sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 241/?


À procura da VERDADE nos Evangelhos

Evangelho segundo S. MATEUS – 37/?

– “Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por causa de Mim, encontrá-la-á. Com efeito, que adianta ao Homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma? O que pode um Homem dar em troca da sua vida?” (Mt 16,24-26)
– Texto tremendo que fez tremer muitas consciências e fez homens e mulheres mudarem completamente de vida ou mudarem a sua visão da vida, obviamente, desta vida terrena. Assim, por exemplo, S. Francisco Xavier e todos – homens e mulheres – os que se refugiaram/ encarceraram em conventos, conventos que proliferaram pelo mundo judaico-cristão, nestes dois mil anos de cristianismo (e de muito obscurantismo!). E nós? Também tememos? Ou…? É que aquilo que os outros fizeram ou nos serve de exemplo ou de nada nos aproveita. E, quando se tratar do castigo ou recompensa final, a solidão é total: cada um responderá por si, pelo que tiver feito ou deixado de fazer, nada nos importando a vida deles quer na Terra quer no Céu, se acaso eles lá estão à nossa espera…
É! Tantas vezes já o dissemos: Eles bem poderiam vir dizer-nos cá “abaixo” como é realmente lá em “cima” o Céu e Deus e os Anjos – ou o Inferno, claro! – e tudo aquilo de que a nossa imaginação está cheia exactamente por estes escritos bíblicos que criaram em nós tal imaginário – bonito imaginário, diga-se de verdade, com um paraíso ali à mão e por toda a eternidade! – e estas afirmações de Jesus em que é tão difícil acreditar! Porque é que não vêm? Porque não vindes, anjos e santos, para que nós, vendo, acreditemos e vamos também para o céu onde vós estais? Não éreis vós dedicados aos irmãos na Terra? Porque agora vos calais tanto aí… no Céu?
Ou… - frustração das frustrações! - realmente vós fostes enganados pelo imaginário que as ditas Sagradas Escrituras, incluindo as palavras de Jesus Cristo, criaram em vós e não estais em parte nenhuma, nem no corpo nem na alma, e fazeis parte do eterno retorno do mesmo ao mesmo através do diverso que um dia vós fostes, como somos nós, que nos integraremos na matéria universal – quer queiramos quer não! – e por toda a eternidade - matéria de onde viemos e que afinal nunca deixámos de o ser, apesar desta nossa inteligência brilhante ter tido a capacidade de discutir estas ideias, criar estes paraísos, inventar este Deus ou estes deuses, pois, se calhar, afinal, tanto faz que seja um ou muitos!
E se não estais em parte nenhuma e fazeis apenas parte do nosso imaginário, como nós faremos do imaginário dos nossos vindouros – se é que vamos deixar alguma recordação e não nos acontecerá como acontece a praticamente todos os que dia-a-dia se vão, sem deixarem rasto, nem memória de coisa nenhuma – realmente não podeis vir “cá”, simplesmente porque já nada sois, apenas partículas da matéria universal onde também vos integrastes como é próprio dos seres vivos que são matéria em permanente transformação: agora átomos, agora moléculas, agora um qualquer ser vivo, que pode ser animal ou planta ou outra realidade qualquer e, esgotada a sua energia como tal, novamente átomo ou molécula de qualquer ser animado ou inanimado… Assim, ao ser vivo, assim à Terra, assim ao Sol, às estrelas, às galáxias, ao… misterioso, infindável – quem sabe se infinito, confundindo-se com o próprio Deus – Universo!…

1 comentário:

  1. A alma! O próximo texto dedicá-lo-emos à alma, contrapondo os conhecimentos actuais do cérebro ao conceito clássico da alma que estabelece uma dicotomia no Homem: alma e corpo, aquela espiritual ou puro espírito, este, pura matéria e suporte dela e, segundo as religiões, apenas no Tempo, pois prolongar-se-á pela eternidade.

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