À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 31/?
– Pelas anteriores palavras de Jesus, parece que terá o
Reino de Deus, terá a Vida eterna no Céu de Deus-Pai quem simplesmente não cometer
crimes, nem adultério, nem imoralidade, nem roubos, nem falsos testemunhos, nem
calúnias. E isto numa vida terrena tão efémera e tão conectada com o Tempo. Mas
as nossas dúvidas esbarram sempre com o não sabermos nem onde, nem quando, nem
como, nem… termos qualquer feedback dos
que já se foram e que bem poderiam vir cá dizer-nos exactamente como é. Era tão
fácil, não era! E acabavam-se todos os mistérios, todas as dúvidas, todas as
interrogações, todos os impropérios, todas as crendices, todas as heresias que
vamos por aqui sublevando, merecendo certamente, aos olhos de muitos, a
condenação eterna!…
– Aos olhos de muitos e… do próprio Jesus Cristo que diz:
“Porque serás justificado (…) ou condenado pelas tuas próprias palavras.” (Mt
12,37)
– Não, Jesus Cristo, não pode ser! As nossas palavras são a
expressão pura da angústia do não entender… E acaso, sendo nós néscios,
merecemos por isso condenação? Que culpa temos nós de não termos nascido mais
clarividentes?
Só mais uma pergunta, com sabor a… repetida: “Como é que
acções ou palavras ditas numa vida terrena, tão efémera no tempo, acarretam uma
salvação ou uma condenação eternas? Como? Não há uma total e inconcebível
injustiça quer para aquele que recebe o prémio quer para o que recebe o
castigo? Quem poderá/saberá responder a tal pergunta? Acaso Jesus respondeu?” Ou
não será este facto mais um argumento contra os que afirmam que há vida eterna
para além da morte?
– Ainda outro milagre! Cura de uma rapariga estrangeira,
possessa do demónio…
Mais um espírito maligno que andava por ali à solta… Nos
tempos actuais, não parece havê-los assim em tão grande abundância como nos
tempos de Jesus Cristo. Enfim, coisas da História!
O que não se entende é que Jesus tenha dito à mãe da
rapariga, antes de fazer o milagre: “Eu só fui enviado às ovelhas perdidas de
Israel.” (Mt 15,24)
Uma só explicação: para pôr à prova a fé daquela aflita mãe.
De contrário, caía por terra todo o universalismo que está inerente à suposta missão
de Cristo: enviado para salvar todos os Homens.
Mas, tal como para nós, Cristo era para ela a única tábua de
salvação. Infelizmente, a nós não nos faz o milagre fundamental: dar-nos
respostas claras e verdadeiras ao que por aqui questionamos… De qualquer modo, aquelas
palavras à pobre mulher, fazem-nos lembrar o Javé-Deus do A.T. que se afirmou
sempre tão exclusivo do povo de Israel. Já então, desabafámos: «Como tal
exclusividade retira credibilidade a um Javé-Deus que se quisera Deus de todas
as humanidades, de toda a Terra, de todos os céus, de todos os… Universos!»”
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