanhos gastos diários?
- Salomão constrói um Templo para Javé e… um palácio para si! “(…)
Recrutou em todo o Israel, mão-de-obra para os trabalhos forçados;
conseguiu
reunir trinta mil operários, (…) tinha também setenta mil
carregadores e
oitenta mil cortadores de pedras nas montanhas, (…) três
mil e trezentos
capatazes (…)” (1Rs 5,27-30).
- Não será gente a mais?… E três mil e trezentos capatazes? Bem,
realmente para dirigir tantos escravos, pois era de trabalhos forçados que
se
tratava… Lamenta-se que mais uma vez Javé tenha silenciado tal
atentado contra
o povo trabalhador. Mas, enfim, tratava-se de construir
o “seu” Templo!
- E o Templo, afinal, era pequeno: 30m x 10m x 15m.(1Rs 6,2). O palácio
era um pouco maior: 50m x 25m x 15m (1Rs 7,2). Comparados com
quaisquer igrejas
ou palácios que abundam por esse mundo fora…
- No entanto, o requinte foi certamente inigualável: tudo revestido a ouro
ou cedro do Líbano! A Arca da Aliança foi colocada “no recinto do
Templo chamado Santíssimo, sob as asas dos
querubins.” (1Rs 8,6).
- Acabado o Templo, Salomão reza: “Javé, Deus de Israel, não existe
nenhum Deus como Tu, nem no alto céu, nem cá em baixo na Terra.(…)
Cumpriste a
promessa (…) Agora mantém a promessa (…) Ouve (…)”
E continua suplicando a Javé
protecção em todas as agruras da vida para
ele e para o povo. (1Rs 8,23-53)
“(…) Se Te invocarem voltados
para a Terra que deste aos teus antepassados,
para a cidade que escolheste
e para o Templo que construí ao teu nome, escuta
do céu onde moras (…)”
(1Rs 8,48-49)
- Há que rezar, não é? E não teria sido aqui que Maomé se inspirou para o
seu preceito de quando rezassem, o fizessem virados para a sua cidade
santa:
Meca? Que Deus único é este que está em toda a parte mas mais
numa parte do que
noutras?!
- Depois, mais uma vez - que obsessão! - “O rei e todo o povo de Israel
ofereceram sacrifícios diante de Javé (…): vinte e dois mil bois e cento e
vinte mil ovelhas.” (1Rs 8,62-63)
- Eia, tanto animal!… Ou os números não são estes ou… realmente
exageraram! Só se foi para dar de comer aos cento e oitenta e três
mil e
trezentos trabalhadores que se ocuparam da construção do Templo
e do palácio de
Salomão… Terá sido? Mas, mesmo assim, só os bois
chegariam ou só as ovelhas
sobrariam. Enfim, “biblices”, obviamente
sem qualquer valor histórico.
Ainda a propósito da publicação aquando da Páscoa - O mito da ressurreição - recebi, no meu mail, o seguinte comentário do leitor Armando Santos:
ResponderEliminar"Genericamente, concordo com o teu pensamento, permitindo-me acrescentar apenas que as religiões se têm vindo a converter em oportunidades de chorudos negócios, à luz dos quais florescem e enriquecem alguns "espertos", que mais não são que versões modernas dos antigos vendilhões do Templo.
Estes parasitas sociais, instalam-se como carraças nas mentes das pessoas menos avisadas, ou mais fragilizadas, iludindo-as na sua boa Fé e chupando-lhes o sangue sem que as mesmas se apercebam, antes pelo contrário julguem que lhes prestam um grande serviço espiritual.
Armando Santos"
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