À procura da Verdade nas Cartas de Paulo
Carta
aos Colossenses – 1/1
– Ora aí está o que Paulo conseguiu com todo o seu empenho em pregar Jesus Cristo: a crença nesse Jesus Cristo e o amor aos cristãos com a promessa de um céu em troca.
Realmente, quem, tendo a certeza
de que o Céu existe, e que para lá chegar basta crer em Cristo e amar o
próximo, não segue tal caminho? Aliás, agimos por estímulos de mais-valias:
ganhamos um céu, com isto ou aquilo? – Então, façamos isto ou aquilo! Mas... será esta a Verdade de Jesus Cristo? Será esta a Verdade
do… Céu? Quem pudera saber! E todos correríamos a abraçar essa Verdade! E… a
morrer mais depressa para tal Céu mais depressa alcançarmos! E a matar este
pobre corpo - este admirável corpo pelo qual somos e que possui um cérebro que
nos permite pensar tudo isto!… - pois é tropeço, empecilho para que alcancemos
a plenitude eterna! Realmente, que interessa o tempo, seja o que for do tempo,
face à eternidade em bem-aventurança?… Que interessa???
Em todas estas cartas, só nos espanta a
grande inspiração de Paulo. Totalmente convicto de que tudo estava em Cristo,
assim O pregou, O explicou, O apresentou…, falando, argumentando, concluindo,
não poucas vezes com alguma incongruência. A mais notória é o apelar para as
Escrituras quando lhe parece oportuno, criticá-las e combatê-las quando lhe
parece que já foram ultrapassadas, como no cumprimento à letra da Lei ou da circuncisão que tantas dores de cabeça lhe acarretou, no seu
confronto com os judeus ortodoxos.
Mas aí tinha de seu lado o mestre Jesus Cristo que também fez o mesmo, por exemplo, com o sábado…
–
“Quando Cristo Se manifestar, Ele que é a nossa vida, então vós também vos
manifestareis com Ele na glória.” (Cl 3,4)
–
Quantos colossenses terão entendido tais palavras, já não falando de todas as
outras? O que é certo é que são palavras bonitas e palavras de esperança numa
qualquer glória! Ora, quem não gosta da glória! E… manifestar-se nela com o
Filho de Deus?! Haverá “promessa” mais aliciante? Quem não se deixaria
seduzir?
Repete-se, depois, Paulo, falando tanto da
fornicação, da impureza, da maledicência… como da bondade, da humildade, da
mansidão. Pena é que repita o “Mulheres sede submissas aos vossos maridos, pois
assim convém a mulheres cristãs.” (Cl 3,18)… E o “Escravos, obedecei em tudo
aos vossos senhores.” (Cl 3,22)
Paulo seria bem mais revolucionário, se ali
tivesse dado a vida pela igualdade entre homens e mulheres, igualdade entre
todos os seres humanos, onde não deve nem pode haver senhores e escravos, mas
simplesmente… seres humanos!
Mas é tão difícil ao Homem não ser lobo
para o outro homem, o tal “Homo homini
lupus” dos latinos!…