À procura da VERDADE no livro de
TOBIAS – 3/3
- Os anjos! Os anjos, normalmente simpáticos, a começar pelo nosso
Anjo da
Guarda, não deixam de ser figuras-mistério que confundem
as nossas mentes
racionalistas.
A figura típica de um anjo "adulto" |
A pergunta é simples: Porque precisa
Deus de… anjos? Porque que
é que, umas vezes, é Javé que aparece
directamente aos seus eleitos, outras vezes,
envia os seus anjos?
Apetece, jocosamente perguntar: Acaso Deus anda tão
ocupado com
outros afazeres que não tem tempo para acudir pessoalmente a
todo o
lado? Na Terra, no céu e… no Universo? Claro que esta
humanização de Deus, simplesmente
nos repugna. Realmente, os anjos
parecem mesmo serem desnecessários na “economia”
do céu, na
economia de Deus! No entanto, sendo Céu e Deus entidades inventadas
pelos Homens, os anjos serão mais um complemento a essa brilhante
invenção,
humanizando o senhor do Céu, como necessitando de ter
um trono e servidores que
O sirvam, como são servidos e têm tronos
os senhores e poderosos desta Terra! Claro
que não deixa de ser uma
humanização totalmente imprópria de um Deus que fosse
real e
verdadeiro.
- Sim senhor, tudo muito racional! Nem Céu nem Deus e anjos nele!
Mas… é
uma enorme frustração! Não será muito mais cativante admitir
que tais entidades
existam para que nós – humanos – tenhamos a
esperança de sermos eternos e de ter
uma vida num Além paradisíaco,
junto de um Deus realmente existente e não
inventado? Que frustração!
Assim, resta-nos esta vida, vida que é tão curta e normalmente
tão mal
gasta por quem teve o privilégio de a ela ter tido acesso – tal como
nós.
Ora, então, sejamos razoáveis e conciliadores: se esta vida é a única
certa e a
outra pertence ao domínio da fantasia e da Fé, gozemos esta em
todo o seu
esplendor e sonhemos com a outra. Alguma coisa do sonho
há-de restar quando definitivamente
partirmos…
- Ainda há os anjos maus, os demónios ou diabos ou príncipes das
trevas.
Mas desses, por serem feios, cornudos e maus, não nos ocupemos.
Que fiquem lá
com o seu inferno que nós preferimos sonhar com o
paraíso!...
- O livro acaba-se com o inspirado cântico de Tobias:
Uma das muitas interpretações do diabo |
“Bendito seja Deus
que vive eternamente
E bendito o seu reino
que dura para sempre.” (Tb
13,2)
E invoca um Deus castigador, um Deus piedoso, uma Jerusalém que mais
parece celeste que terrena:
“As portas de Jerusalém
serão reconstruídas
com safiras e esmeraldas
e todas as suas muralhas
com pedras preciosas.
As torres de Jerusalém
serão construídas com ouro
e com ouro puro os seus
baluartes.
As ruas de Jerusalém serão
calcetadas
com turquesas e pedras de Ofir
(…) (Tb 13,17)
- Acabamos como começámos: “Antes de morrer, ainda pôde alegrar-se com
a
desgraça de Nínive e bendisse o Senhor Deus para todo o sempre.”
(Tb 14,15)
- Alegra-se com a desgraça e bendiz o Senhor! Enfim… compensações!
E nós?
Alegrámo-nos por termos visto a Luz?
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