Ah, se olhássemos apenas ao ESSENCIAL!
O nosso corpo é de uma
complexidade fantástica. Possui dentro de si várias máquinas (aparelhos) que
funcionam autonomamente mas sempre conectadas umas com as outras,
influenciando-se umas às outras. Tudo química em movimento. Em maior ou menor
escala, cheia de minúsculos mistérios. Desde os cem mil milhões de neurónios e
suas sinapses que constituem o cérebro, num emaranhado de circuitos electromagnéticos,
até às centenas de ossos que mantêm o corpo de pé, apoiados num sistema
muscular gerador de energia e força.
E este corpo é o suporte
daquilo a que os clássicos denominaram de alma, alma que, afinal, não é mais do
que o cérebro com as suas múltiplas funções: actos de inteligência, de vontade,
de desejo, de toda a espécie de sentimentos e emoções, desde o ódio ao amor, do
sorriso às lágrimas, da ganância ao espírito de solidariedade, da alegria à
tristeza…
Corpo e alma nascem
exactamente no mesmo momento da concepção, ambos com o ADN dos seus
progenitores que, infelizmente, nem sempre transmitem os melhores genes para o
aperfeiçoamento da espécie… E o ADN é duplo, na sua unidade: para o corpo,
determinando-lhe a forma e durabilidade; para a alma, determinando-lhe o
carácter e aptidões, podendo daí resultar um assassino ou um santo.
Este corpo e esta alma
constituem o meu EU. E o EU, quer por imposições do instinto de sobrevivência
da espécie, quer por “criações” psicológicas, não consegue viver sozinho,
criando laços de amizade, de amor, de simpatia, de ternura…, laços mais ou menos
duradouros, originando a mini-sociedade que é a família e outras mais
abrangentes como os amigos, os colegas de trabalho, o ser cidadão da Pátria que nos viu nascer.
E o essencial do corpo e da
alma é tanto e tão pouco! É que bastava que todos fôssemos, uns para com os
outros, solidários, amigos, pacientes, simpáticos… para que o nosso essencial
fosse pleno de felicidade.
Mas…, infelizmente, é o
acessório, são os acessórios que nos ocupam o tempo e gastam as nossas energias
físicas e, por arrastamento ou concomitantemente, as psicológicas, não nos
permitindo um permanente sorriso e usufruir plenamente do gostinho da Vida. E –
ESTUPIDAMENTE! – somos muito mais vezes levados pelos nossos acessórios malévolos
– ódio, ganância, inveja… – do que pelos bons ou benévolos.
Se fossem os bons a ditar
estados e emoções, tendo sempre em mente o ESSENCIAL, mesmo nas horas mais difíceis, conseguiríamos manter o
SORRISO, pois nos convenceríamos de que a VIDA – a nossa vida! – é realmente a
prazo. Ao nascer, a única e absoluta certeza que temos é que, um dia, cedo ou
tarde, iremos forçosamente ter um FIM!
Então, diríamos com todas as
forças da alma:
VIVA A VIDA, CARAMBA!
VIVA A ALEGRIA! HOJE, AMANHÃ
E SEMPRE, ATÉ UM DIA!
Glória a ti, meu querido corpo! Pois és tu que me trazes vivo. Eu trato de ti e tu és o meu suporte. Sei que quando tu te fores eu também me vou, como quando tu foste concebido eu também o fui. Somos realmente um só, nesta aventura que se chama VIDA. Tão bela quão misteriosa por tão dramática: aparecemos no Tempo, sem qualquer explicação ou sentido, e desaparecemos no mesmo Tempo, nada nos esperando do “outro lado”, lado que não existe, sendo o nosso desaparecimento eterno e sem deixar qualquer rasto que seja permanente. Então, para quê viemos à VIDA?!
ResponderEliminarFica a pergunta, com um inevitável convite perante o inexorável FIM: Vamos festejar a VIDA até o nosso momento chegar! E VIVA o SORRISO!