À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
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– E muitos mais milagres! E muitas mais curas! “ (…) coxos,
aleijados, cegos, mudos e muitos outros doentes. Puseram-nos aos pés de Jesus e
Ele curou-os. As multidões ficaram admiradas (…). E glorificaram o Deus de
Israel.” (Mt 15,30-31)
– Quem não ficaria admirado? Mas - e repetindo-nos - porque
é que não acreditaram nele e… O mataram? Porquê, santo Deus?!
– É sempre a mesma questão: tantos milagres e… quase em vão!
Eles que se admiraram e glorificaram o Deus de Israel, mas certamente ficaram
cheios de dúvidas quanto ao essencial da vida: o que realmente há depois dela!
Nós, porque nem vimos, nem pudemos admirar-nos, só lendo tais “factos” que
acreditamos sejam verídicos, por aquele que deles dá testemunho os ter
presenciado, terem acontecido ali mesmo à sua frente, diante dos olhos… nós a
querermos mesmo assim admirar-nos, glorificar a Deus e acreditar que há
realmente uma vida eterna! Estranho não é?!
De notar ainda a influência do A.T. naquele “Deus de
Israel”… Porque não simplesmente “Deus”?
E, em boa verdade, o que é “glorificar a Deus”? Necessita
Deus de ser glorificado? De ser louvado? Como se quiséramos alimentar o seu Ego? Há tanta falta de divino em todas
estas afirmações tão humanas!…
– E outro milagre! Novamente a multiplicação dos pães e dos
peixes! Desta vez, são sete os pães, alguns os peixes. Os homens eram “apenas”
quatro mil, “não contando mulheres e crianças” e “encheram sete cestos com os
pedaços que sobejaram.” (Mt 15,32-38)
– Aquela forma de contar as pessoas só pelos homens,
lembra-nos o forte machismo presente em todo o A.T. E pergunto-te: “Não
gostarias de ter feito parte daquela multidão como homem contado ou como
mulher… anónima? Ver ali com os próprios olhos os pães e os peixes a
multiplicarem-se nas mãos dos discípulos que os distribuíam como quem semeia
rosas?…”
E como seria a multiplicação? Apareciam na ponta dos dedos
ou saíam da manga como coelho de mágico malabarista?...
Mas é outro milagre que terá forçosamente de ser verdade a
avaliar pelo testemunho ocular de quem o narra. Milagre mesmo! Sem qualquer
possibilidade de explicação! Aliás, onde iriam os discípulos buscar tanto pão e
tanto peixe (já bem cozinhado!) para alimentar mais uma multidão de milhares?
Nós… até parece que estamos convencidos; mas os fariseus e
os sacerdotes e os doutores da Lei? – Esses, não! Esses continuam a não
acreditar e a pedirem a Jesus “que fizesse um milagre como sinal do seu poder
vindo de Deus”! (Mt 16,1) Jesus limitou-Se a chamar-lhes “gente má e infiel”
(Mt 16,4) e a pedir aos discípulos: “Acautelai-vos (…) do fermento dos fariseus
e saduceus!” (Mt 16,11).
E, para os convencer na Fé, Jesus lembra aos discípulos os
cinco pães para cinco mil homens mais os doze cestos que sobraram e os sete
pães para quatro mil e também os cestos dos pedaços não comidos… (Mt 16,9-10)
Reforça-se, assim, a veracidade de tais acontecimentos… totalmente
inexplicáveis à luz das vivências humanas!
Então, o que fazemos com este incomensurável poder de Jesus?
Acreditamos nele ou… continuamos a questionar? Ou simplesmente, foi mais um
milagre (juntamente com todos os outros) que não aconteceu – pura invenção de Mateus! – pois não é credível que
fariseus e sacerdotes fossem tão duros de inteligência para o não vivenciarem
com Fé e clarividência, acreditando na divindade de Jesus!
É que não se entende aquele pedido de "um milagre como sinal do seu poder divino". De duas, uma: ou não presenciaram nenhum de todos os milagres antes narrados por Mateus, incluindo a multiplicação dos pães e dos peixes, ou tais milagres não existiram. Poderá haver outra explicação?
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