À procura da
VERDADE em EZEQUIEL
4/13
- “Eu sou Javé cujos estatutos vós não seguistes (…)
Pelo contrário,
imitastes os costumes das nações vizinhas.” (Ez 11)
- Muitas vezes tem Javé de se afirmar! Realmente
perante um povo
de cabeça dura como era aquele seu eleito!… E imitar as nações
vizinhas era - é! - assim tão pecado?
- “(…) Que ditado é esse que corre pelo país de
Israel: Os dias vão
passando e a visão
não se realiza! (…) A visão que este tem é para
daqui a muitos anos. (…)?
Diz aos que profetizam conforme os seus
próprios interesses: (…) Ai dos
profetas estúpidos que inventam
profecias, coisas que nunca viram, seguindo a
sua própria
inspiração! (…) Têm visões inúteis e previsões enganosas, esses
que
andam dizendo: Oráculo de Javé, quando não foi Javé que
os mandou. (…) E não é
que continuais a ter visões inúteis e a
fazer previsões erradas? (…) Enfrenta
as mulheres do teu povo
que profetizam conforme os seus próprios interesses.
(…)”
(Ez 12-13)
- Temos de perguntar: Sendo tudo linguagem simbólica
ou não, não
descortinamos aqui um Ezequiel a impor as suas ideias políticas às
de outros, o que hoje poderíamos chamar de oposição/situação,
acusando aquelas
de não serem inspiradas por Javé e as suas
serem-no? Depois, vem o espantoso
lugar dado às mulheres!
Infelizmente, desta vez, também como falsas profetisas…
A propósito, comenta-se: “A palavra de Deus não
exclui as
mulheres. De facto, em Israel, encontramos diversas profetisas
e
videntes: Maria, Débora, Hulda. Levado pela insegurança, o
povo vive em busca
de alguém que lhe possa dar orientação
(…): até as mulheres avançam com
práticas que roçam a magia.”
(ibidem)
É! Naquele tempo, muitos profetas havia! E hoje?
Onde estão eles,
sobretudo os inspirados por Deus? É que, dos outros, dos
falsos,
parece haver por aí muitos!...
- “(…) Assim diz o Senhor Javé a Jerusalém: (…) Já no
dia do
teu nascimento te deitaram fora. (…) Então, Eu fiz-te crescer
(…)
Cresceste, fizeste-te grande e chegaste à flor da juventude,
formaram-se os
teus seios e chegaste à puberdade (…) Notei
que estavas na idade do amor. (…)
Fiz um juramento e
comprometi-Me contigo em aliança - oráculo do Senhor Javé -
de
modo que passaste a ser minha. Em seguida, dei-te um banho,
lavei o sangue
que estava no teu corpo e ungi-te com óleo.
Depois vesti-te com roupas
bordadas, calcei-te com sapatos de
couro fino, cingi-te com um laço de linho e
cobri-te com
um véu de seda. Enfeitei-te com ornamentos: coloquei pulseiras
nos
teus pulsos e colares ao teu pescoço; coloquei um anel no teu
nariz, brincos
nas orelhas e uma coroa belíssima na cabeça. (…)
Tornavas-te cada dia mais bonita
e ias tomando ares de rainha. (…)
Tu, porém, confiaste demasiado na tua beleza.
A tua fama tornou-te
prostituta e passaste a entregar-te ao prazer com qualquer
transeunte.
Tomaste as tuas roupas e com elas enfeitaste com várias cores os
lugares altos onde te prostituías. (…) Fizeste imagens de homens
com as quais
te prostituíste (…) Como se as tuas prostituições não
bastassem, ainda mataste
os meus filhos e os entregaste para
serem queimados em honra dessas estátuas.
(…) Construíste um
lugar de pecado (…) entregando o teu corpo a qualquer
transeunte
(…): actos de prostituição! (…) Também te entregaste aos egípcios
(…): prostituições! (…) Tornaste-te prostituta dos assírios (…)
Por mais que te
entregasses à prostituição, não te saciavas… Com os
caldeus aumentaste ainda
mais a tua prostituição (…) Que ódio Eu
tinha de ti - oráculo do Senhor Javé -
prostituta descarada! (…)
Nem parecias uma prostituta que recebe pagamento mas
mulher
adúltera que recebe estranhos em lugar do seu marido. Às prostitutas
costuma-se
pagar. Tu porém, é que pagavas a todos os teus amantes.
Tu é que lhes pagavas
para que eles fossem (…) à tua casa
procurar-te como prostituta. Fazias o
contrário das outras prostitutas
(…) Eras mesmo diferente das outras! (…) Pois
bem, prostituta,
escuta a palavra de Javé: (…) nas tuas prostituições,
mostraste a tua
nudez aos teus amantes e aos teus ídolos imundos (…) Vou reunir
todos os teus amantes (…) contra ti. (…) Vou entregar-te nas suas
mãos (…)
Incendiarão as tuas casas (…) Far-te-ei acabar com a
prostituição (…) À tua
esquerda mora a tua irmã mais velha, Samaria
(…) À tua direita, a tua irmã mais
nova, que é Sodoma (…):
ultrapassaste-as em depravação! Juro pela minha vida -
oráculo
do Senhor Javé - que (…) comparadas com todas as abominações
que tu
praticas, as tuas irmãs parecem santas. (…) Comparadas
contigo, elas são
inocentes. (…) Fizeste com que as tuas irmãs
parecessem justas.” (Ez 16)
- Alongámo-nos de propósito na transcrição. É que
esta obsessão por
imagens sexualizadas, embora se possa argumentar que é tudo
em
sentido metafórico, continua a espantar-nos em textos inspirados
por Javé!
Seria, certamente, para que aquele “povo de cabeça dura”
entendesse… O que é
certo é que a palavra “prostituição” aparece
aqui, num só capítulo, dezassete
vezes! Não é um exagero, santo
Javé?!
(Nota: mais comentários a este longo texto, na
próxima mensagem).
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