À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 49/?
– Voltemos a falar dos tronos no Céu prometidos por Jesus
aos apóstolos:
Doze tronos! E os apóstolos a sentirem-se ali reis, imaginando-se
de ceptro na mão e com o poder de julgar as tribos de Israel! E até Judas, o
traidor, teve direito! Afinal, não foi direitinho para o inferno pois ainda se
arrependeu de ter vendido a Cristo por trinta dinheiros, quando, dependurado na
figueira, ainda lhe restavam alguns fulgores de vida!
E Cristo, sabendo antecipadamente disto, não hesitou em
falar em doze tronos…
Aliás, caso houvesse problema com o afastamento de Judas,
certamente haveria muitos candidatos ao lugar dos que não pertenciam aos doze,
como S. Paulo, S. Lucas, S. Marcos… E porque não uma mulher? Se não fosse a
Virgem, poderia ser Maria Madalena, a predilecta de JC. Pois, certamente, o
machismo não reina no Céu como reinou em toda a Bíblia do A.T., sem ter sido
abolido convenientemente no Novo de Jesus Cristo… Ou, à falta de melhor, o Bom
Ladrão que de certeza foi para o paraíso, pela afirmação de Cristo na cruz,
embora reportada apenas por Lucas: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso.” (Lc
23,43) Aqui, não se compreende que o “facto” seja omitido por Mateus e Marcos
que apenas dizem: “Até os ladrões que foram crucificados com Ele O insultavam.”
(Mt 27,44; Mc 15,32), nada dizendo João...
Só resta perguntar, brincando: “Que “gozo” celestial aquele dos
apóstolos em sentar-se num qualquer trono e julgar umas quaisquer tribos?
Mas… deixemos estas imaginações e façamos a pergunta-chave:
“O que é isso de «deixar casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, terras por
minha causa»”? Esses que tudo abandonarem por causa de Jesus terão, de certeza,
a vida eterna? Então, se acreditamos em Cristo, porque não deixamos pai, mãe,
irmãos, irmãs, filhos, terras e… partimos?
Lá deixar, até talvez fôssemos capazes de tal feito, embora
com a saudade - e talvez remorso, que certamente seria obra do diabo! - doendo
no coração. Mas compreenderíamos aquele “por minha causa”? Depois, não se
apela, embora que subrepticiamente, aliciantemente e realmente, ao espírito tão
natural e tão humano da ganância do Homem? “Há-de receber muito mais!” -
afirma-se. Quem, na vida, não quererá dar dez se sabe que vai receber cem?! O
nosso grande, grandíssimo problema é não saber como, nem onde, sendo tudo
apenas… FÉ!
E voltámos à pergunta-não-menos-chave: “Se é uma questão de
Salvação ou Condenação eternas, porque é que a “mezinha” para as alcançar não é
clara, simples, evidente para toda a gente, todas as raças, todos os povos, de
todos os tempos passados, presentes e futuros? Porquê?…”
Ainda, mais contundente: “Se todos - e todos teriam o
direito, não é? - se todos deixassem pai, mãe, irmãos, irmãs… “ - Não! Não pode
ser! É completamente inexequível! Cristo pede-nos ou exige-nos o impossível!
Então…
Então, temos vontade de gritar mais uma vez: “Como pudeste
aconselhar-nos, aconselhar todos os Homens a procederem de tal modo para terem
a vida eterna?”
É simbólico! - poderia JC responder-nos. Para não vos
agarrardes às coisas deste mundo mas apenas vos interessardes pelas celestiais…
– Problema é que nunca sabemos o que é esse teu Céu… E, por
isso, o nosso avassalador descrédito em Ti, Jesus! Nós que queríamos tanto - e
Tu que lês nos corações – lerás? - sabe-lo bem! - nós que queríamos tanto
confirmar-nos na Fé em Ti, que já nos tentaste convencer do divino que és pelos
teus inúmeros milagres…
No entanto, constatamos que foram estas tuas palavras e outras semelhantes que levaram
tantos e tantas, ao longo da História, a meterem-se em conventos ou a irem para
o deserto, esperando pacientemente que esta vida passasse - não se
compreendendo porque não tinham coragem de abreviar os seus dias, ali, com um
veneno qualquer - bastava deixarem-se morder por uma cascavel que bem
apreciaria tal “petisco” com a fome que por lá andaria… Eles apenas acreditaram
na tua palavra! Eles apenas queriam a vida eterna que lhes prometeste! Eles
apenas fizeram o que Tu mandaste! E agora, onde estão eles? Poderás
dizer-no-lo? Quererás dizer-no-lo? Estão no prometido Céu ou no total… NADA?
– É! Era tão fácil! Era tão fácil acabar com todas as
perguntas, sanar todas as dúvidas!… Bastava que cá viessem - deixem-nos
repetir! - esses todos que Te seguiram, ó Jesus. Bastava! Eles nos diriam toda
a Verdade que ainda não nos disseste, embora andes sempre a falar nela!… E que
Te custa mais este milagre? Não seria bem empregue, já que nos serviria de
salvação a nós que estamos perdidos… em dúvidas? Não vieste “salvar o que
estava perdido”? (Mt 18,11) - repetimos à exaustão. Então, cumpre, por amor de
Deus, o que disseste! Cumpre e acreditaremos! Cumpre e salvar-nos-emos!
O próximo texto será, a pedido de uma das leitoras, sobre a origem da Vida na Terra. O tema é apaixonante e, obviamente, sem verdades absolutas mas apenas hipóteses embora muito prováveis de Verdade.
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