À procura da VERDADE no livro do Êxodo - 7
apresentando ao
povo uma longa e pormenorizada legislação - o Código da
Aliança - sobre: a
construção do altar a Javé; a actuação para com os
escravos; os casos de
homicídio; os ferimentos não mortais; os danos
causados por animais; o roubo de
animais; a reparação de danos; a protecção
da mulher; a protecção dos pobres; a
administração da justiça; o
descanso; as festas principais; as contribuições
para o santuário; os materiais
e medidas da arca da aliança; os materiais e
medidas para a mesa dos pães
oferecidos; os materiais e medidas do candelabro;
os materiais e medidas
das cortinas do santuário; os materiais para a armação
do santuário; os
materiais para o altar dos holocaustos; o modo de fazer o
átrio do santuário; o
azeite para o santuário; as vestes dos sacerdotes; o
efod; o peitoral; o manto;
o sinal da consagração; as vestes dos outros
sacerdotes; o rito da consagração
dos sacerdotes; os sacrifícios diários; o
altar do incenso; o novo tributo a Javé
como resgate por si mesmos; a bacia
para as abluções; o óleo da unção; o
incenso; os operários do santuário e,
novamente, o descanso semanal.
(Ex 20-31)
- Só duas
questões:
1ª: Os
Mandamentos são um verdadeiro código de conduta social-humano-divina,
repetido,
aliás, em Dt 5,6-21 e sancionado por Cristo em Mc 10,17-21. São realmente
um
código de conduta perante Deus e perante o outro Homem ou, se quisermos,
um
“amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos” dos Evangelhos que já repetem
o Lv
19,18. Mas… que acrescentam ao código de Hamurabi?
2ª: Como é
possível acreditar que Javé se atenha a definir tão
pormenorizadamente normas
que se destinam, na sua maioria, ao seu culto e a
tudo o que se relaciona com o
santuário? Mais uma vez, não deixamos de cair na
tentação de pensar que a única
forma encontrada pelos senhores de então para que o
povo cumprisse tais normas,
alimentando lautamente Templo e sacerdotes, era
fazê-lo crer que eram de origem
divina e que quem não as cumprisse… E o temor
dos castigos de Deus, de novo,
exercia a sua função educativa, persuasiva,
repressora ou… de ópio do mesmo povo!
- Mas
deliciemo-nos com alguns dos pormenores daquelas normas: “Se Me
construíres um
altar de pedra, não o faças com pedras lavradas porque estarias
a profanar a
pedra com o cinzel.”; “Se o patrão lhe der uma esposa e esta tiver
filhos e
filhas, a esposa e os filhos pertencerão ao patrão.”; “Quem ferir uma
pessoa e
lhe causar a morte torna-se réu de morte.”; “… se houver dano grave,
então
pagará vida por vida, olho por olho, dente por dente, pé por pé, queimadura
por
queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe.”
- Não
justifica Javé, aqui, plenamente, a pena de morte para quem mata?
E não sei se
devemos ou não espantar-nos com aquela do patrão ficar dono da
esposa e dos
filhos dos seus escravos. Enfim, adaptou-Se Javé aos costumes da
época!…
- “Se o boi
ferir um escravo (…) o dono do escravo cobrará trezentos gramas
de prata e o
boi será apedrejado.”
- Qual a
reacção do boi ao apedrejamento?!!! Acaso se emendaria de tal má
acção?!!! Lá
que era bom correctivo era… Ficava a saber o que custava aos outros
uma boa
marrada!!!
- “Se
alguém roubar um boi ou uma ovelha e os abater ou vender, devolverá cinco
bois
por um boi e quatro ovelhas por uma ovelha..”
- Vês a
razão de não devolver também cinco ovelhas tal como os bois?
- “Se
alguém seduzir uma virgem solteira e se deitar com ela, pagará o dote e
casar-se-á com ela.”
- Foi pena
que esta lei não tivesse existido antes. Assim, os filhos de Jacob não
teriam
matado o apaixonado do Siquém, por este ter dormido com a irmã deles…
(Gn
34,25)
Nota:
Há mais,
muito mais! Hoje, foi apenas um pouco, para sorrirmos e para concluirmos,
mais
uma vez que, de divino ou de inspiração divina, o Êxodo nada tem e que, por
isso, não pode ser considerado livro sagrado. E, se um dos livros da Bíblia não
é
sagrado, que credibilidade nos merece a mesma Bíblia, considerando-a palavra de
Deus?
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