À procura da Verdade nas Cartas de Paulo
Primeira Carta aos
Coríntios - 10/10
–
Paulo acerta ao dizer que seremos transformados, pois os átomos e moléculas que
nos compõem irão integrar-se na Natureza, donde afinal vieram, para integrar
novos seres, sejam animados sejam inanimados. A trombeta, com franqueza, não é
precisa aqui para nada…
Depois,
perde toda a razão ao afirmar coisas que não têm qualquer suporte na
realidade, nem gozam de qualquer veracidade. Por isso, nada valem. Afirmações
sem provas não passam de palavras lançadas ao vento e acredita nelas quem
quiser. Nós, de certeza, que não! Aliás, onde sustenta que nos são necessárias
a incorruptibilidade e a imortalidade? Só no seu pensamento delirante…
Não
esqueçamos que Paulo, como cidadão romano, teria certamente cultura helénica
onde se aprendia a dicotomia do ser humano: corpo (corruptível porque matéria)
e alma (incorruptível porque espiritual). Esta dicotomia foi assimilada pelo
Cristianismo, levando a frases de santos como a de S. Francisco Xavier: “Que
importa ao Homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma?” E
continua a ser ensinada nas Igrejas e pelas religiões.
Ora,
a Ciência já desmentiu tal asserção e conceito. A alma do humano – como a de
qualquer ser vivo, com sistema nervoso central – não é mais que o cérebro,
cérebro que, com os seus milhares de milhões de neurónios e sinapses, é a sede
de todos os atributos que os helénicos colocavam na alma ou espírito: emoções e
sentimentos, inteligência e aptidões, vontades e desejos, amor e ódio, bondade
e perversidade, as IDEIAS, os CONCEITOS, os RACIOCÍNIOS. E – drama dos dramas
para as religiões que apregoam uma eternidade para o ser humano-alma após a
morte – o cérebro (alma) nasce com o corpo que o vai sustentar e alimentar
durante a vida, num viver totalmente interdependente, e morre no mesmo instante
em que aquele, já “cansado” de viver, “decide” acabar com a vida. (E foi uma
forma suave de dizer “morrer”!) Melhor: o cérebro vai-se desenvolvendo e
formando ou formatando conforme o desenvolvimento do corpo no ventre da mãe. Isto,
embora já contenha em si toda a carga do ADN dos seus progenitores, passada no
momento da concepção.
Conclusão:
as teorias de Paulo tal como as do ensino de todas as igrejas que apregoam a
vida eterna depois da morte estão erradas porque partem de princípios errados.
Tão simples quanto isso!
E mais uma vez Paulo tenta sustentar as suas afirmações nas Escrituras.
No caso, umas tiradas completamente delirantes de algum sacerdote com veia
oratória, da época de 600 A.C., época da sua redacção, aquando no cativeiro de
Babilónia que se prolongou por 80 anos: “A morte foi engolida pela vitória! Onde
está a tua vitória, ó morte?”, concluindo: “Graças sejam dadas a Deus que nos
deu a vitória por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo.” (15,55-57)
Ora
já sabemos que as Escrituras não têm qualquer valor, poder ou saber para que
com elas se possa provar/sustentar seja o que for.
Neste
sentido, cremos que serão de repudiar esses pregadores (voluntários) da divindade
da Bíblia. Mas cada um é livre de acreditar no que quiser (ou, de alguma forma,
lhe der jeito para ser mais feliz…) e de pregar o que quiser…
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