O que sei e o que não sei
De onde venho – Venho da Terra, fazendo parte da engrenagem da VIDA
que, há cerca de 3.5 mil milhões de anos nela apareceu, nunca parando de
evoluir para formas as mais diversas, vindo um ramo delas a desembocar no ser humano, há
apenas uma meia-dúzia de milhões de anos.
Porque estou aqui – Muito simplesmente porque, levados pelo instinto da
conservação da espécie – imperativo da própria VIDA – os meus pais fizeram amor
e foi o espermatozoide que ganhou a corrida para fecundar o óvulo que me
originou.
Para onde vou – Para o donde vim: a Terra, voltando a integrar-me
na mesma engrenagem da qual, afinal, nunca cheguei a sair, num ciclo imparável
de ir do mesmo ao mesmo através do diverso. Eu apenas fui um “diverso” e apenas
por algum tempo, esse meu tempo de vida que me foi determinado, à partida, no
ADN, no inexorável processo do nascer, crescer, morrer.
Até aqui, nada de mistério!
Tudo muito fácil de explicar e de… entender. Mas…
Não sei:
Para quê vim eu à Terra – Eis a grande questão, o grande mistério que tem
originado tanta confusão nas mentes humanas, levando-as a criar religiões, com
os seus deuses, obviamente todos inexistentes, sejam politeístas sejam
monoteístas. Todos inventados para darem sentido à vida humana e uma possível
resposta aceitável por seres racionais, inteligentes e emocionais. É que têm
consciência do Bem e do Mal, da Ética e da Moral, do Fim último inexorável… e
têm sentimentos, sejam de amor sejam de ódio…, e a sua inteligência é capaz de
raciocínios abstratos, capaz de descobrir tantas coisas, de desvendar tantos segredos
da Natureza, do Universo e da própria condição humana: têm consciência de Si.
Ora a pergunta é: “Então vão
ter a mesma sorte de desaparecimento eterno, sem deixar qualquer rasto, como
acontece aos da mesma espécie – os PRIMATAS – que têm sentimentos e
inteligência e talvez consciência de si mas muito mais rudimentares?”
A resposta é fácil, embora
tremenda, por difícil de aceitar: SIM!
Nós viemos por NADA (ou, se quisermos, por ACASO) e para… NADA! Aliás, poderíamos
perfeitamente ter sido substituídos: bastava que o “nosso” espermatozoide não
tivesse acertado no alvo ou outro tivesse ganho a corrida…
Fazendo parte da mesma
engrenagem da VIDA, nenhuma excepção é possível. O ser humano aparece e
desaparece para sempre, sem deixar qualquer rasto, como tem acontecido com
todos os que já viveram e acontecerá com os que hão-de viver. Mesmo que
deixassem algum rasto, ele acabaria inexoravelmente com o acabar da Terra cuja
morte se anuncia para daqui a 4.5 mil milhões de anos – o que, para o TEMPO
UNIVERSAL é como o dia de ontem que já passou… – com a morte também anunciada
do Sol que lhe dá vida. Qualquer veleidade de uma possível eternidade é pura
fantasia ou… demagogia das religiões!
É ASSIM A VIDA! E se é assim, VIVA O SORRISO ENQUANTO
GOZAMOS DELA!!!
PS – Numa perspectiva
optimista/realista, uma possível resposta para este “Para quê” poderia ser: PARA
GOZAR TODOS OS PRAZERES QUE A VIDA CONTÉM E DE TODA A BELEZA QUE NOS RODEIA E
NOS É ASSIM OFERECIDA GRATUITATAMENTE. (Mas, para tal, precisamos de ser inteligentes
e emocionalmente equilibrados. Senão, passamos parte da vida a sofrer e a fazer
sofrer os que nos são próximos…)
Que sorte termos vindo à
VIDA!
Na Escola, toda a
educação/ensino deveria estar baseada nesta premissa realista. A educação seria
mais completa, universal, abrangente e levaria a criar cidadãos do país e do
mundo muito mais solidários e felizes.
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