domingo, 17 de novembro de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 413/?


 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo 

Carta aos Colossenses – 1/1

 – “Ouvimos falar da fé que tendes em Jesus Cristo e do vosso amor por todos os cristãos por causa da esperança daquilo que vos está reservado no céu.” (Cl 1,4-5)

– Ora aí está o que Paulo conseguiu com todo o seu empenho em pregar Jesus Cristo: a crença nesse Jesus Cristo e o amor aos cristãos com a promessa de um céu em troca. 

    Realmente, quem, tendo a certeza de que o Céu existe, e que para lá chegar basta crer em Cristo e amar o próximo, não segue tal caminho? Aliás, agimos por estímulos de mais-valias: ganhamos um céu, com isto ou aquilo? – Então, façamos isto ou aquilo! Mas... será esta a Verdade de Jesus Cristo? Será esta a Verdade do… Céu? Quem pudera saber! E todos correríamos a abraçar essa Verdade! E… a morrer mais depressa para tal Céu mais depressa alcançarmos! E a matar este pobre corpo - este admirável corpo pelo qual somos e que possui um cérebro que nos permite pensar tudo isto!… - pois é tropeço, empecilho para que alcancemos a plenitude eterna! Realmente, que interessa o tempo, seja o que for do tempo, face à eternidade em bem-aventurança?… Que interessa???

    Em todas estas cartas, só nos espanta a grande inspiração de Paulo. Totalmente convicto de que tudo estava em Cristo, assim O pregou, O explicou, O apresentou…, falando, argumentando, concluindo, não poucas vezes com alguma incongruência. A mais notória é o apelar para as Escrituras quando lhe parece oportuno, criticá-las e combatê-las quando lhe parece que já foram ultrapassadas, como no cumprimento à letra da Lei ou da circuncisão que tantas dores de cabeça lhe acarretou, no seu confronto com os judeus ortodoxos.

    Mas aí tinha de seu lado o mestre Jesus Cristo que também fez o mesmo, por exemplo, com o sábado…

– “Quando Cristo Se manifestar, Ele que é a nossa vida, então vós também vos manifestareis com Ele na glória.” (Cl 3,4)

– Quantos colossenses terão entendido tais palavras, já não falando de todas as outras? O que é certo é que são palavras bonitas e palavras de esperança numa qualquer glória! Ora, quem não gosta da glória! E… manifestar-se nela com o Filho de Deus?! Haverá “promessa” mais aliciante? Quem não se deixaria seduzir?

    Repete-se, depois, Paulo, falando tanto da fornicação, da impureza, da maledicência… como da bondade, da humildade, da mansidão. Pena é que repita o “Mulheres sede submissas aos vossos maridos, pois assim convém a mulheres cristãs.” (Cl 3,18)… E o “Escravos, obedecei em tudo aos vossos senhores.” (Cl 3,22)

    Paulo seria bem mais revolucionário, se ali tivesse dado a vida pela igualdade entre homens e mulheres, igualdade entre todos os seres humanos, onde não deve nem pode haver senhores e escravos, mas simplesmente… seres humanos!

    Mas é tão difícil ao Homem não ser lobo para o outro homem, o tal “Homo homini lupus” dos latinos!…

 

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 412/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo – 412/?

Carta aos Filipenses - 2

 ….Mas Paulo continua:

– “Quero conhecer a Cristo, o poder da sua ressurreição, para me tornar semelhante a Ele na sua morte, a fim de alcançar, se possível, a ressurreição dos mortos. (…) Ele vai transformar o nosso corpo miserável, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso, graças ao poder que Ele possui de submeter a Si todas as coisas. (…) Não vos inquieteis com coisa alguma, pois a vinda do Senhor está próxima.” (Fl 3,10 e 21; 4,5-6)

– Aquele “se possível” revela alguma falta de fé de Paulo na sua própria ressurreição. Humildade ou… incerteza que também nós partilhamos?

    E voltamos ao Dia do Senhor! Crença de que estaria ali para acontecer, talvez levado pela afirmação do próprio Jesus que afirmou: “Não passará esta geração sem que tudo o que vos anuncio tenha acontecido.” (Mt 10,1-8;10,23;16,28)? Mas… afinal… nada veio! Nada a não ser a morte para todos os que nasceram - que a Suprema Lei da Vida a tanto obriga!… De vinda de Cristo… do Dia da Ira… do Julgamento Final… NADA!

    É! Um grandíssimo NADA!…

    Então, que valor dar a tais palavras quer de Paulo quer do próprio Jesus Cristo? E se são simbólicas, são símbolo de quê? Aliás, já todos sabemos – embora os crentes continuem a dizer que acreditam! – que não houve ressurreição nenhuma das narradas na Bíblia – e são uma boa dezena! – nem tão pouco a de Cristo. Tudo invenções cujos fundamentos não são mais que falácias para enganar os incautos, melhor, os que não querem pensar criticamente os textos que tais supostos factos relatam.

    Enfim, e para nos despedirmos desta Carta, perguntemos, repetindo-nos: “Se Paulo pregava a Boa Nova, que Boa Nova é aquela que muito pouca gente queria aceitar, metendo Paulo na cadeia, não uma, por qualquer equívoco, mas muitas vezes? E o açoitaram, flagelaram, perseguiram, maltrataram, também não poucas vezes?”

    É, pelo menos, estranho! É uma espécie de mundo às avessas! O “mundo” de então não recebeu Cristo… não recebeu a sua mensagem… não recebeu os seus enviados, matando-os, torturando-os…, quando a mensagem era de… amor… de paz… de salvação eterna! Quem entenderá tal paradoxo, tal nonsense?

   Haverá uma explicação, talvez óbvia: “O que eles pregavam – a ressurreição dos mortos – era de tal modo absurda e aberrante e contra todas as evidências e leis da Natureza que não era possível admitir tais pregadores numa sociedade já ela cheia de contradições e guerras religiosas.

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

A gente vai embora!

 Com muita pena nossa!

 Como alguém já disse, na hora em que estava partindo: “Não tenho medo de morrer, tenho pena de deixar de viver.”

O Outono lembra-nos estas coisas que, triviais embora, por tão normais, nos deixam numa certa tristeza, numa certa melancolia: vêem-se folhas pelo chão estendidas, outras pelo ar balançando ao vento, que, de amarelas – velhas! – foram deitadas fora pela própria árvore.

Assim, nós! Um dia, cedo ou tarde, a VIDA descartar-nos-á, como peças que já não lhe interessam, sendo RAINHA SOBERANA NO ADN QUE DÁ A CADA SER VIVO! Foi o que aconteceu connosco no acto do nascimento, melhor, da concepção no ventre da mãe, em que o ADN nos determinou, à partida, o nosso ciclo vital.

E podemos presumir quando será o fim, mas nunca a data certa! Essa pertence ao mistério ou ao acaso ou… à própria VIDA!

Com o “A gente vai embora”, haverá uma certa vontade de tudo deixar correr, e de vivermos por aí “aos caídos”, que o mesmo é dizer, “vivendo de outros, decidindo não ter onde cair mortos, tais os sem-abrigo na sua filosofia existencial de subsistência no dia-a-dia, até um dia em que o corpo se cansar de viver. Poucos embora!

A maior parte “puxa” pelo lado energizado, com ambições, vontade de fazer coisas, quer pelo prazer de as fazer quer pelo prazer de as ver feitas devido ao nosso espírito de iniciativa e de inovação.

Mas… nesse comportamento espectável da maioria, quantos desmandos, quantos atropelos a nós próprios e aos que nos rodeiam, desde a pequena sociedade que é a família ao grupo de trabalho, ao país, ao mundo! O Homem é tão imperfeito!

De qualquer modo, sejas santo, sejas diabo, vais embora. Não tens escolha! Assim, tens de escolher semeares amor e paz ou ódio e discórdia, unir num abraço e sorriso fraternos ou fazeres a guerra, derramando sangue quase sempre inocente, ceifando vidas e com elas tantos sonhos que ficaram por realizar.

E se vais embora de qualquer jeito, porque tanta competição desenfreada que só te traz preocupação e frustrações, mesmo com a vã glória de teres superado o teu adversário? Porque corres tanto, te afadigas tanto, te matas tanto com trabalho cujos frutos vais deixar para os outros, outros que estão mortinhos para ocupar o teu lugar, caindo no mesmo erro de ignorantes: o dia deles de ir embora chegará sem apelo nem agravo, nem qualquer excepção: a certeza do desaparecimento eterno é a única certeza que temos no nascimento.

Vivessem todos, interiorizando o “A gente vai embora!” e seria a fraternidade Universal e o Paraíso na Terra, o único Paraíso possível, já que o outro pertence ao reino da fantasia!

Ah, como SABER VIVER É UMA ARTE E UM ACTO DE INTELIGÊNCIA!

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 411/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo

Carta aos Filipenses - 1

 Carta aos FILIPENSES

 –“Chegareis assim íntegros e inocentes ao Dia de Cristo.” (Fl 1,10)

– Quem teria sido o primeiro a falar no “Dia da Ira”, “Dia do Juízo Final”, “Dia do Filho do Homem”, chamado aqui por Paulo de “Dia de Cristo”? Talvez não interesse pesquisar. Parece que se perde na memória dos tempos bíblicos… Importa é notar que o apelo ao temor de tal dia é propiciador de boas obras e de fuga ao pecado… Quem tiver pecado, naquele dia não se salvará! Jesus há-de empolgar os efeitos catastróficos de tal Dia do Juízo Final. Veja-se, por exemplo, Mt 24,42-45; 25,13.

    O temor!… De Deus ou do Juízo Final ou do Além… Da recompensa eterna ou do castigo eterno: “Vinde benditos de meu Pai…” (Mt 25, 34-40) Não necessita o Homem de um temor de um castigo para não cair no desregramento total? Na total promiscuidade de valores e costumes? Na total avareza, luxúria, inveja, corrupção, só não matando o seu irmão se não puder, explorando-o no corpo e na alma sem se importar que para isso o outro morra, desde que ele viva? Ah, a natureza humana, como parece frágil e facilmente corrompível!

    E foi esse temor, o temor de Javé, utilizado no A.T., nomeadamente por Moisés, para dominar aquele povo a quem o próprio Javé chamava “povo de cabeça dura”.

– “Para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro. (…) O meu desejo é partir desta vida e estar com Cristo, o que é muito melhor.” (Fl 1,21-23)

– Era mesmo apaixonado por Cristo este Paulo… Ah, se ele pudesse cá vir dizer-nos onde está agora! Ah, se ele pudesse falar e expressar toda a sua felicidade de finalmente ter o Cristo que tanto defendeu, pregou, deu a conhecer, com todos os mistérios a Ele inerentes, sem no entanto, nunca de tal nos convencer!… Ah, se ele pudesse! Ah… se Deus “pudesse” deixá-lo vir cá convencer-nos agora sim, totalmente, de que o Céu de Deus Pai existe e é a recompensa eterna para os justos! Ah… se… Mas - ó desespero! ó raiva! ó total frustração! - ficamo-nos sempre pelos Ses… E Paulo ou o próprio Cristo não virão mesmo. Disso temos a total certeza!

    Mas então, que Deus é este que tudo pode mas não pode fazer um pequeno, pequeníssimo milagre de mostrar o Céu à Terra, melhor, mostrar-Se aos Homens? Poderemos continuar a acreditar nele, na sua real existência, no seu total poder?…

….É! É a VERDADE de que continuamos à procura. E nem Jesus Cristo nos consegue, nos conseguiu dar respostas… A pergunta é sempre a mesma: 

“Se não há nada – MESMO NADA! – que prove a existência de um Céu, porque milhões – biliões! – continuam a acreditar nos seus pregadores, pregadores que, obviamente, lucram com tal pregação e vivem dela, como ofício, sendo os primeiros a saber que tal Céu, tal Cristo, tal Deus, são tudo invenções do cérebro de uns quantos humanos?”

sábado, 19 de outubro de 2024

E fui à Missa! Por dever de ofício ou camaradagem...

 Claro, a mesma fé de sempre! Sem sentido...

Somos filhos do Universo, deste Universo, conjunto de matéria/energia, vogando num Espaço que se crê infinito e eterno (simplesmente porque não se pode conceber de outro modo...) organizado em galáxias, cada uma com os seus milhares de milhões de estrelas. E somos constituídos pelos mesmos elementos das estrelas, neste corpo que sustenta o nosso espírito.

A nossa galáxia tem cerca de 500 mil anos-luz de diâmetro, supondo-se que o seu centro seja um gigantesco buraco negro cujo diâmetro será "apenas"  de 1 ano-luz, ou seja, 9 triliões de quilómetros...

E nesta saga da matéria organizada deste Universo - pois no Espaço infinito haverá milhares de milhões de outros! - apareceu um astrozinho chamado Terra, onde desabrochou, há cerca de 3.5 mil milhões de anos a VIDA, vida que, de evolução em evolução, gerou um ser chamado Homem. E aí estamos nós!...

O Homem - que estará em evolução para outras formas, pois no Universo tudo está em evolução, nada estando parado - tem utilizado o seu cérebro para inventar uma imensidade de coisas, quer pela curiosidade e prazer da descoberta que lhe é inata, quer pela necessidade de sobrevivência. E chamou-lhe Ciência.

Simultaneamente, porque o Desconhecido lhe é e sempre será inalcançável, criou, para satisfazer uma parte do seu espírito - aquela que não consegue aceitar esse Desconhecido - criou deuses. Até aí, tudo bem. Problema foi quando começou a adorar e a depender psicologicamente dos deuses que tinha criado. Um contra-senso total e inexplicável aos olhos da Razão. 

Pior: para se justificar, às incongruências das suas crenças chamou-lhes mistérios, apelando para a fé. As religiões têm todas esta matriz. A religião católica, com os seus ritos e cerimónias, é mestra em tais contra-sensos.

A Missa onde, além de leituras de uma Bíblia, dita palavra de Deus, mas que é apenas um conjunto de textos sem qualquer valor hstórico-factual, temos um Credo, onde obrigam os fiéis a declarar acreditar nas coisas mais inacreditáveis, como dizer que Deus teve um filho e que esse filho nasceu de uma virgem por obra e graça de um sósia desse mesmo Deus, chamado Espírito Santo. Uma baralhação total para quem pensa.

E, depois de dizerem que aquele bocado de pão - a hóstia -  e aquele golo de vinho - o cálice - são realmente o corpo e o sangue daquele filho de Deus imolado numa cruz para salvar o Homem e dar-lhe uma inexistente vida eterna num Céu inexistente ou num inferno também inventado..., o sacerdote afirma solenemente: "EIS O MISTÉRIO DA FÉ!

É a prova provada de que eles afirmam algo que não tem qualquer sentido e não tem qualquer credibilidade: é mistério e é de fé. Conclusão: não vale NADA!

Mas continuam a elevar os braços e os olhos para o Céu, como se houvesse alguém lá em cima que lhes desse ouvidos ou crédito.

Com franqueza, racionais como somos e críticos de todas as formas de alienação do espírito, não sabemos o que pensar dos milhares de milhões que se deixam levar por tais pregadores destas irracionalidades. HAJA DEUS!


sábado, 12 de outubro de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 409/?

 


 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo 

Carta aos Efésios - 2

 – Não era Paulo meigo nos conselhos que dava aos seus fiéis!… Escutai: “Fornicação, impureza e avareza não sejam nem assunto de conversa entre vós, pois isso não convém a cristãos. Também não é conveniente que entre vós se digam piadas indecentes, picantes ou maliciosas. Em vez disso, dai graças a Deus. (…) Nenhuma pessoa imoral, impura ou avarenta terá lugar no Reino de Cristo e de Deus.” (Ef 5,3-5)

    Não sabemos o que dizer! Só sabemos que as anedotas picantes são as que mais provocam o riso… apesar de um certo pudor que continua - até quando? - a existir entre os sexos de contarem picantes ou maliciosas em face de uns ou de outros… E rir é terapêutico, é salutar… Quem se poderá rir de alguém que está dando graças a Deus?!…

    Mas os tempos são bem diferentes, muitíssimo diferentes dos tempos de Paulo! Talvez não pedisse este tipo de perfeição aos cristãos de agora…

    Talvez também seja por isso que o Espírito foi inspirar para outras paragens… Com cristãos destes que não têm pejo de se rir de impudicícias ou de amesquinhamentos do sei irmão que não viu um boi à frente do nariz ou confundiu a montanha com o rato…

    Até Cristo amaldiçoou aquele que troçasse do seu irmão… (Mt 5,12)

    Enfim, a perfeição parece não ser fácil! Pena é - e já nos vamos maçadoramente repetindo - pena é não sabermos o que é realmente o Reino de Deus e, sobretudo, como agindo numa Terra, num dado tempo, alcançamos ou perdemos a vida eterna! Mas isso…

– “As mulheres sejam submissas aos seus maridos (...) Maridos, amai as vossas mulheres (…) Cada um de vós ame a sua mulher como a si mesmo e a mulher respeite o seu marido.” (Ef 5,22-32)

    Não conseguiu Paulo libertar-se do machismo do seu tempo e dos milénios que o precederam. Mas aquele “amar a mulher como a si mesmo” é um grande passo para a igualdade dos direitos entre homens e mulheres, mesmo na família…

    Igualdade de direitos que em poucas partes do mundo certamente se concretizará. O homem sempre quererá dominar pela força, qual leão selvagem que não abdica da sua condição de mais forte…

– “Escravos, obedecei aos vossos senhores (…) como a Cristo.” (Ef 6,5)

    Também aqui Paulo não foi capaz de se insurgir contra esta aberração da condição humana em que uns são feitos escravos de outros seus iguais… Pregando a igualdade perante Deus, acaso o matariam mais depressa se defendesse na vida real tal igualdade?

    Certamente! Aliás, na dita civilização cristã, há quanto tempo foi abolida a escravatura? E não continuam hoje outras escravaturas do dinheiro, do sexo, da fraqueza, do trabalho forçado?

    Em outras civilizações ou crenças, nem é bom falar… O escândalo é enorme, descomunal, inacreditável...

sábado, 5 de outubro de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 408/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo 

Carta aos Efésios  1 

– Voltemos ao início desta carta, com olhos mais benevolentes:

Começa Paulo, imitando textos do A.T., com um louvor a Deus-Pai e Deus-Filho. E, tal como no A.T., a tendência é de humanizar Deus, cumulando-O de atributos humanos: “… benevolência da sua vontade… seu Filho querido… livre decisão que havia tomado… o seu projecto…” (Ef 1,5-11)

    Ó meu Deus, é tão difícil acreditar num Deus assim humanizado!… Tão difícil!

– “Deus manifestou a sua força poderosa e eficaz em Cristo, quando O ressuscitou dos mortos e O fez sentar-Se à sua direita no Céu, muito acima de qualquer principado, autoridade, poder e soberania. (…) Deus colocou tudo debaixo dos pés de Cristo e colocou-O acima de todas as coisas, como cabeça da Igreja, a qual é o seu corpo.” (Ef 1,20-23)

    A inspiração de Paulo deixa-nos infelizmente com palavras de exaltação de Cristo por Deus sem explicar o que é ser ressuscitado, mas sobretudo, o que é estar sentado à direita no Céu… Também há esquerda e direita no Céu? É mais uma vez linguagem simbólica? Também há acima e abaixo, principados e outros poderes para haver esse acima e abaixo?… A que realidade verdadeira corresponde esta descrição-visão-inspiração de Paulo? A que Céu? A que Deus?

    É! Era isto que queríamos saber! Mas… mais uma vez se goraram as nossas espectativas!…

– “Na pessoa de Jesus Cristo, Deus ressuscitou-nos e fez-nos sentar no Céu.”.(Ef 2,6)

    Mas… como? Que Céu? Só com carradas de Fé é que conseguimos, não diremos entendê-lo mas, pelo menos, aceitá-lo… Ora a fé não nos leva a lado nenhum, a não ser à irracionalidade.

– “Foi por revelação que Deus me fez conhecer o mistério que acabo de expor brevemente.” (Ef 3,3)

    É o mistério de Jesus Cristo. Que tipo de revelação? Uma visão? Um sonho? Como actuava realmente o Espírito naqueles Apóstolos, naquele Paulo? Sobretudo, porque é que o Espírito não Se nos revela hoje de modo a também nós podermos compreender o mistério de Jesus Cristo? Aliás, os que tal carta de Paulo leram teriam compreendido o quê?

    Mais contundente: “Teriam atingido o paraíso? Já chegou para eles o juízo final? Onde os poderemos encontrar neste momento do tempo que para eles já é eternidade, portanto sem referentes de um antes e um depois, porque para eles tudo é apenas… depois?”

    É! Iniciaram no tempo a tal semirecta que se continuou pela eternidade sem se ver dela o fim… Tal como todo o ser vivente… Tal como nós que tal conseguimos pensar… E, se outra realidade não houver, esta de podermos pensar tudo isto já é uma excelente realidade!…

    Nem sequer nos lamentaremos com Paulo dizendo que se Cristo não ressuscitou, nós somos os mais infelizes dos Homens… (1Cor 15,13-53) Não! Somos felizes por podermos pensar que poderemos ser… “semirectas”, de preferência num Céu! Se o formos… que bom! Se tudo se acabar ali num fim anunciado para todos os seres que têm o privilégio de ter vindo à vida, fica-nos o gostinho de poder ter tido sonhos de eternidade…