À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 23/?
– Mais um milagre! Cura de um possesso cego e mudo! Milagre
que gera controvérsia junto dos fariseus, para quem a força do milagre, mais
uma vez, não foi suficiente para ter carácter de divino! Pelo contrário: “Ele
expulsou os demónios através de Belzebu, o príncipe dos demónios!” E Jesus de
responder-lhes: “Se Satanás expulsa Satanás, ele está dividido contra si mesmo.
Como é que o seu reino poderá subsistir? Se é através de Belzebu que Eu expulso
os demónios, através de quem os expulsam os vossos filhos? (…) Mas se é através
do Espírito de Deus que Eu expulso os demónios, então o Reino de Deus chegou
até vós.” (Mt 12,22-28)
– Que os fariseus O não tenham aceitado, talvez se
compreenda. Poderíamos era perguntar: “Porque não nasceu Jesus noutro lugar ou
noutro tempo em que outra gente O acolhesse totalmente? Sendo Deus e
omnisciente, sabia de certeza o que O esperava. Então, porque não fez outra
opção?” Ele ou o seu Pai que O enviou…
Ao retorquir aos fariseus, Jesus admite a existência de um
Belzebu ou Satanás e que este tenha um reino… - certamente o reino dos
demónios… - e que os filhos daquele povo também sabiam como expulsá-los, e que…
Então, quem é realmente Satanás? Que reino de demónios tem ele, onde também há
um príncipe? Como é que os filhos daquele povo expulsavam os demónios? Com que
eficácia? Em nome de que Espírito? Que Reino de Deus chegou até eles?
– Que nós saibamos, nunca Jesus explicou coisa alguma destas
realidades, tidas como certas, sem qualquer fundamento… Depois, não se percebe
porque é que Jesus não se assume como “Deus total” e diz agir em nome do Pai ou
do Espírito de Deus. Não é Ele Deus? Para quê confundir-nos com mais o Pai e o
Espírito, obrigando-nos mais tarde a “inventar” o dogma da Santíssima Trindade
- Deus uno e trino em pessoas - logo chamado de “Mistério da Santíssima
Trindade”, exactamente por tal ser incompreensível?
– “A blasfémia contra o Espírito não será perdoada. Quem
disser alguma coisa contra o Filho do Homem será perdoado. Mas quem disser
alguma coisa contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, nem neste mundo, nem
no mundo que há-de vir.” (Mt 12,31-32)
– Palavras tremendas, estas! Incompreensíveis também! Não é
o Espírito Santo igual ao Filho do Homem, no Deus uno e trino com o Pai? Como
então duas medidas de perdão? Ofendendo o Filho não se ofende também - porque
são um único Deus! - o Pai e o Espírito? E o que será a blasfémia contra o
Espírito? E que coisa ou coisas se poderão dizer contra o Espírito? E porque é
que quem tal disser nunca será perdoado? Enfim, que mundo é esse “que há-de
vir”? Alguma vez Cristo no-lo explicou? Como quer Ele que nós - seres racionais
- acreditemos assim sem provas? É que nós bem quiséramos acreditar! Bem
quiséramos que tal mundo existisse! E bem quiséramos saber como, quando e onde
- e já nos estamos repetindo… - mas ninguém nos dá certezas da sua existência!
Só afirmações, só palavras!…
– Só mais uma pergunta bem cheia de coragem: “Acaso todas
estas nossas interrogações são blasfémias contra o Espírito? E… sem perdão? Nem
neste mundo nem no outro? Acaso é blasfémia contra o Espírito questionar o que
o nosso espírito não entende? Não é mesmo um dever divino que nos foi dado por
Deus, ao dar-nos uma razão e um discernimento, pôr-Lhe tais questões? Não
merece ser condenado e não perdoado exactamente quem se cala, embora não
compreendendo, ou aceita simplesmente porque lhe disseram que era assim? E
espera que depois da morte se faça luz, quando já nada se pode questionar ou…
equacionar?”
Assim raciocinando, cremos sinceramente que se Deus nos
condenasse, condenar-Se-ia a Si mesmo! E como tal não é possível… Aleluia!
Aleluia! Continuaremos corajosamente à procura da Verdade! Não contra o
Espírito, evidentemente! Mas… juntamente com Ele! Porque Ele é o Espírito de
Verdade, da Verdade absoluta!…
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