À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 65/?
– Aparece então o desgraçado do Judas: “Quanto é que me
dareis se eu vos entregar Jesus?” - perguntou ele ao chefe dos sacerdotes. (Mt
26,15)
– Judas é uma personagem que não se entende. Porque é
preciso um Judas para entregar Jesus? Não era Jesus bem conhecido de todos para
que O prendessem facilmente? Não O tinham ali os sacerdotes, bem visível e ao
seu dispor? Aliás, um pouco depois Jesus dirá: “Todos os dias no Templo Me sentava
para ensinar e não Me prendestes.” (Mt 26,55) E acrescentará: “Na verdade, o
Filho do Homem vai morrer conforme está escrito a respeito dele. Porém, ai
daquele que trair o Filho do Homem. Seria melhor que nunca tivesse nascido!”
(Mt 26,24)
– Então, Judas parece ser o meio encontrado por Deus -
perdoem-nos mais esta heresia! - para entregar Jesus aos sacerdotes… E… fazer
cumprir as Escrituras, segundo as quais teria de haver um traidor! Parece-nos,
no entanto, uma história muito mal contada já que não era necessário haver
alguém a indicar Jesus para ser reconhecido por quem o quisesse prender. Ele não teria mudado, certamente, nem de visual, nem de vestimentas…
Mas este “meio encontrado por Deus” é um meio condenado à
nascença. E, a avaliar pelas palavras de Jesus, se no inferno há hierarquias de
castigos, Judas estará num dos piores…
– Também mais uma vez não se entende se Jesus vai morrer e foi traído porque estava escrito ou se foi profetizado porque Jesus iria morrer às mãos
dos sacerdotes que já não aguentavam mais serem desconsiderados, perante o
povo, pelos seus ensinamentos e invectivas. Por outras palavras: “Cumpre Jesus
as Escrituras ou as Escrituras anunciaram o que se iria passar com Jesus?”
Tal como a mulher que derramou o perfume sobre a cabeça de
Jesus, também Judas será lembrado onde quer que esta Boa Nova seja conhecida.
Uma diferença: Ela cheia de glória! Ele… cheio de maldição eterna!
Mas…, onde estarão realmente eles agora? Porque não os “liberta”
Deus para virem contar-nos do seu enlevo ou do seu eterno sofrimento? –
desculpem-nos a insistente mas contundente pergunta da qual não abdicamos
porque tal acção/milagre traria toda a credibilidade a Jesus e ao seu Deus-Pai.
E repetimos: não fazendo Deus este milagre, tudo o que nos ensinaram e a Bíblia
ensina sobre Deus-Pai e Deus-Filho Jesus Cristo não merece qualquer
credibilidade. Nem de Fé!...
Ora, encontrando-se na Terra, não protestaria Judas dizendo
que ele estava fadado, desde toda a eternidade, para entregar o Mestre e que
nunca poderia, nem que o quisesse, fugir ao seu destino? Imaginemos - dirá
Judas para se defender - que eu não O entregava. Como se cumpririam as
Escrituras? Como seria a História?… Uma injustiça incompreensível em Deus! E ninguém
poderá dizer que Judas não teria pelo menos alguma razão. Ninguém!
Enfim, também podemos imaginar ou supor que este traidor foi
mais uma invenção de Mateus (lembremos que ele escreve cerca de 40 anos após os
“factos” e para firmar na fé os primeiros cristãos) para provar que, em Jesus,
as Escrituras se cumpriram com todos os pormenores, incluindo o ser traído, sendo
portanto ele o Messias prometido no qual deviam continuar a acreditar…
Sem comentários:
Enviar um comentário