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Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
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– Não se entende é o milagre da expulsão dos demónios de
dois homens: “Ao longe, andava a pastar uma vara de porcos e os demónios
suplicavam: «Se nos expulsas, manda-nos para a vara de porcos.» Jesus disse:
«Podeis ir.» Os demónios saíram e foram para os porcos. Então, os porcos
puseram-se a correr pelo monte abaixo e afogaram-se no lago.” (Mt 8,30-32)
– Quem ouviu tal diálogo entre os demónios e Jesus para dele
dar assim testemunho? Será histórico ou… pura invenção dos apóstolos ou da ainda
recente tradição cristã, no tempo de Mateus?
Pior: parece totalmente descabido de senso, impróprio de um
Jesus Cristo, “mandar” assim afogar os porcos de um qualquer, que certamente
bom trabalho lhe tinham dado a criar. Que poderemos concluir de tão estranha
narrativa e peripécia? Não desacredita Jesus em vez de corroborar o seu poder
sobre os infernos, o que certamente seria a ideia de Mateus, ensinando as
primeiras comunidades cristãs?
Aliás, o próprio Mateus refere que: “Então, toda a gente da
cidade foi ter com Jesus (…) e pediram-Lhe para se ir embora daquela região.”
(Mt 8,34)
Que frustração sentiria Jesus ao ouvir tal pedido? Não
repensou a sua atitude? Não se arrependeu de ter enviado para os porcos os
espíritos malignos - coisa impossível para um Deus? Não pediu desculpas, pelo
menos, já que certamente não teria com que indemnizar o prejudicado?
A resposta a estas perguntas nunca a teremos… Só se Jesus
viesse de novo à Terra… E, então, presenciando estes e tantos outros milagres,
esqueceríamos o “desperdício” dos porcos, afogando-se, e exclamaríamos com a
multidão, admirados: “Que homem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”
(Mt 8,27) Não é homem, não, mas Deus feito homem!
Infelizmente, Jesus não volta de novo! E o que fica de certo
– se é que o “facto” foi facto – é que os da cidade pediram-Lhe para que se
fosse embora, sendo incompreensível que Jesus, na sua suposta saga divina, tenha
provocado tal desejo…
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