À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 59/?
Ainda sobre o povo judeu:
De certeza que o mundo de hoje seria diferente se tal povo
não tivesse existido. Não sabemos se em algum outro teria nascido um Jesus
Cristo de palavras de vida eterna, palavras embora envoltas em total nevoeiro.
Depois, não sabemos o que seria dos judeus se, em vez de terem
matado Jesus, tivessem acreditado nele. Aqui, tal como Judas teve de existir
para que as antigas profecias se cumprissem em Jesus Cristo, também o povo
judeu parece ter sido fadado para dar cumprimento a essas mesmas profecias,
como executante do destino que Deus tinha traçado para seu Filho, a fim de
salvar ou redimir o Homem do pecado! Que isto é perverso, é! Que isto de um
povo eleito ser fadado - Por quem? Pelo próprio Javé-Deus que o elegeu? - para
ser o carrasco do Jesus que nasceu no seu seio, é inacreditável, é! Mas, a
fazer fé nos evangelhos, parece ter sido a verdade histórica. Assim, custa a
crer que haja crentes que continuem crentes ao sentirem-se emaranhados nesta
tremenda confusão…
Enfim, não se percebe porque é que os judeus de agora não
reconhecem Jesus como o Cristo, o Messias prometido na sua velha Bíblia ou
Torá, e se convertem, acabando com o judaísmo. Teimosia? Fanatismo? –
Certamente, incapacidade de entender, agora, tal como quando O mataram, o que
nós também não entendemos…
– É no mesmo tom de condenação farisaica, que Jesus refere a
bela e bem escolhida imagem: “Coais um mosquito mas engolis um camelo.”! (Mt
23,24)
– “Quem jura pelo Templo, jura por ele e por Deus que habita
dentro dele. E quem jura pelo Céu jura pelo trono de Deus e por Aquele que nele
está sentado.” (Mt 23,21-22)
– Porque é que também Jesus afirma que Deus habita dentro do
Templo? Não deveria ter ido mais além e tornar o “seu Deus-Pai” mais invisível,
mais espiritual, mais de todos os lugares, de todos os tempos, não o metendo
“entre quatro paredes”?
Do mesmo modo, porque continua a afirmar um Céu com um trono
e um Deus nele sentado? Que humana visão do Céu, santo Deus! Como poderemos
acreditar em tal Céu de Deus se é feito à imagem e semelhança dos tronos da
Terra? Como? Realmente, Jesus não nos consegue convencer de que aquilo que
afirma exista e exista numa realidade para além desta vida, a vida a que chamou
de eterna. Sem qualquer prova, claro!
– Como que prevendo próxima a sua morte – o que não seria difícil
dado os últimos acontecimentos – exclama: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os
profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os
teus filhos como a galinha reúne os pintainhos debaixo das asas, mas tu não
quiseste!” (Mt 23,37)
– O lamento é pungente! A frustração, estampada nas palavras
e certamente no rosto de Cristo! Resta-nos perguntar: “Como? Como assistimos a
um Deus… vencido pela maldade ou
incompreensão dos Homens? Que Humano poderá aceitar tal realidade? Não se nega
Deus a Si mesmo ao não ser capaz de
ultrapassar acontecimentos criados pelos Homens tão míseros e tão pequenos, tão
insignificantes face a qualquer realidade do Universo ou do mesmo Deus?”
Só mais uma última pergunta (im)pertinente para os crentes:
“Como sentiria Jesus? Como se comoveria? Enquanto Deus ou… enquanto homem?”