À procura da
VERDADE em EZEQUIEL – 164/?
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- “O rei de Babilónia foi a Jerusalém, tomou o rei
(…) fez com ele
um acordo, obrigando-o a fazer um juramento (…) Mas ele
revoltou-se contra o rei da Babilónia e mandou mensageiros a
procurar o Egipto
para que o Egipto lhe fornecesse cavalos e
batalhões.” (Ez 17,12-15).
- Comenta-se: “Um país pequeno não tem vantagens em
recorrer a
uma grande potência para se ver livre de outra igual ou parecida.
Já
era a posição de Jeremias que, enfrentando incompreensão e
calúnias,
aconselhava simplesmente a submissão à Babilónia.
Verdadeiramente, o próprio
Deus era quem estava empenhado na
salvação e prosperidade do povo.” (ibidem)
Tal conclusão do empenho de Deus sem salvar o seu
povo parece-nos
sem nexo, no contexto político que se descreve. Depois, não são
ideias políticas as que Ezequiel apresenta, ao defender uma política
de
submissão e não uma política de alianças? Não coloca na boca de
Javé tais
palavras para lhes dar força junto dos seus ouvintes? E -
incontornável
pergunta - que nos importam a nós, crentes ou não
na Bíblia como livro sagrado,
o “Livro da Verdade da Salvação
Eterna”, as ideias de Ezequiel naquele momento
e naquele lugar?
- “Assim diz o Senhor Javé: Juro por minha vida que
vou
castigá-lo por ter desprezado o meu juramento e quebrado a
minha aliança.
(…) Até os mais escolhidos comandos do seu
exército cairão mortos em combate.”
(Ez 17,19-21)
- Parece tratar-se de Sedecias que quebrara o
juramento com
Nabucodonosor, rei da Babilónia. Então, como perceber que Javé
“queira” usurpar tal juramento? E, conjuntamente, “assenhorear-se”
das
atrocidades cometidas por Nabucodonosor? Seria necessário
este “escândalo”
divino inventado por Ezequiel para justificar a
morte atroz sofrida por
Sedecias e os seus, às mãos de
Nabucodonosor? Que credibilidade nos merece tal
escritor
“inspirado”? Que inspiração divina é esta?!
- “ O indivíduo que pecar, esse é que deverá morrer.
Se o
indivíduo é justo e pratica o direito e a justiça; se não come nos
montes,
não adora os ídolos imundos da casa de Israel; se não
desonra a mulher do seu
próximo, nem se aproxima da mulher
menstruada; se não explora ninguém mas
devolve o penhor de
uma dívida; se não rouba ninguém, mas dá o seu pão a quem
tem
fome e veste quem não tem roupa; se não empresta com usura
nem cobra juros;
se evita praticar a injustiça e procura fazer um
julgamento justo entre as
pessoas; o indivíduo que age de acordo
com os meus estatutos, que guarda as
minhas normas, praticando
correctamente a verdade, esse indivíduo é justo e
certamente
permanecerá vivo - oráculo do Senhor Javé.” (Ez 18,4-9)
- Embora fosse de inteira justiça que apenas
morresse quem pratica
o mal, a realidade é que “à morte ninguém escapa, seja
bom, mau
ou papa”! Depois, aparecem-nos uma série de normas “divinas”
que de
divino só têm o serem colocadas na boca de Javé, pois
todas elas são bem ou
demasiado humanas! Mais: o que é isso de
“comer nos montes”? E que dizer do
“pecado” em se aproximar
da mulher menstruada?! Enfim, o que é “praticar
correctamente a
verdade”?
- “Entoa uma lamentação sobre os chefes de Israel
(…)” (Ez 19,1)
- Aqui, comenta-se: “A sua política de alianças com
as grandes
potências da época não resultou e acarretou a ruína de todo o povo.”
(ibidem) Certo! Mas, mais uma vez, são apenas as ideias políticas
de Ezequiel,
sem que nelas se vislumbre algo de divino ou de
divinamente inspirado.
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