terça-feira, 12 de abril de 2016

Os pés de barro das três religiões monoteístas - Conclusão


 Em jeito de conclusão

1 - Pergunta-se: “Porque é que os teólogos de todas as religiões, e das três religiões monoteístas em particular, não primam pela honestidade intelectual, não se limitando a interpretar os livros que a Tradição lhes "vendeu" como sagrados, mas fazendo análise crítica, num espírito de abertura (open mind) ao Conhecimento e à Ciência, com o seu método experimentalista e de análise racional dos resultados, a começar nos diversos deuses criados pelos Homens à sua imagem e semelhança, ao longo da História conhecida, acabando em Javé, Pai de JC e Alá?”
2 – Criticam-se – e com razão! – as religiões, na sua origem, na sua forma, na sua apresentação fantasiosa do Além. Mas…
2.1 – E a Fé que leva as pessoas a actos de heroísmo solidário ou de imolação pelas suas convicções?
2.2 – E a panaceia que são as religiões para darem sentido a esta Vida, ao acenarem ao Homem com a vida eterna, onde finalmente se fará justiça, já que esta não existe na Terra, sendo os bons premiados e os maus castigados?
2.3 – E o conforto que trazem ao mesmo Homem, na hora de atroz sofrimento e, sobretudo, na hora da morte, tornando-o feliz, mesmo nessas horas, pela esperança na ressurreição, com entrada num Céu de delícias?
2.4 – E o bem que as igrejas foram praticando ao longo do tempo, em prol da cultura e do bem-estar das populações e continuam praticando em obras e organizações de solidariedade? (Falaremos, em comentário, dos muitos crimes que foram sendo cometidos, ao longo do tempo – e se cometem, hoje – em nome da religião, matando em nome de Deus, muitas vezes imolando-se – o que é uma deturpação total do que é ter Fé ou ser crente e uma aberração inqualificável de que os gurus religiosos deveriam forçosamente envergonhar-se...)
– Esse, o grande problema para o qual o Homem terá de encontrar soluções dentro do seu humanismo ou da sua essência de UM SER RACIONAL E EMOTIVO! Uma hipótese de solução apresentei-a no meu livro “Um mundo liderado por mulheres”, já reproduzida aqui no blog, sob o título “Apresentação de uma NOVA RELIGIÃO”, em 2012, de 10/06 a 31/07 (8 textos), onde se advoga, por um lado, o Deus de Einstein, na linha já de Espinoza: não um ser pessoal que se interessa e cuida do Homem, mas O TODO ABSOLUTO, ETERNO (contendo todo o tempo e tudo o que pertence ao tempo) E INFINITO (contendo todo o espaço e tudo o que nele cabe); por outro lado, a construção da Fraternidade Universal. Não sabemos é quando o Homem será capaz de cometer tal proeza. Por enquanto, temos as religiões e uma sociedade de desigualdades e de injustiças, pela ganância dos que mandam no mundo. Mas um dia será. Haja esperança! 
3 - Dizem os crentes de todas as religiões, embora com nuances, algumas profundas, que é a Fé que os salva, que é a Fé em Deus e num Além de felicidade que os leva a suportar com um sorriso todas as agruras da vida e que os leva a não temerem nem o sofrimento nem a morte, sendo esta vida apenas uma passagem para a outra, a gloriosa, a plena, a verdadeira…, uma vida eterna feliz na total acepção da palavra!
E assim os gurus religiosos inventaram toda uma série de ritos de purificação, purificação de supostos pecados que impediriam ou retardariam a entrada dos fiéis no Paraíso de todas as delícias, desde a confissão para perdão desses pecados, ao martirizar-se e fazer penitência para expiá-los cá na Terra e não terem de passar por um suposto purgatório ou mesmo irem parar ao inferno, a habitação do diabo, por toda a eternidade…, oferecendo a Deus os sofrimentos e privações de toda a sorte, as doenças, as guerras, os acidentes naturais apesar de serem deles completamente inocentes…, dizendo ou rezando “Que seja tudo, meu Deus, em desconto dos meus pecados!”.
E também se inventaram rezas e mais rezas pelas almas dos defuntos, celebrações fúnebres de desagravo, virgens e santos e anjos a estarem prontos a ajudarem esses mesmos crentes a prepararem a sua vida futura no tal Paraíso, um Paraíso com Deus sentado no seu trono, rodeado de anjos e santos, sempre a sorrir e a cantar glórias ao mesmo Deus… Claro, um delírio completo, imaginado e fantasiado à imagem e semelhança do que o mesmo Homem tenta fazer cá na Terra para se sentir o senhor da mesma Terra, construindo palácios sumptuosos, rodeando-se de servos, servas e… mordomos!
E, por todo o mundo, se criaram santuários (onde supostas manifestações do divino tiveram lugar) para onde caminham, em qualquer tempo, peregrinos em romarias de penitência ou desagravo, cumprindo promessas aos seus santos e suas virgens, tudo alimentado e incentivado pelos respectivos gurus religiosos…
 Quem leva a palma de ouro sobre as fantasias do Paraíso são, sem dúvida, os muçulmanos, os homens, que as mulheres ficarão para sempre escravas do prazer daqueles…, já que são eles – e não elas! – que terão à sua espera umas centenas de virgens para os servirem por toda a eternidade!... E não é que eles acreditam em tal fantasia? E não é que matam e se matam por isso? (Alguns, obviamente, defenderão tal perspectiva de vida – a morte, claro, fica para os outros! – pela ambição do poder aqui na Terra, poder político-económico, como fez o próprio Maomé e seus descendentes, construindo um “império religioso” com o slogan “Ou te convertes a Alá ou morres!”). 
Mas – verdade seja dita – a ideia de Paraíso e de Inferno foi uma boa arma utilizada pelas Igrejas e Políticos para controlarem os seus crentes e povos, as igrejas aproveitando-se de muitas fortunas dos nobres e senhores que, na hora da morte, doavam os seus inúmeros bens às mesmas igrejas para que estas rezassem pelas suas almas e lhes alcançassem rapidamente a vida eterna no Céu, junto de Deus, e não irem, de outro modo, parar à casa do Diabo, onde ficariam por toda a eternidade… E, nas igrejas cristãs, ainda se inventaram as indulgências, pagas e repagas com dinheiros, indulgências de perdão dos supostos pecados das gentes, para benefício próprio e para sufragar as almas dos entes queridos. Um excelente negócio!… Nas religiões hindus, os gurus religiosos inventaram ainda a reencarnação: reencarnações sucessivas até que o indivíduo fosse merecedor de ir da Terra para o Céu. Obviamente, uma total falácia, mas falácia em que muitos milhões acreditam, fazendo-os subservientes aos seus “senhores”, sem protestarem, aceitando viver toda uma vida na pobreza…
Por outro lado, a ideia de VIDA ETERNA é convidativa e agrada sumamente ao ser humano, mesmo de um ponto de vista racional:
1 - Só a eternidade daria sentido pleno a esta vida tão efémera e tantas vezes tão dramática.
2 - São sumamente pertinentes as perguntas dos crentes: “Se a vida eterna não existe, para quê viver esta na dor e no sofrimento, pois cedo ou tarde tudo se acabará na morte?” Então, que todo o sofrimento se acabe aqui e agora e depressa, pondo fim a uma vida, afinal, sem qualquer sentido! E ainda, perspicazmente: “Não têm razão os que acumulam, lícita ou ilicitamente, riquezas para usufruírem o máximo de prazeres que esta vida proporciona, enquanto há… vida?”
Ah, meu Deus, como tudo isto dá que pensar e nos tira o SORRISO! Mas… se perdermos o SORRISO, o que nos restará?!


3 comentários:

  1. Principais crimes perpetrados pelas religiões em nome do Deus que dizem defender:

    1 – Hinduísmo: a lavagem ao cérebro que os seus criadores fizeram/fazem aos crentes, inventando castas e as sucessivas reencarnações, o que leva milhões de pobres a aceitar a sua condição de miséria sem se revoltarem contra os seus senhores ou castas dominantes, entre as quais, a sacerdotal… 2 – Judaísmo: a invenção de um Javé que castigava o povo se não cumprisse as leis que os governantes criavam mas afirmavam ter recebido do mesmo Javé, bem apoiados por uma forte e influente classe sacerdotal que, obviamente, vivia às custas do povo. 3 – Islamismo: as mortandades que os muçulmanos perpetraram para conquistar o mundo – “ou te convertes ou morres!” – as mortandades que continuam a praticar contra os que não aceitam o Corão, as lutas fratricidas entre Xiitas e Sunitas. Tudo em nome de Alá! 4 – Cristianismo: as cruzadas dos cristãos contra os muçulmanos ocupantes da Terra Santa, com chacinas em massa, ao grito de “Deus o quer!”; a reconquista sangrenta pelos cristãos aos mesmos mouros da Península Ibérica; os crimes praticados pela “Santa” Inquisição, mandando para a fogueira milhares de inocentes ao longo de mais de três séculos; os crimes praticados pelos descobridores europeus, sobretudo católicos, sobre os indígenas dos povos das Américas e da África, matando-os ou escravizando-os – “numa mão a cruz, na outra a espada!”; as guerras na Europa entre católicos e protestantes; a expulsão, quando não massacre, dos judeus por alguns governantes católicos; a invenção – com óbvia lavagem ao cérebro – de todas as crenças e crendices em anjos, santos, céus, infernos, almas, purgatórios, limbos, santuários e promessas, indulgências, missas, etc., etc., etc…

    Uns, crimes contra o corpo, outros, crimes contra a alma, o espírito, a consciência dos ignorantes ou dos que preferem não questionar mas acreditar simplesmente, já que mais não seja, porque é mais cómodo e… conforta a alma! E isso não deixa de ser… bom, muito bom mesmo!!!

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    1. No Islão, não podemos esquecer o hediondo crime da lavagem ao cérebro que fazem aos kamikazes ou suicidas-bombistas, ao acenarem-lhes com um Paraíso de delícias onde eles terão centenas de virgens à sua espera, virgens que os satisfarão por toda a eternidade... Pior ainda: usarem crianças para cometer tais atentados suicidas!

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  2. A propósito do tema em análise, sugere-se a visualização de dois documentários que passam no National Geographic Channel: "Cosmos - Odisseia no Espaço" e "A História de Deus", este mais virado para a História das relegiões que foram inventando os seus deuses e suas crenças, ritos e cerimónias para atrair crentes.

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