À procura da VERDADE no livro do Êxodo - 9
- “Faz uma
arca (…) Reveste a arca com ouro puro por dentro e por fora; e ao
seu redor
aplica uma moldura de ouro. Fundirás para ela quatro argolas de ouro (…)
Dentro
da arca coloca o documento da aliança que te darei. Faz também uma
placa de
ouro puro (…) Nas duas extremidades (…) faz dois querubins de ouro
batido (…),
cobre a arca com a placa (…)” (Ex
25,10-21)
- Como é
possível? Para quê tanta ostentação de riqueza? Que Javé é este que
tanto ouro
exige para Si? Ao colocar na boca de Javé tal exigência, o autor
descredibiliza-o totalmente. Ou, então, será mais um modo de dominar um
povo,
certamente exageradamente rebelde, acenando-lhe com a protecção de
um Deus que,
em troca, exigia ser servido no seu santuário o mais condignamente
possível. E isso,
só com o fausto do ouro! (Recorde-se que este fausto
ir-se-ia prolongar pelos
milénios fora, representado nas inúmeras igrejas construídas
em todo o mundo cristão.)
Mas isto de um Deus habitar num santuário é…
tão ridículo! E repete-se a eterna
pergunta: fala-se em sentido real ou metafórico?
Como o leu o povo de então?
Tal como o lêem - ou “obrigam” a ler! - o povo
de hoje, no temor de Deus e do
mistério do Além? Seria interessante saber!
Nós não sabemos. Os exegetas e teólogos
também não, embora se percam
em interpretações... Aliás, todas as instruções
que se seguem, neste que é o mais
longo monólogo de Javé, na Bíblia, são de
pormenores tantos e tais que só
poderiam ter nascido de cabeças humanas, que
tiveram todo um exílio de 70 anos,
para as escreverem e inventarem. Ao pô-las
na boca de Javé, o autor talvez
tenha atingido os seus objectivos para os do
seu tempo; para nós, só restou
um Javé descredibilizado pelo ridículo dos
pormenores e o fausto exigido em
tudo o que dizia respeito ao seu culto.
- “Constrói
uma mesa (…) Reveste-a de ouro (…) aplica ao redor uma moldura
de ouro (…)
quatro argolas de ouro (…) Faz varais (…) pratos, bandejas, jarras
e copos (…)
tudo de ouro puro (…) Faz um candelabro de ouro puro (…) Tudo
será feito com um
bloco de ouro batido (…) (Ex 25,23-36)
- Basta!
Não nos alonguemos mais! Ou o ouro era o mais barato dos metais
ou,
decididamente, não podemos aceitar um tal Deus que todo um povo a tal obriga!
E
não é só ouro que exige; tudo o resto terá de ser sempre do melhor: o melhor
linho, a melhor púrpura para as cortinas e para as vestes sacerdotais, o melhor
azeite, as mais belas pedras preciosas…
Olá, Francisco!
ResponderEliminarConcordo contigo, que Deus era este do Antigo Testamento? Que eu saiba nosso Deus é um espírito tão grande, benevolente, magnânimo e preza o essencial, a pureza e simplicidade ... então como se explica estes escritos?
Pra dizer a verdade, e que me perdoem os que creem, mas isto me parece mais uma cena de filme O Tesouro Perdido ou Senhor dos Anéis.
Difícil acreditar em todas essas coisas!
Obrigada pela visita e volte sempre.
um grande abraço carioca
Caríssima Beth,
ResponderEliminarSó é pena que daquela Bíblia - impossível como livro sagrado - tenha nascido uma religião que se apelida de cristã e que tem tantas coisas socialmente de louvar mas que atrofia os espíritos com crenças em invenções de outros tempos. (Aliás, acontece o mesmo - melhor, pior! - com os livros das outras religiões!)
Creio que o seu Deus é o meu Deus, o único Deus possível: o Ser que é tudo, ou que é o TUDO, onde tudo se integra, como fazendo parte de um TODO, cada um de nós, cada ser existente, fazendo parte dele, sem precisar de sacrifícios e outras... barbaridades bíblicas...
Bjs.
Francisco