A maravilha do corpo de um ser vivo: uma eloquente apoteose do Criador!
Mas… haverá um Criador?
Foi, no início, apenas a
mistura de duas moléculas, uma masculina, outra feminina – fantástica invenção
da Natureza Criadora! – que se encontraram devido a um acto de amor, de ternura
ou simplesmente se encontraram, voando pelo ar, como as flores que desabrocham
num fruto, no ser vivo que é o seu suporte: a árvore.
Depois, é o crescimento, com
maior ou menor consciência dele, mais ou menos lento, mais ou menos rápido, conforme
o ADN de cada um, de cada espécie, da mais pequena bactéria ou vírus, da mais
pequena planta, do mais pequeno cogumelo, aprimorando-se no ser humano, pela
sua especificidade de possuir um intelecto capaz de abstracções…, até aos
maiores exemplares que já existiram e que ainda existem na Terra, Terra que, banhada
pelo calor do Sol, é a mãe de toda a VIDA.
E, seguindo o seu caminho,
caminho inexorável porque o Tempo não pára para “respirar” ou “descansar”, vai
envelhecendo, com mais ou menos glória, mais ou menos sucesso..., envelhecendo,
envelhecendo, envelhecendo… quase disso não se apercebendo, na azáfama dos
dias…, até ao momento final que é próprio de todo o ser vivo: integrar-se no
donde veio – a Terra.
Mas, no seu início,
sabendo-se que a origem da vida esteve num processo imparável ou numa feliz
coincidência da junção de átomos e moléculas que, do inanimado passaram ao
animado, i.é., a mover-se e a multiplicar-se…, qualquer ser vivo deixa um
montão de perguntas para os que conseguem aperceber-se delas, tal o Homem:
- Já houve espécies que se
extinguiram devido a factores estranhos. Haverá, enquanto a Terra existir, contínua
evolução e renovação de espécies?
- Porquê a luta pela
sobrevivência, normalmente à custa de outras espécies?
- Quem criou o poderoso ADN
de cada espécie, ADN que determina tudo o que a espécie é, no corpo e na alma? Ah,
como “dava jeito” que houvesse um Criador!
- E quem deu a forma e organizou os corpos em toda a sua complexidade de órgãos que têm de funcionar harmonicamente para que o todo viva?
- E porquê esta e mais aquela
e mais aqueloutra, aos milhares ou milhões de variedades?
- E porquê estas e não outras?
- E porquê a umas a Natureza
destina viver apenas 24 horas – tal a efémera - e outras, dois ou mais milhares
de anos, como a oliveira?
- E como o ADN “obriga” a
espécie a reproduzir-se, algumas inventando processos complexos e múltiplos
para que a espécie não se extinga?
- E porquê cada espécie tenta
proliferar sem ter em atenção, egoisticamente, as outras espécies, muitas sendo
parasitas de outras?
Tantas perguntas sem resposta
deixam-nos frustrados na nossa pequenez por, afinal, não entendermos a Vida à
qual tivemos a sorte de aceder, sem nada termos feito para o merecermos. É que nós não somos mais que fruto de um puro acaso da Natureza!
Mas mesmo estas perguntas sem
resposta fazem parte da apoteose gloriosa de um Ser que vem à Vida. Haverá
lugar ao trágico?
– Não sabemos se havemos de chamar tragédia ao
desaparecimento a que qualquer ser vivo está fadado, nascendo com uma única
certeza: desaparecer, tendo completado os dias que o seu ADN – ADN herdado dos
antepassados, que não só dos pais directos – lhe determinou. Isto, claro, se não for
vítima antecipada de qualquer acidente natural ou doença que se lhe atravesse
no caminho. E um desaparecimento para sempre!...
Somos tentados a perguntar:
«Então para que veio à vida um ser se era para desaparecer para sempre, depois
de existir um pequeno lapso de tempo»? Na verdade, custa morrer! Custa aceitar a morte!
Mesmo que não haja sofrimento. E não há dúvida de que todo o ser vivo tem
horror à morte, embora, no caso dos humanos, sabendo-a certa! Animais ou
plantas, todos lutam pela sobrevivência, fugindo aos perigos que lhes ameaçam a
Vida. Então…
Então, fiquemo-nos com a
pergunta-mistério:
«O que é realmente a VIDA? É apenas
uma força, um impulso, um movimento, uma apetência para realizar coisas,
enquanto houver espécies que se repliquem, já que os indivíduos, pertencendo ao
Tempo, aparecem e desaparecem com o Tempo..., e enquanto a Terra tiver capacidade
para ser o berço da mesma VIDA?»
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