À procura da
VERDADE em EZEQUIEL
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(O texto a que se referem os próximos comentários
foi publicado
no final da mensagem anterior)
- Bonita é a simbologia do desenvolvimento de
Jerusalém, tal jovem
que desabrocha para a adolescência até à idade do amor e
dos enfeites.
E Javé não descurou tais encantamentos!
Claro que é tudo simbologia! Mas porquê Jerusalém, cidade de
Javé?
Porquê sempre considerada a sua cidade santa? Porquê mesmo Jesus
Cristo vai chorar sobre ela e sobre os seus filhos? Porquê até o epíteto
de “Jerusalém
celeste”?
Aqui, vejamos o comentário: “Ezequiel faz um retrato
simbólico
da história de Jerusalém: de humildes origens pagãs, Jerusalém
tornou-se, no tempo de David, a capital de todo o reino de Israel.
Desse modo,
Jerusalém é o símbolo concreto da aliança amorosa
entre Deus e o seu povo.”
(ibidem)
Não é totalmente descabida de fundamento a afirmação
“símbolo
concreto”? Porque se mistura tanto o real histórico com a intromissão
de Javé na mesma História?
E comenta-se ainda: “Jerusalém é a esposa amada de
Javé. Mas
ela é infiel, prostitui-se (…) A adúltera tem relações com os
vizinhos; primeiro com os egípcios, depois com os assírios e
babilónicos. Ora
essas alianças políticas com outras nações são
atitudes de infidelidade, gestos
de prostituição muito caros que
acarretam prejuízos impensáveis para os filhos,
sacrificados aos
deuses importados e para a mãe que não tira qualquer proveito
ao oferecer-se perdidamente. (…) Sodoma era o exemplo da
corrupção total. (…)
Samaria foi destruída em 722 a. C., por causa
da idolatria. Pior do que elas é
Jerusalém (…)” (ibidem)
E nós perguntamos de novo: «Porquê esposa amada de
Javé?
Quem criou tal mito em que nos “obrigam” a acreditar? As
relações que
Jerusalém tem com os vizinhos - prostituições, como
o profeta adora chamar-lhe!
- não serão tentativas políticas para
salvar a pele e não ser destruída? Porquê
então, condenáveis?»
Mais uma vez parece que Ezequiel quis camuflar as
suas ideias
políticas, contrárias está bem de ver, às alianças com povos vizinhos,
em nome de uma não-perca de identidade nacional, debaixo da
capa das invectivas
de Javé contra Jerusalém. É a mistura total do
real histórico com o visionário
supostamente divino! Aliás, aparece a
mesma confusão na afirmação: “Destruída
por causa da idolatria”.
- “No entanto, Eu lembrar-Me-ei da aliança que fiz
contigo, quando
eras jovem e farei contigo uma aliança eterna.” (Ez 16,60)
- Até que enfim! Um Javé tolerante! Uma lufada de ar
fresco em
tantas prostituições! Mas… até quando, Ezequiel?
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