À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 21/?
– Finalmente! Após os sacerdotes terem passado o A.T. a
defender freneticamente o sábado, fazendo pagar com a vida todo aquele que bulisse
uma só palha em tal dia… e tudo por ordem de Javé!…, vem Cristo “matar” tal
fundamentalismo, com provas tão simples como o ter de apanhar algo para comer
ou salvar a ovelha que caíra ao poço. (Mt 12,1-11)
Só não se entende como é que Cristo tem de corrigir tanto as
Escrituras. Então, o Javé de há mil anos, que inspirou os profetas a porem na
sua boca todas as normas e leis do tempo e do Templo, não era o mesmo Deus de
Jesus Cristo? Como é que o que era sagrado há mil anos, deixou de o ser?
Para os autores bíblicos – já o dissemos noutros textos a propósito do A.T. - o
imutável Deus afinal andava ao sabor dos tempos e dos costumes…
– Mas Cristo, mesmo assim, tenta “justificar-se”: “Nunca
lestes o que David e os seus companheiros fizeram, quando sentiram fome? Como
ele entrou na casa de Deus e comeram os pães oferecidos a Deus? (…) Não lestes
também na Lei que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado,
sem cometer falta?” (Mt 12,3-5)
É uma justificação que só vem condenar as Escrituras… que
discriminaram e mataram o povo que não respeitou o sábado. E David, quem
poderia algo contra ele? Que sacerdote - mesmo inspirado por Deus - se
aventuraria a condená-lo?… E aos sacerdotes, sendo os escribas das Escrituras,
ser-lhes-ia fácil justificar o violar do sábado sem cometerem falta!…
Mas é uma justificação “política” por parte de Jesus
Cristo…, justificação que, apesar de política, não convenceu os fariseus que “Logo
depois saíram e fizeram um plano para matar Jesus.” (Mt 12,14)
Tal atitude é incompreensível ou revela total insensibilidade humana! Então,
a força do milagre de Jesus que cura a mão paralítica do homem não foi
suficiente para “encantar” os fariseus? Porque despertou neles o
ódio a Jesus e não a admiração e o reconhecimento? Que Hitler não ficaria “de
olhos em bico” ao presenciar tal milagre, reconsiderando o seu desejo de
extermínio e de holocausto?
É incompreensível e levanta inúmeras questões! Os milagres de
Jesus parecem tão pouco convincentes, parecem convencer tão pouco os do seu
tempo - vejam-se as cidades há pouco amaldiçoadas pelo próprio Jesus por não se
terem convertido ao verem todos os seus milagres - que nos custa acreditar que se tenham mesmo realizado… É que os sacerdotes podiam ser
estúpidos… podiam não entender… mas não ver o que estava a acontecer em frente
dos próprios olhos, ali com toda a força de milagre… não é crível.
– “Numerosas multidões O seguiram e Ele curou todos os
enfermos mas ordenou que não dissessem quem Ele era.” (Mt 12,15-16)
– De novo! Sempre o mesmo enigma: “Porque quer Jesus
ocultar-Se e ocultar o seu poder quando a sua missão era mostrar-Se a toda a
gente como o Enviado do Pai, fundamentando com milagres a sua mensagem?”
Em boa verdade, porque não usou os rudimentares meios
publicitários da época - o boca-a-boca - para Se dar a conhecer? Não teria
aumentado o número dos que O seguiam? Não eram outros tantos apóstolos que
transmitiriam a mensagem? Não encheria rapidamente a Terra inteira da sua
mensagem? Assim, com tal política de ocultamento, temos uma Terra onde, após
dois mil anos passados, mais de metade ainda não conhece o doce Jesus Cristo!…
Tal atitude - de medo! - não parece de um Deus, pois não?…
Os milagres existiram? Umas quatro dezenas dos contáveis fora os incontáveis como "curava todos os doentes"? - Embora a Ciência ainda desconheça muitos mistérios da Natureza, a questão dos milagres não se coloca ao nível da capacidade ou não de Jesus em dominar os elementos que provocavam as doenças, ou acalmar uma tempestade, multiplicar pães e peixes ou vinho, ressuscitar mortos, ressuscitar-se a si mesmo - capacidades das quais obviamente duvidamos. O problema é o contexto e a tão pouca eficácia dos supostos milagres para atingir os objectivos a que Jesus se propunha: afirmar a sua divindade e a credibilidade da sua mensagem, ou seja, a fraternidade universal na Terra e a vida eterna no Paraíso para os bons, junto de Deus-Pai, ou no Inferno para os maus, junto do maléfico Diabo. Como vimos, Ele próprio se queixou - veja-se o texto - de tal facto. Sendo impossível acreditar num fracasso de Deus, torna-se óbvio para quem é sensatamente inteligente, que os referidos milagres, tal como os evangelhos no-los contam, simplesmente não existiram e foram inventados, e contados de forma literariamente simples, para firmarem os recentes crentes na Fé num Jesus divinizado e Filho de Deus ou Deus com Ele.
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