À procura da VERDADE nos livros 1 e
2 SAMUEL – 4/5
- Ainda outro episódio “interessante”: o filho primogénito de David saiu
ao pai, em questão de mulheres! Viu a irmã de outro filho de David que
era
muito bonita - Tamar - e quis logo ali possuí-la sem com ela antes
casar. Pagou
a sua loucura com… a morte! Mas… Absalão, que o matou,
torna-se “persona non grata” para David também seu
pai! (2Sm 13 e 14)
Uma confusão!
- Enfim! Basta! Livros sagrados, estes? Inspirados por Deus? Não são
apenas a história de um povo cujos chefes fazem de Javé o seu refúgio
para
imporem ao mesmo povo - e com eficácia! - leis e costumes e
justificar os seus
actos - não poucas vezes condenáveis - de poderosos?
Realmente, a história judaica
é feita de personalidades: Abraão, Isaac,
Jacob, Moisés, David… O povo? O povo
é para fazer a guerra e pagar
o tributo ao Templo, obedecendo às ordens de Javé,
que o mesmo é dizer
dos seus chefes religiosos ou dos seus estrategas
político-militares…
- Tal como hoje, a sede do poder cegava o homem. Assim, o filho de
David,
Absalão, tenta usurpar o trono a seu pai (2Sm 15). A guerra
desencadeia-se à
beira do Jordão (2Sm 17 e 18). Absalão é derrotado e…
morto. Ao saber da sua
morte “ o rei estremeceu… começou a chorar,
dizendo entre soluços: Meu filho Absalão! Meu filho Absalão! Porque
não morri eu em teu lugar?!” (2Sm 19,1)
Como num romance:
guerreia-se o
filho e quer-se que ele não morra! Teria David sido sincero?
Ou falou da boca o
que não lhe ia no coração? Sabê-lo-emos na eternidade,
quando lá nos
encontrarmos com ele, algures, no… céu! Ou… no inferno?
Ou… em parte nenhuma,
que é a certeza absoluta de quem não vai em
fantasias inventadas pelas
religiões?
- “David foi para o seu palácio em Jerusalém. Ao chegar lá, tomou as dez
concubinas (…) e confinou-as no seu harém. (…) Nunca mais teve
relações com
elas: ficaram segregadas como viúvas de uma pessoa viva,
até ao dia em que
morreram.” (2Sm 20,3) - Que rei ungido de Javé é este
que condena assim à
solidão dez certamente jovens, só pelo capricho de
as ter ali como propriedade
sua a quem nem sequer dava… “uso e
conforto”?! Porque não interveio Javé contra
tal crueldade? Ou Javé
intervém numas coisas - por exemplo, “matar” o filho do
pecado de
David - e não intervém noutras de flagrante injustiça?
- Aliás, em boa análise, quem sofreu severo castigo foi o inocente menino
que perdeu a vida. David bem a conservou - muito embora admitamos
que lhe tenha
custado às lágrimas, a morte do filho - e bem a gozou,
espalhando filhos por
toda a parte, em mulheres e concubinas… Nem
percebemos porque é que condenou à
solidão e ao desperdício as dez
concubinas do seu harém. Enfim, caprichos de um
rei que, de exemplar
e de humanidade, avaliando estas tristes histórias, nada
teve.
- Ainda nova conspiração se desenrola contra David vinda da parte do
benjaminita (da tribo de Benjamim) Seba. E é uma mulher que salva a
situação:
“Com grande habilidade, a mulher falou com o povo e
degolaram Seba e lançaram a
cabeça dele por cima da muralha.” (2Sm 20)
- Uma mulher ou… o incansável Javé?… Em qualquer caso, a violência
sempre
presente! Que povo tu apadrinhaste, santo Javé! Ou, melhor, como
te deixaste
usurpar por um povo cujos mentores te fizeram à sua imagem
e semelhança, para
justificarem todos os crimes que iam cometendo!
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