À procura da Verdade nas Cartas de Paulo
Carta aos Gálatas
– 2
–“Quando,
porém, chegou a plenitude dos Tempos, Deus enviou o seu Filho. Ele nasceu de
uma mulher, submetido à Lei para resgatar aqueles que estavam submetidos à Lei,
a fim de que fôssemos adoptados como filhos. A prova de que sois filhos é que
Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que chama: «Abba, Pai»!
Portanto, já não és escravo mas filho; e se és filho, és também herdeiro por
vontade de Deus.” (4, 4-8)
–
Ah, Paulo, como dizes coisas sem qualquer nexo, embora pareça que tal exista ao
concluíres que já não somos escravos mas filhos, logo herdeiros, logo por
vontade de Deus!
E
o que é essa plenitude dos Tempos? – Obviamente, no teu tempo, pensava-se que o
mundo iria, em breve, acabar. O próprio Jesus disso estava convencido, ao
afirmar “Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça…” Aliás, este medo
do mundo acabar foi sendo lembrado ao longo dos tempos. Pelo ano mil, dizia-se:
“Aos mil chegarás mas dos mil não passarás!”
Agora,
diz-me honestamente: que provas tens tu de que Deus enviou o seu Filho? Aliás,
sabes quem é Deus? E não sabes que,
ontologicamente, Deus, por ser Infinito e Eterno, não pode ter filhos?
E, por ser Infinito e Eterno, só
pode ser O TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, ESPAÇO (também infinito e eterno) E
TEMPO, MATÉRIA E ENERGIA (estes eternos, porque sempre existiram e existirão
para sempre, mas finitos porque mensuráveis)?.
Tu, Paulo, fizeste d’Ele um
humanoide superior, i. é., inventaste um Deus-Pai à imagem e semelhança do
Homem e, tal como o Homem, pensa, emociona-se, irrita-se, ama…
Mais:
ao dizeres que ele nasceu de uma mulher, é seres completamente igual aos pagãos
que acreditavam que os seus deuses eram fruto de casamentos entre deuses e
humanas!
E
como é que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho se o seu
filho não existe porque não pode ontologicamente existir?
E
ainda: como sabes que o Espírito do Filho chama Pai a Deus? Como?
Conclusão:
escreves bem, Paulo! Mas tudo o que dizes são falácias, tentando tu apresentá-las
como verdades. Desculpa, mas não conseguimos dizer outra coisa por, esta sim,
ser a VERDADE!
Enfim,
dizer que somos herdeiros – deves querer dizer herdeiros do Céu junto do Pai –
é outra afirmação totalmente gratuita, pois não tens qualquer lógica na tua
argumentação, aliás falaciosa como vimos.
–
“As obras dos instintos egoístas são: fornicação, impureza, libertinagem,
idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúme, ira, rivalidade, divisão,
sectarismo, inveja, bebedeira, orgias e outras coisas semelhantes. Os que as
praticam não herdarão o Reino de Deus.
O
fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé,
mansidão e domínio de si…
Com
Deus não se brinca: cada um colherá aquilo que tiver semeado… Quem semeia do
Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.” (5, 19-23 e 6, 7-8)
–
Tudo certo quanto aos instintos egoístas. Frutos de um Espírito malévolo. Os
outros serão fruto de um Espírito bom.
Ao
dizeres que “com Deus não se brinca”, insinuas que Deus é juiz e que, no fim
dos tempos – fim do tempo é-o para cada um que morre – dará o castigo – Inferno
– ou o prémio – A vida eterna no Céu – conforme actuaram pelos instintos ou
pelo Espírito. Até seria justo se tal fosse verdade. Mas, infelizmente, nada
nos leva a ter essa percepção de justiça. A pessoa morre e desaparece para
sempre. Seja boa, seja má. Tenha praticado os maiores crimes ou os maiores
actos de amor! Aliás, aparece e desaparece como se a sua presença na Terra não
fosse necessária para nada. E é um facto: tirando alguns que por obras
valorosas umas, outras horripilantes, ficam na História, todos os outros –
quase todos! – são esquecidos, horas ou dias depois de se terem ido.
ESTA A VERDADE, O
RESTO É PURA FANTASIA!
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