À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 53/?
– No milagre atrás referido em que seca a figueira, Jesus repete
o poder da fé de arrasar montanhas… e repete também o poder da oração, aqui sem
recorrer à necessidade de serem dois ou mais a orarem…
E temos vontade de voltar a perguntar: “O que é
realmente ter fé? E fé de arrasar montanhas? Pois fácil é dizê-lo; mas fazê-lo…
Que violência terei eu de fazer sobre a minha mente - porque tudo está na
mente! - para ter a tal fé? Ou eu tenho fé, por exemplo, num número da lotaria
ganhador e esse número ganha mesmo? E se ganhar é porque tive a tal fé de arrasar
montanhas e, se não ganhar, é porque a não tive?”
É! Quando nos confrontamos com o real, as palavras de Cristo
perdem toda aquela força e poder que parecem ter na sua boca…
Ou a fé é realmente um dom de Deus e só a terá a quem Deus a
quiser dar? - como também já perguntámos. Mas esses “abençoados com tal dom” devem
ser tão raros, tão raros, que não se conhecem nem deles temos notícia, por esse
mundo de quase oito mil milhões de seres humanos, com toda a avalanche das
tecnologias de informação!… Então? Que validade têm realmente estas palavras
de Cristo? É que não pomos em dúvida de que Ele as tenha proferido e que Mateus
as tenha fielmente reproduzido…
Depois, como rezamos mas não temos fé suficiente, Deus não
nos concede o que pedimos… Frustração completa! Total desespero! E, para
cúmulo, só rezamos a pedir - o que é humano e natural - quando estamos numa de
aperto… Mas qual será a fé suficiente perante Deus? Qual? Não saberia Jesus que
nunca poderíamos ter a fé que Ele tinha e com a qual realizava os milagres? Não
nos frustrou e não parece brincar connosco, criando em nós falsas expectativas
- perdoem-nos a blasfémia! - Jesus de certeza que no-la perdoará!… -
dizendo-nos “Se tiverdes fé e não duvidardes, fareis não só o que Eu fiz mas
também… E tudo o que na oração pedirdes com fé, recebê-lo-eis”?
– Em Mt 21,23-27, mais uma vez se digladiam Jesus e os sumos-sacerdotes
e anciãos do povo. Uma luta que não se entende! Confrontos em tudo com sabor a
humano e pouco ou nada de divino: «Ah, não sabeis? -“Pois também Eu vos não
digo com que autoridade faço estas coisas.”»
Com tal resposta, Jesus certamente mais acicatou nos sumos-sacerdotes
e anciãos do povo a vontade de O matar… e serem, assim, instrumentos de
Javé-Deus na realização das Escrituras! É que lhes deveria ter custado “os
olhos da cara” terem de responder: “Não sabemos!”… Não eram eles os doutores da
Lei?… Aliás, Jesus perdeu uma excelente oportunidade para se explicar e
convencer quem poderia ser arauto da sua mensagem divina. Assim…
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